FINADOS
Quando se
aproxima o mês e novembro, já, de uma maneira especial, nos voltamos para os
nossos entes queridos que conviveram conosco durante tanto tempo, que nos
amaram e que também os amamos, porque, no mês de novembro, e, de uma maneira
especial, no dia dois de novembro comemoramos a memória dos nossos amados que
se foram para a casa do Pai.
Dois de novembro, dia em que cultuamos os nossos
queridos que agora repousam no sono eterno, esses mesmo entes queridos que
passaram tantos momentos inesquecíveis
conosco nesta vida e que agora descansam na casa do Pai Eterno que prometeu e
promete a ressurreição final para todos aqueles que seguirem e seguem os seus
mandamentos e que ouviram e ouvem a voz do seu dileto filho Jesus Cristo. Todos
os anos esperamos ate com uma certa ansiedade o dia dos finados. O dia de finados é um dia especial para nós e que a nossa Santa Igreja, de uma
maneira especial, dedica aos nossos falecidos.
Dia de
Finados; é apenas mais um dia que a Igreja nos oferece para relembrarmos
daqueles de quem às vezes nos esquecemos durante todo o ano; quantos entes
queridos nossos que já partiram para a casa do Pai, que nos antecederam nessa
última jornada, e que só nos lembramos deles no dia de finados. Mortos e a
palavra que empregamos para designar aqueles nossos irmãos que já passaram por
esta vida, por este vale de lágrimas e que agora se encontram na casa do Pai.
Mas,
para o cristão, para quem acredita realmente em Deus e nas promessas de Jesus
Cristo, não existe morte, só existe vida. Entendemos por morte o fim de tudo,
quando tudo se acaba. Isso não existe para o cristão que conhece e vive as
verdades e as mensagens ensinadas por Jesus Cristo.
No seu Evangelho Jesus Cristo nos diz que ele nos veio
trazer a vida e que nos veio trazer a vida em abundância: no seu evangelho
Jesus diz ser o caminho, a verdade e a vida. Jesus diz, categoricamente que,
todos aqueles que crêem nele, de verdade, não verão jamais a morte, mas terão a
vida eterna. Então, porque lamentamos tanto os nossos mortos?
Será que não temos fé nas palavras do
nosso Salvador e Mestre Jesus? Será que os nossos entes queridos se
desmancharam em pó e cinzas e que nada mais resta senão aquilo que o túmulo
guarda como sendo os últimos resquícios de um corpo belo e saudável que
conhecíamos e que, se abríssemos o túmulo ficaríamos horrorizados? E a vida
prometida por Jesus Cristo, onde está? Temos que entender que os nossos entes
queridos que se foram estão vivos na casa do Pai, e nem poderia ser diferente. A
felicidade que eles estão vivendo neste momento, não tenham dúvidas meus
irmãos, é muito maior do que imaginamos e dessa que vivemos neste vale de
lágrimas.
É justificável que choremos
quando perdemos um ente querido. Mas, as lágrimas que derramamos quando
perdemos um ente querido, quando a pessoa que amamos parte para a outra vida
jamais devem ser lágrimas de desespero e revolta, mas, antes de mais nada,
devem ser lágrimas de saudade do tempo feliz que convivemos juntos, porque,
dentro de pouco tempo também nós estaremos lá com eles, na outra vida e lá os
encontraremos todos. É costume nosso enfeitar os túmulos dos nossos falecidos
queridos com flores e lá também acendemos velas que tem um simbolismo todo
especial.
Mas, a bem da verdade, os nossos falecidos não necessitam de flores
ou velas que se queimam sem saber o porque no cimento ardente do sol dos
túmulos; o que os nossos falecidos necessitam realmente é de nossas orações, de
nossas boas obras, orações constantes e ardentes.
Talvez fosse mais justo empregar o dinheiro que se gasta
com flores e velas em obras de caridade que seria melhor aproveitado. É justo
que se ascenda algumas velas e se coloque algumas flores no túmulo do ente
querido, mas nada com exageros.
Porque é que a família do finado não se reúne
em volta do seu túmulo, da sua última morada aqui neste vale de lágrimas e ali,
todos juntos, não fazem uma oração pelo seu eterno descanso? Como é bonito a
gente passar pelo cemitério e ver em túmulos vários familiares reunidos e
rezando um Pai Nosso, uma Ave Maria, um terço ou qualquer oração espontânea
para aquele irmão que já partiu desta vida e se encontra na casa do Pai. Isso
sim, tem valor.
As flores e as velas que se colocaram no túmulo, quando chegar
a tarde, estarão todas murchas e derretidas; mas a oração permanece como um suave perfume que sobe até o trono do
Altíssimo em benefício dos nossos irmãos que vivem agora a vida eterna.
Todos
nós, cristãos, no dia de finados, temos a preocupação de visitar o túmulo dos
nossos familiares falecidos e, para não fugir à regra, levamos flores e velas e
muitas vezes nos esquecemos de levar um coração puro para podermos elevar uma
doce oração até o trono de Deus Pai. Quantos túmulos que vemos na época de
finados totalmente coberto de flores e velas.
E eu fico pensando: quanto
dinheiro desperdiçado na doce ilusão de que estamos agradando o falecido ou que
estamos lhe fazendo algum benefício. O amor para uma pessoa querida falecida
não se demonstra com flores e velas, mas com orações, jejum e sacrifícios. Quanta
fumaça de vela se vai para o ar, quantas flores caras se murcham sobre o
mármore dos túmulos sem trazer nenhum benefício ou conforto para o falecido;
agindo assim, nós continuamos ainda a pensar somente na matéria, nos esquecemos
do espírito, da alma.
O nosso ente querido falecido não necessita de flores ou
velas; pense bem, que significado tem isso para ele ou para ela que já está na
casa do Pai num plano muito superior ao nosso? Está certo que, quando amamos
uma pessoa de verdade a gente lhe dá de presente uma flor que simboliza a extensão
do nosso amor, que demonstra todo o nosso afeto, toda a nossa dedicação, toda a
nossa lembrança. Está certo que, para as pessoas que amávamos e continuamos a
amar, mas que já partiram para a casa do Pai, nós, no dia de finados ou em
qualquer outro dia em que formos visitar o seu túmulo, levemos até lá uma flor,
uma vela, e, nessa flor ou nessa vela está simbolizado todo o nosso amor e que
essa pessoa falecida ainda vive deliciosamente em nossa lembrança e na nossa
esperança, e o que é o principal, temos a certeza de que ela se encontra na
casa do Pai, porque sabemos que, para nós cristãos, não existe morte mas vida,
porque Deus não é o Deus dos mortos, mas o Deus dos vivos, e os que dizemos
falecidos estão vivos na casa do Pai.
Mas, a bem da verdade, para eles, flores
velas já de nada mais está adiantando; o que eles necessitam realmente são de
nossas orações, do nosso sacrifício. É a nossa oração fervorosa que vale realmente para os nossos falecidos e
não flores caras que desbotam e murcham sobre o túmulo ou velas que se consomem
sem levar nenhum conforto para os nossos falecidos; o que os conforta
realmente, é a nossa oração, o nosso sacrifício, o nosso jejum.
A nossa Santa Igreja nos ensina que é uma santa
ocupação rezar pelos mortos. Desde o início da Igreja existe o costume de
honrar os santos e rezar pelos mortos; em todas as Santas Missas rezadas e
participadas no mundo inteiro existe um momento em que se reza pelos mortos. A
nossa Santa Igreja é uma vigorosa árvore com três grandes galhos, tendo como
tronco o próprio Senhor Jesus, o filho de Deus Vivo, e cada galho tem um nome
que todos os cristãos deveriam conhecer.
A um dos galhos damos o nome de igreja
triunfante, que são os nossos irmãos que se santificaram e que já estão na casa
de Deus Pai gozando da presença de Deus; são os nossos irmãos que venceram
todas as dificuldades do mundo e do demônio e que agora gozam da felicidade
eterna.
A outro dos galhos chamamos de igreja padecente, que são os nossos
falecidos que estão se purificando de seus pecados cometidos aqui neste vale de
lágrimas e que, através de nossas orações se purificam e passam a fazer parte
da igreja triunfante, na medida em que, depois de purificados de suas faltas,
passam a morar na casa do Pai. Ao terceiro galho desta grande árvore chamamos
de igreja militante, que somos nós que aqui estamos neste vale de lágrimas,
neste mundo procurando fazer com que a vontade de Deus Pai reine entre nós e
que o reino de Deus se estabeleça nesta nossa caminhada.
Essa é a tríplice
denominação da família cristã: igreja triunfante, igreja padecente e igreja
militante, unidas entre si como membros de um mesmo corpo, que é o Corpo
Místico de Jesus Cristo e a que nós chamamos de “comunhão dos santos”, isto é,
a nossa Igreja, a Igreja dos que vivem hoje e dos que viveram ontem neste vale
de lágrimas. Todas as vezes que rezamos o “Creio em Deus Pai ”. ou o Credo,
nós dizemos que cremos na “comunhão dos santos”, que não é senão a união de nós
que aqui estamos com os nossos irmãos que já não vivem mais esta nossa vida e
que estão na casa do Pai. Precisamos entender, meus irmãos, que o túmulo não
relaxa os laços de fraternidade, de amizade: precisamos entender que o amor é
mais forte do que a morte. Os santos, os nossos entes queridos que agora estão
na casa do Pai não cessam de rogar pelos vivos, que somos nós, e eles se
aproveitam da presença de Deus Todo Poderoso para pedir por nós graças e
favores e nós, por nossa parte, também rezamos pelos nossos falecidos pedindo
ao Senhor nosso Deus que lhes dê o descanso eterno e que a luz perpétua os
ilumine. A devoção às almas é agradável à Deus.
Lembre-se, meu irmão; lembre-se
minha irmã: quando formos visitar um túmulo não vamos nos preocupar com flores
caras e velas bonitas; vamos levar uma flor, isso sim, vamos ascender uma vela
que é o símbolo do nosso amor e oração e que retratam a nossa saudade, mas,
antes de tudo, vamos rezar pelos nossos entes queridos, porque é a oração que
vale realmente para o seu descanso eterno.
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