segunda-feira, 29 de junho de 2015

SÃO PEDRO


SÃO PEDRO


RECONHECER E TESTEMUNHAR QUE JESUS É O MESSIAS

Diácono Milton Restivo

Conheçamos Pedro.
Pedro, inicialmente pescador da Galiléia, tornou-se discípulo e depois apóstolo de Jesus quando Jesus “andava à beira do mar da Galiléia, quando viu dois irmãos, Simão, também chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando a rede no mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: ‘Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens’. Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus”. (Mt 4,18-20).
Não temos dados quanto à data de seu nascimento e as principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João).
Pedro é sempre abordado com destaque em todas as narrativas evangélicas, nos Atos dos Apóstolos, nas epístolas de Paulo, tendo escrito duas epístolas.
Pedro, conforme consta no Evangelho de Mateus, era filho de Jonas (Mt 16,17) e irmão do apóstolo André (Mt 4,18). Seu nome original era Simão tendo Jesus, no encontro inicial, mudado seu nome para Pedro: “Jesus olhou bem para Simão e disse: “Você é Simão, o filho de Jonas. Você vai se chamar Cefas (que quer dizer Pedra = Pedro).” (Jo 1,42). 
       Jesus, além de mudar-lhe o nome, escolheu-o como chefe da cristandade toda, o primeiro Papa da Igreja, tendo sida mantida a sucessão apostólica petrina até os dias de hoje na pessoa do papa Francisco: “E eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus” (Mt 16,18-19). 
Na época de seu encontro com Jesus Pedro morava na cidade de Cafarnaum com a família de sua mulher: “Jesus saiu da sinagoga e foi para a casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela.” (Lc 4,38).
Chamado ao discipulado e apostolado por Jesus, despontou como líder dos doze apóstolos: “Pedro levantou-se no meio dos irmãos, e falou...” (At 1,15).  Foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus: “Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.” (Mt 16,16).
Junto com seu irmão André e os irmãos Tiago e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importantes milagres do Mestre sobre a terra, como, por exemplo, na transfiguração: “Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles.” (Mt 17,1-8; Mc 9,2,8; Lc 9,28-36); na ressurreição da filha de Jairo: Estando Jairo ainda falando, chegou um da casa do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes o Mestre. 50 Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai, e a mãe da menina”. (Lc 8,40-56; Mt 9,18-26; Mc 5,21-43); na oração final do Getsêmani: Eles chegaram a um lugar  chamado Getsêmani. Então Jesus disse aos discípulos: ‘Sentem-se aqui, enquanto eu vou rezar’. Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar com medo e angústia.” (Mt 26,37-46; Mc 14,32-42).
Teve, também seus momentos controversos, como quando usou a espada para defender Jesus na ocasião em que o prendiam, muito embora os evangelhos não citem o nome do agressor, mas, pela sua impetuosidade, a tradição atribuiu esse gesto a Pedro: “Nesse momento, um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou da espada, e feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha”. (Mt 26,51; Mc 14,47; Lc 22,50) e na passagem da tríplice negação: “Eles prenderam e levaram Jesus, e o conduziram à casa do sumo sacerdote. Pedro seguia Jesus de longe. Acenderam uma fogueira no meio do pátio, e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo. Encarou-o bem, e disse: ‘Este aqui também estava com Jesus’. Mas Pedro negou: ‘Mulher, eu nem o conheço’. Pouco depois, outro viu Pedro, e disse: ‘Você também é um deles’. Mas Pedro respondeu: ‘Homem, não sou, não’. Passou mais ou menos uma hora, e outro insistia: ‘De fato, este aqui também estava com Jesus, porque é galileu.’ Mas Pedro respondeu: ‘Homem, não sei do que está falando.’ Nesse momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro se lembrou do que o Senhor lhe havia dito: ‘Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes. Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente.” (Lc 22,54-62; Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Jo,18,15-18.25-27).
Apesar de, em situações normais e que não ofereciam riscos, Pedro demonstrar uma coragem aparente e inconsequente, nos momentos que eram exigidas essa coragem, Pedro fraquejou, como aconteceu na tríplice negação e depois da prisão e morte de Jesus, juntamente com os demais, fugiram e se esconderam com medo dos judeus: “Então, todos os discípulos, abandonando-o, fugiram.” (Mt 26,56); “À tarde do mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: ‘A paz esteja convosco.’ [...] “Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco.’” (Jo 20,19-21.26).
Após a Ascensão de Jesus, Pedro presidiu a assembléia dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas Escariotes (At 1-15-26), fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes (2,14-36), e peregrinou por várias cidades. 
Pedro batizou e incluiu na Igreja de Jesus Cristo o primeiro não judeu e toda a sua família, o centurião Cornélio, conforme constatamos nos Atos dos Apóstolos, capítulo 10.
Fundou as linhas apostólicas de Antioquia e Síria (as mais antigas sucessões do Cristianismo, precedendo as de Roma em vários anos) que sobrevivem em várias ortodoxias Sírias.
Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que Marcos escrevesse seu Evangelho. Encontrou-se com Paulo Apóstolo em Jerusalém (cf Gl 1,19; 2,9), e apoiou a iniciativa de Paulo de Tarso de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica.
Após esse encontro, foi preso por ordem do rei Agripa I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu à comunidade cristã, base da Igreja Católica Apostólica Romana, e, por isso, segundo a tradição, Pedro foi executado por ordem do imperador de Roma, Nero.
Conta-nos a tradição que Pedro pediu aos carrascos para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo Salvador, a quem havia negado por três vezes. O túmulo de Pedro encontra-se sob a catedral de São Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores. 
A tradição nos diz que Pedro e Paulo morreram no mesmo dia, na cidade de Roma, sob o império de Nero, entre os anos 64-67, por ocasião do incêndio de Roma causado pelo imperador Nero. Paulo, como cidadão romano que era, foi morto pela espada.
Pedro, por sua vez, como era estrangeiro cuja terra era dominada pelos romanos, foi morto na cruz, que era o suplício dos inimigos dos romanos, marginais, terroristas, e todos os que contrariavam a lei romana.

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