SÃO ROQUE GONZALES
DE SANTA CRUZ, SANTO AFONSO RODRIGUES E SÃO JOÃO DEL CASTILHO.
Roque Gonzales de Santa Cruz, SJ ou Roque Gonzales, SJ,
(Assunção, 1576 — Caibaté, 15 de novembro de 1628) foi um religioso natural do
Paraguai que entrou na história do Brasil meridional ao tentar disseminar a
religião católica entre os povos originais das terras do oeste do Rio Grande do
Sul.
Juntamente aos padres Afonso Rodrigues e João de
Castiho (ou Juan del Castillo na sua forma castelhana original), Roque Gonzales
foi um dos primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil, isto é, no
território atualmente pertencente ao Rio Grande do Sul.
Ele foi um homem dedicado à ordem dos Jesuítas e
exerceu seu trabalho missionário junto aos povos Guaranis, no noroeste daquele
estado brasileiro. Roque Gonzales era filho de um pai espanhol de família nobre
e cresceu em uma família de alta posição social de Assunção, no Paraguai,
interagindo desde a infância com pessoas de origem e falas nativas
(principalmente guarani). Ali ele onde estudou e foi ordenado sacerdote no ano
de 1599.
Mais tarde ele se deslocou ao Rio Grande do Sul,
em 1619, e logo cativou a simpatia dos habitantes da terra, muito provavelmente
e em boa parte por causa de suas habilidades lingüísticas. Segundo o escritor
Nelson Hoffmann, autor de Terra de Nheçu, somente depois de sete anos de
negociações com o chefe Nheçu que lhe foi permitido estabelecer a redução de
São Nicolau, precisamente em três de maio de 1626, sendo esta a primeiríssima
comunidade colonizadora ao leste do rio Uruguai no atual território
rio-grandense.
Mais tarde o padre Roque Gonzales fundou numerosas
comunidades cristãs, chamadas Missões ou Reduções, entre elas as aldeias
de São Nicolau, Assunção e Todos os Santos do Caaró. Depois de dois anos
e meio de intenso trabalho missionário, os padres Roque Gonzales e Afonso
Rodrigues foram mortos em Caaró por um grupo de nativos contrários à
evangelização cristã, liderados pelo pajé cacique Nheçu, um líder guarani que
possuia autoridade máxima na região do atual município de Roque Gonçales, Rio
Grande do Sul, e redondezas.
Diz-se que os indígenas que o interceptaram teriam
descarregado na cabeça de padre Roque Gonzales uma pancada com um machado de
pedra que o deixara morto. Em seguida, eles teriam matado o padre Afonso
Rodrigues, queimando os cadáveres.
Dois dias depois, o teria chegado a vez do padre
João de Castilho em uma aldeia vizinha, onde morreu após terríveis torturas. Um
homem nativo, ainda catecúmeno, que se encontrava presente e que se opôs aos
assassinatos, também foi trucidado junto aos missionários em Caaró. Ele é
conhecido como o Cacique Adauto.
Existem pessoas que acreditam que ele também,
futuramente, poderia ter seu nome acrescentado aos nomes dos três mártires
canonizados, porém, não exitem quaisquer indicadores ou mesmo probabilidades
para que isso venha a ocorrer um dia, dadas as extensivas complexas forças e
tradições envolvidas.
Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o
principal santuário de veneração dos Santos Mártires (como ficaram conhecidos),
visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma
grande romaria, no terceiro domingo de novembro.
Aos 28 de janeiro de 1934, o Papa Pio XI
beatificou os missionários mártires e, aos 16 de maio de 1988 em visita a
Assunção, no Paraguai, o Papa João Paulo II os declarou santos.
São comemorados também neste dia: Santo Abdias (profeta
bíblico do Antigo Testamento), Santo Aza e seus 150 companheiros, soldados
(mártires em Isaurie) e São Rafael de São José.
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