terça-feira, 28 de junho de 2016

DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON

DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON


João Luiz Pozzobon nasceu em Ribeirão, uma aldeia serrana do Rio Grande do Sul, hoje município de São João de Polêsine, em 12 de dezembro de 1.904. É oriundo de uma família de imigrantes italianos.
Seu pai nasceu à bordo do navio com que sua família havia embarcado da Itália para o Brasil.
Sendo sua família profundamente religiosa, desde jovem João teve uma educação católica permanente. Desde menino João Pozzobon distinguiu-se por sua piedade e disposição para servir.
Com 10 anos de idade passou a morar na Casa Paroquial de Vale Vêneto para estudar o curso primário e dar continuidade aos estudos no Seminário.
Aos doze anos deixou os estudos por problemas de visão, e voltou para a casa de seus pais para ajudá-los na lavoura de arroz. Ingressou no serviço militar, ocultando que sofria de deficiência visual, "apenas para aprender", mas na linha de tiro o problema foi detectado e ele foi desligado imediatamente.
Voltou novamente para a casa de seus pais onde continuou ajudando seu pai na lavoura e nas obras da Igreja.
Com 23 anos, em 1928, casou-se com Tereza Turcato, indo morar na localidade de Restinga Seca, tendo, com Tereza, dois filhos: Eli e Ari. Com o falecimento da esposa, casou-se novamente, seis meses depois, com Victoria Maria Felippeto, em 1933, tendo mais cinco filhos: Nair, Otilia, Pedrolina, Humberto e Vilma. 
          Converteu-se num homem singelo, pai de sete filhos, atuando como comerciante.
Em 1947 conheceu a pedagogia de Schoenstatt e a espiritualidade do Santuário da Mãe Três Vezes Admirável.
Exerceu a profissão de comerciante com hotel e depois mercearia.
Em 1948 consagrou-se à Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt no Santuário Tabor de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Aos 10 de Setembro 1950 recebeu a imagem da Mãe e Rainha para levá-la às famílias. A sua dedicação à Igreja não o afastou de suas obrigações como pai de família, tendo se destacado como um pai muito presente e muito zeloso.
Em 1952, fundou, em Santa Maria, a Vila Nobre da Caridade, construindo uma pequena obra social que marcaria a vida de muitos necessitados.
A Vila Nobre da Caridade possuía 14 casas, sendo que cada uma recebeu o nome de uma flor.
Atualmente somente uma casa permanece: Flor de Maio. Dento da Vila Nobre da Caridade existe a Capelinha Azul, a mais ativa das três capelas construídas em honra a Nossa Senhora de Schoenstatt em bairros necessitados da Paróquia Nossa Senhora das Dores.
Os moradores da Vila Nobre da Caridade recebiam a casa e ajuda mensal para as necessidades básicas. João buscava muito apoio dos empresários da cidade e principalmente da vizinhança. Porém, para permanecer morando na Vila Nobre as famílias deveriam seguir uma pequena lista de regras de bom convívio que foi montada, que incluía pontos como as crianças da casa irem à escola e os moradores se "auto-ajudarem" procurando melhorar de vida para poder ceder o seu lugar aos mais necessitados.
João Pozzobon era um homem realmente de Deus, que observava a natureza, as pessoas e, estava profundamente inserido na vida social e familiar.
"Um homem honesto no seu trabalho, que promovia o progresso da comunidade, inclusive, ao ver tantas famílias necessitadas ele criou uma vila chamada 'Vila da Caridade', foi algo pequeno, mas ele começou para fazer alguma coisa para ajudar a resolver o problema social de muitas famílias".
Em 1950 conheceu o Movimento de Schoenstatt através do Padre Celestino Trevisan, irmão do Padre Máximo Trevisan. Ficou sabendo pelo padre Celestino da vontade de se construir em Santa Maria um Santuário igual ao da Alemanha. Soube também das Graças do Santuário e da vida do fundador, Padre José Kentenich.
Durante um Retiro, o padre Celestino e a Irmã Terezinha falaram sobre a importância da reza do Santo Rosário. Com a finalidade de estimular a Campanha do Terço, mandaram fazer umas imagens grandes da Mãe e Rainha, para que fossem levadas em romaria, de família em família, na paróquia.
Era 10 de setembro de 1950. Foram benzidas duas imagens e a Irmã Terezinha convidou o Sr. João para rezar o primeiro Rosário em família. Após a reza a Irmã lhe disse: "Esta Imagem fica ao seu cuidado. Não é preciso que reze o terço todas as noites. Cuide apenas que ela seja levada de casa em casa.
Seu João levava então um caderno onde anotava o dia em que a Imagem chegava a uma família, o nome do lugar, se os pais eram casados, o número de filhos, se eram batizados, etc.
Noite após noite, sem falhar nenhuma, passou a levar a Imagem de casa em casa. Dedicava a essa tarefa duas horas de seu dia, que havia prometido à Virgem Maria, no inverno ou  no verão, com chuva, sol ou noite clara. Seu João se molhou muitas vezes, mas a Imagem ia sempre coberta, durante as chuvas.
Dizia João Pozzobon: "No ano de 1952, compreendi que se tratava de uma missão que me confiavam e disse à Mãezinha: 'Tenho sete filhos, tenho uma esposa e tenho que dar contas a Deus de meus filhos e de minha esposa. Porém, se for vontade de Deus e tua, um homem só, pode mover o mundo inteiro."
No verão de 1952, seu João se encontrou com o fundador do movimento, Padre José Kentenich. Quando o Pe. Kentenich chegou ao Brasil, estabeleceu-se entre ele e João Pozzobon um profundo vínculo e orientado pelo Padre Celestino Trevisan, participou de reuniões um grupo de homens. Para celebrar mais fervorosamente o Ano Santo de 1950, decidiu-se rezar o terço nas famílias da Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Santa Maria (RS), onde se encontra o Santuário.
Foi-lhe dada uma das imagens e o senhor João Pozzobon assumiu com serenidade este compromisso. Terminado o ano de 1950, por própria iniciativa, continuou com a reza do terço, realizando também um trabalho catequético e pastoral junto às famílias visitadas.
Com o tempo, a “Campanha do Terço”, como ele a chamou, foi se ampliando, exigindo uma autêntica fidelidade, como o demonstram os cento e quarenta mil quilômetros percorridos com a Imagem Peregrina.
Visitou escolas, hospitais, prisões e, a pedido de algumas famílias que desejavam receber com mais frequência a Mãe Peregrina, entregou-lhes uma imagem menor que deveria fazer um giro mensal. Com o tempo mais imagens foram solicitadas, estando atualmente, espalhadas por todo mundo, num número superior a cem mil imagens.
Esta campanha estendeu-se ao restante da América do Sul e a mais de trinta países em todo o mundo. A Imagem que seu João levava pesava onze quilos e sua maleta com objetos de uso pessoal pesava oito quilos. Ao todo, seu João carregava diariamente dezenove quilos. Costumava andar quinze quilômetros por dia, com a Imagem sobre o ombro esquerdo.
Esse hábito lhe causou um calo no ombro e duas costelas deslocadas, ao longo de vários anos de caminhada. Seu João nunca parou de levar a Imagem, mesmo doente, sem dormir e cansado.
Várias vezes, para não perder o horário de chegada, comia pelo caminho, enquanto andava.
Embora Pozzobon fosse um homem muito simples, quase iletrado, tornou-se diácono permanente em 30 de dezembro de 1972, e deixou vários escritos, "verdadeiras jóias de espiritualidade", como disse o bispo Dom Hélio. "Ele chegou a percorrer cento e quarenta mil quilômetros a pé, com a imagem (que pesava onze quilos) no ombro e, com suas coisas pessoais. Sempre ia de terno e gravata, porque dizia que para transportar a imagem de Nossa Senhora precisava estar bem vestido porque ela é a Rainha, e isso o distinguiu em sua missão", explicou o Bispo de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert.
O Bispo conta que, durante estes 35 anos, Pozzobon percorria estradas, visitava presídios, comunidades e, muitos lugares, com a imagem da Mãe Rainha, sempre fazendo a oração do terço.
Todas as suas atividades, toda a sua vida, foram impulsionadas pela Aliança de Amor: amor à Mãe Três Vezes Admirável, a “Mãe e Rainha”, como ternamente ele a chamava; amor e vinculação ao Santuário, donde recebia, como ele mesmo confessava, todas as forças e graças para o desempenho de sua missão; amor e fidelidade ao padre José Kentenich, Fundador e Pai da Família de Schoenstatt, de quem o Sr. João Pozzobon se considerava um “aluninho”.
Junto com a visita da Virgem, inicia a Campanha do Rosário, e ele mesmo chega a rezar até quinze rosários por dia. Para divulgar a sua Campanha do Rosário viajou para América Latina, Alemanha, França, Portugal, Itália e Roma onde recebeu em 1979 a benção do Papa João Paulo II.
Quando lhe chamavam a atenção pelo esforço que fazia em suas caminhadas, ele respondia:"Se um dia me encontrarem morto à beira da estrada, saibam que morri de alegria."
Hoje existem aproximadamente cento e vinte mil Imagens Peregrinas visitando três milhões e seiscentas mil famílias só no Brasil, e muito mais espalhadas em noventa países do mundo.
No dia 27 de junho de 1985 João Pozzobon foi atropelado por um caminhão numa estrada, a caminho da Missa, às seis horas da manhã, a cincoenta metros da entrada do Santuário, com a Imagem da Mãe Peregrina sobre o ombro. Suas últimas palavras foram: "Misericórdia, Senhor! Mãe, misericórdia! Eu vou morrer! Me ajudem, eu não posso mais!"
Em Santa Maria, à Avenida Osvaldo Cruz número 697, encontra-se a antiga casa de João Pozzobon, que hoje, após passar por extensa restauração, está novamente aberta ao público como museu, de terças-feiras à domingos.
O Diácono Pozzobon veio morar nessa casa em 1933 até o seu falecimento, em 27 de junho de 1985, quando faleceu atropelado por um caminhão a caminho da missa no Santuário da Mãe e Rainha. O processo de beatificação foi aberto no dia 12 de novembro de 1994, pelo Bispo diocesano, na época, Dom Ivo Lorscheiter. Hoje tenta-se comprovar milagres concedidos por João para que ele obtenha a canonização.
João Luiz Pozzobon foi um diácono permanente e missionário brasileiro que está com o processo de canonização aberto. O Processo de Beatificação de João Luiz Pozzobon está em sua segunda etapa e toda documentação das graças alcançadas e relatos sobre sua vida, serão encaminhados à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano.
Os documentos foram reunidos nestes últimos quinze anos, desde a abertura do processo na Diocese de Santa Maria (RS), em 1994. Pozzobon tornou-se conhecido no sul do país, Rio de Janeiro e São Paulo, entre as décadas de 1950 a 1985, quando percorreria várias cidades, a pé, levando a Capelinha da Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Dom Hélio conta que nestes quinze anos de trabalhos para investigar a vida de João Luiz Pozzobon, foi feita uma compilação incrível de testemunhos de pessoas que afirmam ter alcançado graças pela intercessão dele. E, com o fechamento do processo a nível diocesano, o postulador da causa, Padre Argemiro Ferracioli, vai levar todo este processo à Roma, para entregar à Congregação para a Causa dos Santos. "A partir de agora, tudo vai depender de Roma. Se o processo for acolhido Pozzobon já poderá ser considerado venerável, servo de Deus", explicou Dom Hélio. O Bispo pediu a todos que continuem rezando pela beatificação de Pozzobon. 

Um comentário:

  1. Paz e bem, muito bonita a história do DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON. Que o Bom Deus nos dê a graça de sua canonização um dia, e que nossa Senhora interceda por essa graça! amém.

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