SÃO
JUSTINO - 103-164
Justino nasceu
na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria, Palestina, no ano 103, início do
século II, quando o cristianismo ainda se estruturava como religião católica.
Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco.
Justino foi educado e se formou
nas melhores escolas do seu tempo, cursando filosofia e especializando-se nas
teorias de Platão. Tinha alma de eremita e abandonou a civilização para viver
na solidão.
Diz a tradição que foi nessa fase de isolamento que recebeu a
visita de um misterioso ancião, que lhe falou sobre o Evangelho, as profecias e
seu cumprimento com a Paixão de Jesus, abalando suas convicções e depois
desaparecendo misteriosamente. Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta
perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou convertendo-se,
mesmo tendo conhecimento das penas e execuções impostas aos seguidores da
religião cristã.
Foi batizado no ano 130 na cidade de Efeso, instante em que
substituiu a filosofia de Platão pela verdade de Cristo, tornando-se,
historicamente, o primeiro dos Padres da Igreja que sucederam os Padres
apostólicos dos primeiros tempos.
No ano seguinte estava em Roma, onde passou a
travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Muito
culto, era assim que evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde
melhor transitava.
Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia.
Deixou muitos livros importantes, cujos ensinamentos influenciaram e ainda
estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da Igreja. Embora tenham
alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a mais célebre delas é o
Diálogo com Trifão.
Seus registros abriram caminhos à polêmica antijudaica na
literatura cristã, além de fornecerem-nos importantes informações sobre ritos e
administração dos sacramentos na Igreja primitiva. Bem-sucedido em todas as
discussões filosóficas, conseguiu converter muitas pessoas influentes, ganhando
com isso muitos inimigos também. Principalmente a ira dos filósofos pagãos
Trifão e Crescêncio.
Este último, após ter sido humilhado pelos argumentos de
Justino, prometeu vingança e o denunciou como cristão ao imperador Marco
Aurélio. Justino foi levado a julgamento e, como não se dobrou às ameaças,
acabou flagelado e decapitado com outros companheiros, que como ele
testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.
Neste dia são
lembrados também: Bem-aventurada Camila Batista de
Varano, São Heras da Capadócia (mártir), Lupicínio de Verona (bispo), São
Pascácio de Roma (diácono), Santa Petronila de Roma (virgem e mártir), São
Câncio, São Félix de Nicósia, Santos Felino e Graciano (soldados mártires de
Perúgia) São Fortunato de Spoleto (presbítero), São Juvêncio (mártir de Roma),
São Justino, Santa Cândida, São Herculano de Piegaro e Bem-aventurado João
Batista Scalabrini.
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