DIÁCONO JOÃO LUIZ
POZZOBON
João Luiz
Pozzobon nasceu em Ribeirão, uma aldeia serrana do Rio Grande do Sul, hoje
município de São João de Polêsine, em 12 de dezembro de 1.904. É oriundo de uma
família de imigrantes italianos.
Seu pai nasceu
à bordo do navio com que sua família havia embarcado da Itália para o Brasil.
Sendo sua
família profundamente religiosa, desde jovem João teve uma educação católica
permanente. Desde menino João Pozzobon distinguiu-se por sua piedade e
disposição para servir.
Com 10 anos de
idade passou a morar na Casa Paroquial de Vale Vêneto para estudar o curso
primário e dar continuidade aos estudos no Seminário.
Aos doze anos
deixou os estudos por problemas de visão, e voltou para a casa de seus pais para
ajudá-los na lavoura de arroz. Ingressou no serviço militar, ocultando que
sofria de deficiência visual, "apenas para aprender", mas na linha de
tiro o problema foi detectado e ele foi desligado imediatamente.
Voltou
novamente para a casa de seus pais onde continuou ajudando seu pai na lavoura e
nas obras da Igreja.
Com 23 anos,
em 1928, casou-se com Tereza Turcato, indo morar na localidade de Restinga
Seca, tendo, com Tereza, dois filhos: Eli e Ari. Com o falecimento da esposa, casou-se
novamente, seis meses depois, com Victoria Maria Felippeto, em 1933, tendo mais
cinco filhos: Nair, Otilia, Pedrolina, Humberto e Vilma.
Converteu-se
num homem singelo, pai de sete filhos, atuando como comerciante.
Em 1947
conheceu a pedagogia de Schoenstatt e a espiritualidade do Santuário da Mãe
Três Vezes Admirável.
Exerceu a
profissão de comerciante com hotel e depois mercearia.
Em 1948
consagrou-se à Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt no
Santuário Tabor de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Aos 10 de
Setembro 1950 recebeu a imagem da Mãe e Rainha para levá-la às famílias. A sua dedicação à Igreja não o afastou de suas obrigações
como pai de família, tendo se destacado como um pai muito presente e muito zeloso.
Em 1952,
fundou, em Santa Maria ,
a Vila Nobre da Caridade, construindo uma pequena obra social que marcaria a
vida de muitos necessitados.
A Vila Nobre
da Caridade possuía 14 casas, sendo que cada uma recebeu o nome de uma flor.
Atualmente
somente uma casa permanece: Flor de Maio. Dento da Vila Nobre da Caridade
existe a Capelinha Azul, a mais ativa das três capelas construídas em honra a
Nossa Senhora de Schoenstatt em bairros necessitados da Paróquia Nossa Senhora
das Dores.
Os moradores
da Vila Nobre da Caridade recebiam a casa e ajuda mensal para as necessidades
básicas. João buscava muito apoio dos empresários da cidade e principalmente da
vizinhança. Porém, para permanecer morando na Vila Nobre as famílias deveriam
seguir uma pequena lista de regras de bom convívio que foi montada, que incluía
pontos como as crianças da casa irem à escola e os moradores se
"auto-ajudarem" procurando melhorar de vida para poder ceder o seu
lugar aos mais necessitados.
João Pozzobon era um homem realmente de Deus, que observava
a natureza, as pessoas e, estava profundamente inserido na vida social e
familiar.
"Um homem honesto
no seu trabalho, que promovia o progresso da comunidade, inclusive, ao ver
tantas famílias necessitadas ele criou uma vila chamada 'Vila da Caridade', foi
algo pequeno, mas ele começou para fazer alguma coisa para ajudar a resolver o
problema social de muitas famílias".
Em 1950 conheceu o Movimento de Schoenstatt através
do Padre Celestino Trevisan, irmão do Padre Máximo Trevisan. Ficou sabendo pelo
padre Celestino da vontade de se construir em Santa Maria um
Santuário igual ao da Alemanha. Soube também das Graças do Santuário e da vida
do fundador, Padre José Kentenich.
Durante um
Retiro, o padre Celestino e a Irmã Terezinha falaram sobre a importância da
reza do Santo Rosário. Com a finalidade de estimular a Campanha do Terço,
mandaram fazer umas imagens grandes da Mãe e Rainha, para que fossem levadas em
romaria, de família em família, na paróquia.
Era 10 de
setembro de 1950. Foram benzidas duas imagens e a Irmã Terezinha convidou o Sr.
João para rezar o primeiro Rosário em família. Após a reza a Irmã lhe disse: "Esta
Imagem fica ao seu cuidado. Não é preciso que reze o terço todas as noites.
Cuide apenas que ela seja levada de casa em casa."
Seu João
levava então um caderno onde anotava o dia em que a Imagem chegava a uma
família, o nome do lugar, se os pais eram casados, o número de filhos, se eram
batizados, etc.
Noite após
noite, sem falhar nenhuma, passou a levar a Imagem de casa em casa. Dedicava a
essa tarefa duas horas de seu dia, que havia prometido à Virgem Maria, no inverno
ou no verão, com chuva, sol ou noite
clara. Seu João se molhou muitas vezes, mas a Imagem ia sempre coberta, durante
as chuvas.
Dizia João
Pozzobon: "No ano de 1952,
compreendi que se tratava de uma missão que me confiavam e disse à Mãezinha:
'Tenho sete filhos, tenho uma esposa e tenho que dar contas a Deus de meus
filhos e de minha esposa. Porém, se for vontade de Deus e tua, um homem só,
pode mover o mundo inteiro."
No verão de
1952, seu João se encontrou com o fundador do movimento, Padre José Kentenich. Quando
o Pe. Kentenich chegou ao Brasil, estabeleceu-se entre ele e João Pozzobon um
profundo vínculo e orientado pelo Padre Celestino Trevisan, participou de
reuniões um grupo de homens. Para celebrar mais fervorosamente o Ano Santo de
1950, decidiu-se rezar o terço nas famílias da Paróquia Nossa Senhora das
Dores, de Santa Maria (RS), onde se encontra o Santuário.
Foi-lhe dada
uma das imagens e o senhor João Pozzobon assumiu com serenidade este
compromisso. Terminado o ano de 1950, por própria iniciativa, continuou com a
reza do terço, realizando também um trabalho catequético e pastoral junto às
famílias visitadas.
Com o tempo, a
“Campanha do Terço”, como ele a chamou, foi se ampliando, exigindo uma
autêntica fidelidade, como o demonstram os cento e quarenta mil quilômetros
percorridos com a Imagem Peregrina.
Visitou
escolas, hospitais, prisões e, a pedido de algumas famílias que desejavam
receber com mais frequência a Mãe Peregrina, entregou-lhes uma imagem menor que
deveria fazer um giro mensal. Com o tempo mais imagens foram solicitadas,
estando atualmente, espalhadas por todo mundo, num número superior a cem mil imagens.
Esta campanha
estendeu-se ao restante da América do Sul e a mais de trinta países em todo o
mundo. A Imagem que seu João levava pesava onze quilos e sua maleta com objetos
de uso pessoal pesava oito quilos. Ao todo, seu João carregava diariamente dezenove
quilos. Costumava andar quinze quilômetros por dia, com a Imagem sobre o ombro
esquerdo.
Esse hábito
lhe causou um calo no ombro e duas costelas deslocadas, ao longo de vários anos
de caminhada. Seu João nunca parou de levar a Imagem, mesmo doente, sem dormir
e cansado.
Várias vezes,
para não perder o horário de chegada, comia pelo caminho, enquanto andava.
Embora Pozzobon fosse um homem muito simples, quase
iletrado, tornou-se diácono permanente em 30 de dezembro de 1972, e deixou vários escritos, "verdadeiras jóias de
espiritualidade", como disse o bispo Dom Hélio. "Ele chegou a percorrer cento e quarenta mil quilômetros a pé, com
a imagem (que pesava onze quilos) no ombro e, com suas coisas pessoais. Sempre
ia de terno e gravata, porque dizia que para transportar a imagem de Nossa
Senhora precisava estar bem vestido porque ela é a Rainha, e isso o distinguiu
em sua missão", explicou o Bispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar
Rubert.
O Bispo conta que, durante estes 35 anos, Pozzobon percorria
estradas, visitava presídios, comunidades e, muitos lugares, com a imagem da
Mãe Rainha, sempre fazendo a oração do terço.
Todas as suas
atividades, toda a sua vida, foram impulsionadas pela Aliança de Amor: amor à
Mãe Três Vezes Admirável, a “Mãe e Rainha”, como ternamente ele a chamava; amor
e vinculação ao Santuário, donde recebia, como ele mesmo confessava, todas as
forças e graças para o desempenho de sua missão; amor e fidelidade ao padre José
Kentenich, Fundador e Pai da Família de Schoenstatt, de quem o Sr. João
Pozzobon se considerava um “aluninho”.
Junto com a
visita da Virgem, inicia a Campanha do Rosário, e ele mesmo chega a rezar até
quinze rosários por dia. Para divulgar a sua Campanha do Rosário viajou para
América Latina, Alemanha, França, Portugal, Itália e Roma onde recebeu em 1979 a benção do Papa João
Paulo II.
Quando lhe
chamavam a atenção pelo esforço que fazia em suas caminhadas, ele respondia:"Se
um dia me encontrarem morto à beira da estrada, saibam que morri de
alegria."
Hoje existem
aproximadamente cento e vinte mil Imagens Peregrinas visitando três milhões e
seiscentas mil famílias só no Brasil, e muito mais espalhadas em noventa países
do mundo.
No dia 27 de
junho de 1985 João Pozzobon foi atropelado por um caminhão numa estrada, a
caminho da Missa, às seis horas da manhã, a cincoenta metros da entrada do
Santuário, com a Imagem da Mãe Peregrina sobre o ombro. Suas últimas palavras
foram: "Misericórdia, Senhor! Mãe, misericórdia! Eu vou morrer! Me
ajudem, eu não posso mais!"
Em Santa Maria,
à Avenida Osvaldo Cruz número 697, encontra-se a antiga casa de João Pozzobon,
que hoje, após passar por extensa restauração, está novamente aberta ao público
como museu, de terças-feiras à domingos.
O Diácono
Pozzobon veio morar nessa casa em 1933 até o seu falecimento, em 27 de junho de
1985, quando faleceu atropelado por um caminhão a caminho da missa no Santuário
da Mãe e Rainha. O processo de beatificação foi aberto
no dia 12 de novembro de 1994, pelo Bispo diocesano, na época, Dom Ivo
Lorscheiter. Hoje tenta-se comprovar milagres concedidos por João para
que ele obtenha a canonização.
João Luiz
Pozzobon foi um diácono permanente e missionário brasileiro que está com o
processo de canonização aberto. O Processo de
Beatificação de João Luiz Pozzobon está em sua segunda etapa e toda
documentação das graças alcançadas e relatos sobre sua vida, serão encaminhados
à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano.
Os documentos foram reunidos nestes últimos quinze anos,
desde a abertura do processo na Diocese de Santa Maria (RS), em 1994. Pozzobon
tornou-se conhecido no sul do país, Rio de Janeiro e São Paulo, entre as
décadas de 1950 a
1985, quando percorreria várias cidades, a pé, levando a Capelinha da Mãe e
Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Dom Hélio conta que
nestes quinze anos de trabalhos para investigar a vida de João Luiz Pozzobon,
foi feita uma compilação incrível de testemunhos de pessoas que afirmam ter
alcançado graças pela intercessão dele. E, com o fechamento do processo a nível
diocesano, o postulador da causa, Padre Argemiro Ferracioli, vai levar todo
este processo à Roma, para entregar à Congregação para a Causa dos Santos. "A partir de agora, tudo vai depender
de Roma. Se o processo for acolhido Pozzobon já poderá ser considerado
venerável, servo de Deus", explicou Dom Hélio. O Bispo pediu a todos
que continuem rezando pela beatificação de Pozzobon.
Paz e bem, muito bonita a história do DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON. Que o Bom Deus nos dê a graça de sua canonização um dia, e que nossa Senhora interceda por essa graça! amém.
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