“QUEM PÕE A
MÃO NO ARADO E OLHA PARA TRÁS NÃO É DIGNO DE MIM”
(Lc 9,62)
Diácono Milton Restivo
Mas, para o discípulo que
vacila ao chamamento, Jesus sugere que ele permaneça morto com os mortos,
considerando ter renunciado seguir Jesus, que é a vida: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. (Jo 14,6), embora faça mais
uma tentativa: “Deixa que os mortos
enterrem os seus mortos; mas você vai anunciar o reino de Deus”. (Lc 9,60)
e faz uma advertência: “Se alguém quer
vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me.” (Lc
9,23; 14,27; Mt 10,38; 16,24). O gesto de Eliseu em queimar o arado e
sacrificar os seus bois deveria ser a atitude de todos os discípulos de Jesus
que aderem ao seu chamado: queimar as suas vaidades, o seu conforto, a sua
suposta e ilusória estabilidade, o seu orgulho, a sua avareza e se livrar de
tudo o que possa impedir esse companheirismo deleitante com Jesus.
É o rompimento com o
passado e com tudo aquilo que possa desviá-lo da responsabilidade assumida em
seguir o Mestre.
Por isso Jesus disse: “Quem
põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus.” (Lc
9,62). E mais: “Quem ama seu pai ou mãe
mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou filha mais do que
a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno
de mim. Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua
vida por causa de mim, vai encontrá-la”. (Mt 10,37-39). Jesus não está
pedindo o impossível, ainda que pareça que ele seja desumano ao fazer essas
declarações. Jesus estava apenas relembrando e chamando a atenção sobre o
primeiro e o mais importante de todos os mandamentos: “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma,
com todo o seu entendimento e com toda a sua força.” (Dt 6,4; Mc 12,30).
Quem coloca em prática
esse mandamento, ama os seus entes queridos com mais disponibilidade, mais
responsabilidade e dedicação, porque foi Deus que nos deu nossos entes queridos.
Os nossos entes queridos são os presentes que recebemos das mãos de Deus e, portanto,
não se pode amar mais o presente do que aquele que no-los presenteou.
Quem dá o presente é
porque nos ama, e não podemos nos esquecer que Deus nos amou por primeiro: “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi
ele que nos amou... [...] Deus é Amor:
aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele. [...]
Quanto a nós, amemo-nos, porque Deus nos
amou primeiro”. (1Jo 4,10.16b.19). Essa deve ser a atitude do seguidor de
Jesus e de quem ele chama para propagar o reino de Deus.
Como Eliseu, os primeiros discípulos e
quem mais for convocado para seguir Jesus por ele mesmo, deve entender que tem
que haver disponibilidade para tanto.
O Evangelho desta liturgia começa dizendo que Jesus sentia
que o tempo de terminar sua missão na terra estava se findando e, por isso, ele
inicia a sua última viagem rumo à cidade de Jerusalém (cf Lc 9,51).
Começa a longa caminhada,
das periferias para a metrópole, onde está o centro de poder; da Galiléia para
Jerusalém.
O sentido da viagem é
marcado pela idéia do fim da vida histórica de Jesus: “Estava chegando o
tempo de Jesus ser levado para o céu”
(Lc 9,51), o que compreende sua morte, ressurreição e ascensão ao Pai. É
a viagem da libertação.
De onde Jesus estava, para chegar à Jerusalém, tinha que
passar por territórios dos samaritanos, que eram inimigos dos judeus. Os
samaritanos negaram hospedagem a Jesus e à sua comitiva em um dos seus
povoados.
Os discípulos Tiago e João, os esquentados filhos de
Zebedeu, se revoltam com essa atitude e queriam uma penalidade imediata contra
os samaritanos: “Senhor, queres que
mandemos descer fogo de céu para destruí-los?” (Lc 9,54), como se eles
tivessem poder para isso, e isso dá a Jesus um motivo para ensinar sobre a
paciência, e partiram para outro povoado (cf Lc 9,52-56).
Para seguir a Jesus há a necessidade de saber que vai ter
contratempos e estar preparado para enfrentar as contrariedades da caminhada. Nessa
caminhada Jesus vai encontrando todas as espécies de pessoas que se propõe em
seguí-lo, e alguém lhe diz: “Eu te
seguirei para onde quer que fores”. (Lc 9,57). E Jesus lhe responde: “As raposas tem tocas, e os pássaros tem
ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. (Lc 9,58).
Além da paciência que o discípulo de Jesus tem que ter,
também, consciência que não terá uma vida cômoda, porque, se “O Filho do Homem não tem onde repousar a
cabeça”, muito menos o terá quem o quiser seguir de verdade e, por isso,
deverá se contentar com a hospitalidade que lhe for oferecida, como acontecia
com o próprio Jesus que não se negava a tomar uma refeição ainda que fosse em
companhia de pecadores (cf Mt 9,10-13), ou de pretensos “santos” (cf Lc 11,37).
Seguir a Jesus é muito arriscado. Não é
garantido aos seus discípulos conforto e bem estar e, às vezes há a exigência
do despojamento material. Outro vem, e diz: “Eu
te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro ir enterrar o meu pai”. (Lc
9,59).
O seguimento de
Cristo não pode ser adiado depois de termos ouvido o seu chamado.
Quando Jesus
convoca, não se pode colocar pretextos, ainda que sejam legítimos, para não
seguí-lo, porque não somos insubstituíveis, porque: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de
Deus”. (Lc 9,62).
No meu entedemento ,a vida não se define só em coisas boas se o cristão se acostuma está sempre por Sima ,ele não suportara quando estiver por nacho significa que ele naõ está apto mais jesus nunca desampara ninguém ele que nos revela a verdade e nos dá entendimento amém glórias e misericórdia ao Senhor de Esrael
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