BEATO APOLINÁRIO
MOREL E COMPANHEIROS, MÁRTIRES DA REVOLUÇÃO FRANCESA.
Entre os numerosos mártires da revolução Francesa, são recordados
em particular alguns intrépidos defensores da fé e heróis do sacerdócio
católico, filhos da Ordem seráfica, condenados à guilhotina, no dia 2 de
Setembro de 1792.
Entre eles: João Francisco Burté, dos Frades Menores
Conventuais; Apolinário Morel de Posat, Capuchinho; Severino Girault, da
Terceira Ordem Regular.
Estes refulgiram, primeiro pelo seu zelo sacerdotal e
pela sua caridade para com os fugitivos e perseguidos, e depois pela heróica
fortaleza com que suportaram o martírio, dando admirável testemunho da sua fé.
João Batista Triqueção, embora seu martírio tenha acontecido dois anos depois,
no dia 21 de Janeiro de 1794.
Foram beatificados por Pio XI em 1926, ano
centenário da morte de São Francisco.
O Beato Apolinário Morel nasceu
aos 12 de junho de 1739 em
Prez Vers Noréaz , junto a Friburgo, filho de pais suíços,
oriundos de Posat. No Batismo recebeu o nome de João Tiago Morel. Passou os
primeiros anos da sua juventude no Colégio dos Jesuítas, fundado por São Pedro
Canísio, em
Friburgo. Notabilizou-se pela sua inteligência, pelo bom
rendimento dos seus estudos e pelo seu fervor religioso.
Com a idade de 23 anos
entrou no noviciado dos Capuchinhos em Zug, aos 26 de setembro de 1762,
recebendo, então, o nome de frei Apolinário de Posat, terra de origem do seu
pai.
Ordenado sacerdote aos 22 de setembro de 1764, começou a dedicar-se ao
apostolado típico dos capuchinhos ajudando o clero na paróquias e pregando
missões populares. A sua pregação era de muita eficácia no meio do povo,
sobretudo, entre os jovens, motivo pelo qual teve muito que sofrer da parte dos
inimigos da fé.
Suas virtudes, e particularmente sua reta intenção em todas as
atividades pastorais, na instrução catequética e no confessionário,
manifestaram-se muito especialmente nas provações dolorosas que lhe foram
provocadas com calúnias e incompreensões. Ensinou filosofia e teologia; foi
guardião em alguns conventos, prefeito de estudos no Colégio de Stans e diretor
dos estudantes de teologia em Friburgo.
Após encontro com o Ministro Provincial
da Bretanha, frei Apolinário pediu, em 1788, para ir como missionário para a
Síria. Porém, antes de o fazer, teve que ir para Paris a fim de estudar línguas
orientais numa escola com esta especialidade.
Na capital francesa, dedicando-se
à assistência espiritual de muitos alemães que ali viviam, foi acusado, junto
dos superiores e dos seus compatriotas, de ter assinado o Juramento imposto ao
clero pela Assembléia Nacional.
Frei Apolinário defendeu-se escrevendo na
Imprensa em 1771. Não contente com isso, para retirar todo e qualquer equívoco,
apresentou-se aos Comissários da revolução e declarou que não tinha assinado
qualquer juramento e pretendia permanecer fiel à Igreja Católica e à Santa Sé.
Foi preso naquele mesmo momento e em 1772 foi levado para o convento dos
Carmelitas, transformado em cadeia onde se encontravam também bispos e outros
sacerdotes condenados à morte, num total de 160.
Durante os dias da sua prisão,
frei Apolinário converteu-se em anunciador de expectativa feliz, em coerência
com os seus sentimentos expressos na carta que escreveu a um dos seus
superiores: “Como homem eu tremo, como religioso alegro-me, como pastor estou
exultante. Abraço a todos os meus inimigos, perdoo-lhes e amo-os como os meus
maiores benfeitores”.
Naquela prisão, frei Apolinário foi executado com mais
180 companheiros, a 2 de setembro de 1792, tendo sido trucidado barbaramente.
Tinha 53 anos de idade. Antes da sua execução, escreveu ainda uma carta a um
amigo, de nome Jan, a quem revelou o íntimo do seu espírito, exultando pela
certeza de ser imolado por Cristo.
No seu martírio via o desígnio de Deus para
sua vida e, perseguido, entoava o Aleluia pascal que iria cantar para sempre no
Céu.
Aos 17 de outubro de 1926, Frei Apolinário e mais 190 mártires da
Revolução francesa foram beatificados pelo Papa Pio IX.
São comemorados também
neste dia: Bem-aventurada Ingrid, Santo Agrícola de Avinhão (bispo), Santo
Antolino de Palência (presbítero e mártir), Santo Antonino de Pamia (mártir),
São Bocardo do Monte Carmelo (carmelita).
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