SÃO PEDRO
RECONHECER E TESTEMUNHAR QUE JESUS É O
MESSIAS
Diácono Milton Restivo
Conheçamos Pedro.
Pedro, inicialmente pescador da Galiléia, tornou-se
discípulo e depois apóstolo de Jesus quando Jesus “andava à beira do mar da Galiléia, quando viu dois irmãos, Simão,
também chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando a rede no mar, pois
eram pescadores. Jesus disse para eles: ‘Sigam-me, e eu farei de vocês
pescadores de homens’. Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram a
Jesus”. (Mt 4,18-20).
Não temos dados quanto à data de seu nascimento e as
principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos
(Mateus, Marcos, Lucas e João).
Pedro é sempre abordado com destaque em todas as
narrativas evangélicas, nos Atos dos
Apóstolos, nas epístolas de
Paulo, tendo escrito duas epístolas.
Pedro, conforme consta no Evangelho de Mateus, era filho
de Jonas (Mt 16,17) e irmão do apóstolo André (Mt 4,18). Seu nome original era
Simão tendo Jesus, no encontro inicial, mudado seu nome para Pedro: “Jesus olhou bem para Simão e disse: “Você é
Simão, o filho de Jonas. Você vai se chamar Cefas (que quer dizer Pedra =
Pedro).” (Jo 1,42).
Jesus, além de mudar-lhe o nome, escolheu-o como chefe
da cristandade toda, o primeiro Papa da Igreja, tendo sida mantida a sucessão
apostólica petrina até os dias de hoje na pessoa do papa Francisco: “E eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a
terra, será ligado também nos céus” (Mt 16,18-19).
Na época de seu encontro com Jesus Pedro morava na
cidade de Cafarnaum com a família de sua mulher: “Jesus saiu da sinagoga e foi para a casa de Simão. A sogra de Simão
estava com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela.” (Lc 4,38).
Chamado ao discipulado e apostolado por Jesus,
despontou como líder dos doze apóstolos: “Pedro
levantou-se no meio dos irmãos, e falou...” (At 1,15). Foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus: “Simão Pedro respondeu:
‘Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.” (Mt 16,16).
Junto com seu irmão André e os irmãos Tiago e João
Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando
dos mais importantes milagres do Mestre sobre a terra, como, por exemplo, na
transfiguração: “Seis dias depois, Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou sozinhos a um lugar à
parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles.” (Mt
17,1-8; Mc 9,2,8; Lc 9,28-36); na ressurreição da filha de Jairo: “Estando Jairo ainda
falando, chegou um da casa do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes o
Mestre. 50 Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê
somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém
deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai, e a mãe da menina”.
(Lc 8,40-56; Mt 9,18-26; Mc 5,21-43); na oração final do Getsêmani: Eles chegaram a um lugar chamado
Getsêmani. Então Jesus disse aos discípulos: ‘Sentem-se aqui, enquanto eu vou
rezar’. Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar com medo e
angústia.” (Mt 26,37-46; Mc 14,32-42).
Teve, também seus momentos controversos, como quando
usou a espada para defender Jesus na ocasião em que o prendiam, muito embora os
evangelhos não citem o nome do agressor, mas, pela sua impetuosidade, a
tradição atribuiu esse gesto a Pedro: “Nesse
momento, um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou da espada, e feriu
o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha”. (Mt 26,51; Mc 14,47;
Lc 22,50) e na passagem da tríplice negação: “Eles prenderam e levaram Jesus, e o conduziram à casa do sumo
sacerdote. Pedro seguia Jesus de longe. Acenderam uma fogueira no meio do
pátio, e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada
viu Pedro sentado perto do fogo. Encarou-o bem, e disse: ‘Este aqui também
estava com Jesus’. Mas Pedro negou: ‘Mulher, eu nem o conheço’. Pouco depois,
outro viu Pedro, e disse: ‘Você também é um deles’. Mas Pedro respondeu:
‘Homem, não sou, não’. Passou mais ou menos uma hora, e outro insistia: ‘De
fato, este aqui também estava com Jesus, porque é galileu.’ Mas Pedro
respondeu: ‘Homem, não sei do que está falando.’ Nesse momento, enquanto Pedro
ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E
Pedro se lembrou do que o Senhor lhe havia dito: ‘Hoje, antes que o galo cante,
você me negará três vezes. Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente.”
(Lc 22,54-62; Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Jo,18,15-18.25-27).
Apesar de, em situações normais e que não ofereciam
riscos, Pedro demonstrar uma coragem aparente e inconsequente, nos momentos que
eram exigidas essa coragem, Pedro fraquejou, como aconteceu na tríplice negação
e depois da prisão e morte de Jesus, juntamente com os demais, fugiram e se
esconderam com medo dos judeus: “Então,
todos os discípulos, abandonando-o, fugiram.” (Mt 26,56); “À tarde do mesmo dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus,
Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: ‘A paz esteja convosco.’ [...]
“Oito dias depois, achavam-se os discípulos,
de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas
fechadas, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco.’” (Jo
20,19-21.26).
Após a Ascensão de Jesus, Pedro presidiu a assembléia
dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas Escariotes (At
1-15-26), fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes (2,14-36), e peregrinou
por várias cidades.
Pedro batizou e incluiu na Igreja de Jesus Cristo o
primeiro não judeu e toda a sua família, o centurião Cornélio, conforme
constatamos nos Atos dos Apóstolos, capítulo 10.
Fundou as linhas apostólicas de Antioquia e Síria (as
mais antigas sucessões do Cristianismo, precedendo as de Roma em vários anos)
que sobrevivem em várias ortodoxias Sírias.
Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte
de informações para que Marcos escrevesse seu Evangelho. Encontrou-se com Paulo
Apóstolo em Jerusalém (cf Gl 1,19; 2,9), e apoiou a iniciativa de Paulo de
Tarso de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos
rituais de iniciação judaica.
Após esse encontro, foi preso por ordem do rei Agripa
I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali
fundou e presidiu à comunidade cristã, base da Igreja Católica Apostólica
Romana, e, por isso, segundo a tradição, Pedro foi executado por ordem do
imperador de Roma, Nero.
Conta-nos a tradição que Pedro pediu aos carrascos
para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na
mesma posição de Cristo Salvador, a quem havia negado por três vezes. O túmulo
de Pedro encontra-se sob a catedral de São Pedro, no Vaticano, e é autenticado
por muitos historiadores.
A tradição nos diz que Pedro
e Paulo morreram no mesmo dia, na cidade de Roma, sob o império de Nero, entre
os anos 64-67, por ocasião do incêndio de
Roma causado pelo imperador Nero. Paulo, como cidadão romano que era, foi morto
pela espada.
Pedro, por sua vez, como era estrangeiro cuja terra
era dominada pelos romanos, foi morto na cruz, que era o suplício dos inimigos
dos romanos, marginais, terroristas, e todos os que contrariavam a lei romana.
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