quinta-feira, 24 de setembro de 2015

NOSSA SENHORA DAS MERCÊS


NOSSA SENHORA DAS MERCÊS



Nobre senhora, és poderosa do filho sobre o coração; por ti quem ora, confiante dele consegue a salvação”. “... Na Prisão e te fomos visitar” (cf Mt 25,39). 
Os Apóstolos ouviram a explanação de Jesus, sobre o Juízo Final, e por certo nunca mais esqueceram. A começar pelo mestre, em seguida os apóstolos, discípulos e tantos outros que experimentaram a privação da liberdade por causa do evangelho. 
Todos os sofrimentos físicos e morais do cativeiro, deixavam sequelas graves naqueles que tinham, a desgraça de cair nas mãos dos inimigos. 
Sempre, e em todos os momentos da história da humanidade, encontramos a úlcera dolorosa dos cativeiros de cunho religioso, político, e até mesmo de ideais. 
O homem pode encarcerar o corpo físico, porém nunca os pensamentos, os ideais, as convicções políticas e religiosas, estes permanecem livres de todo e qualquer tipo de algemas. 
As incontáveis guerras entre Mouros e Cristãos na Península Ibérica, a partir do ano de 711, foram, sem dúvida o palco dos cativeiros.
     O fanatismo e a intransigência religiosa proporcionaram sofrimentos aos cativos de ambas partes. Surgiram a partir do século XII o movimento das Cruzadas como um esforço coletivo, para defesa da Lei de Cristo.
Foi neste período que surgiram as irmandades e confrarias estabelecidas, com a finalidade de arrecadar fundos para libertar os cativos. Foi neste período que o jovem francês Pedro Nolasco, estabelecendo-se em Barcelona uniu-se a alguns jovens de fé firme e corações generosos, cujos propósitos seriam; negociar a libertação dos cativos em poder dos Mouros. 
Cada jovem, associado colocaria seus próprios bens a serviço da causa dos encarcerados e solicitariam dos fiéis e das Igrejas uma oferta anual; “A esmola dos cativos.” “A Inspiração de Maria” Pedro Nolasco recebeu do céu, através de Maria Santíssima, o que ele mesmo considerou, e depois dele, toda a sua ordem, como a verdadeira revelação do futuro de sua Fraternidade. 
Era noite de 1 a 2 de agosto de 1218, estando em oração Pedro Nolasco viu claro que sua associação redentora necessitava do respaldo público e solene Rei Jaime I. 
Nesta mesma noite Pedro Nolasco ouviu da Santíssima Virgem: “Deus deseja que se estabeleça uma congregação religiosa para o resgate dos cativos.” 
Pedro Nolasco foi no dia seguinte ao encontro de seu confessor Padre Raimundo de Penaforte, que lhe contou ter tido a mesma revelação na noite anterior. Ambos ainda atônitos foram ao Rei Dom Jaime I de Aragão pedir apoio, e ouviram com assombro a mesma revelação de que o Rei tivera na noite anterior da Virgem Maria. 
Foram ao Papa, e dele obtiveram a benção, certos de que esta era a vontade de Deus deram início a obra. Dom Jaime I mandou construir o convento, enquanto padre Raimundo Penaforte elaborava os estatutos, Pedro Nolasco foi o primeiro comandante geral da milica. 
Era o dia 24 de Setembro quando Pedro Nolasco e os companheiros professaram votos solenes, assim estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos, fizeram dos votos de pobreza, obediência e castidade, além de tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros. 
Hoje são outras as escravidões: consumismo, comodismo, individualismo, desemprego, vícios, fome, violência, insegurança, desagregação familiar etc. 

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