SÃO
PAULO DE TEBAS, O ERMITÃO - 228-340
São Jerônimo
escreveu em 400, um livro rico em detalhes sobre a vida de Paulo, a quem chamou
de "príncipe da vida eremita".
Ele a conheceu
narrada pelo amigo são Atanásio, discípulo de santo Antonio do Deserto. Paulo
nasceu no ano 228, em Tebaia, uma região próxima do rio Nilo, no Egito, cuja
capital era Tebas. Foi educado pelos pais que eram da nobreza e cristãos.
Porém aos
catorze anos ficou órfão. Era bondoso, piedoso e amava a sua fé. Em 250 começou
a perseguição do imperador Décio. Foi uma perseguição curta, mas dura e
contundente, porque ordenava aos cristãos que renegassem a fé e participassem
dos ritos pagãos, como sinal de lealdade ao Estado. Quem aceitasse podia viver
tranqüilo.
Muitos
aceitavam, para salvar a vida. Paulo não rendeu homenagens aos deuses, preferiu
se esconder, mostrando prudência. Porém, foi denunciado e fugiu para o deserto.
Lá, encontrou umas cavernas onde, séculos atrás, os escravos da rainha Cleópatra
fabricavam moedas. Escolheu uma, perto de uma fonte de água e de umas
palmeiras, para ser sua moradia. Com as folhas da palmeira fazia a roupa. Os
frutos eram seu alimento. E a água da fonte sua bebida.
Em 251 o
imperador Décio morreu num combate e a perseguição cessou. Mas, Paulo nunca
mais voltou. O deserto, a solidão e a proximidade com Deus o haviam
conquistado.
Sentiu que sua missão era ajudar o mundo não com negócios e
palavras, mas com penitências e orações, para a conversão dos pecadores. Disse
são Jerônimo que quando a palmeira não tinha frutos, vinha um corvo trazendo
meio pão no bico e com isso vivia o santo monge.
Depois de
muitos anos, foi descoberto por Antonio do Deserto, ou Antão, o qual foi
avisado em sonho, que no deserto existia um monge mais velho do que ele. Paulo
estava na caverna, quando se encontraram. Conversavam sobre assuntos
espirituais, quando um corvo pousou carregando no bico a ração dobrada: um pão
inteiro.
Paulo, então,
contou a ele sua vida e a experiência dos noventa anos de solidão no deserto.
Depois rezaram a noite toda. Pela manhã, Paulo pediu que Antonio fosse buscar o
manto que recebera de Atanásio, pois pressentiu que seu fim estava próximo.
Antonio ficou emocionado, porque nada havia contado sobre o manto, que ganhara
do discípulo.
Partiu e
quando voltou, não o encontrou mais. Envolto em mistério e encantamento, ao que
tudo indica, Paulo morreu com cento e doze anos em 340, sozinho e em lugar
ignorado. Foi um santo singular: não deixou escritos ou palavras memoráveis.
Segundo a tradição, no século VI, foi erguido no Egito um mosteiro, em frente
ao Monte Sinai, que conserva a sua antiga morada na caverna. Nada mais temos
que se ligue, materialmente, a este monge do silêncio, também conhecido como:
Paulo de Tebas.
Cerca de oito
séculos depois de sua morte, nasceu uma comunidade religiosa com o nome de
"Ordem de São Paulo Primeiro Eremita" ou "Eremitas de São
Paulo". Uma comunidade que, no início do terceiro milênio, ainda permanece
viva e conhecida, tendo sua Casa Mãe, perto do Santuário Mariano de
Czestochowa, na Polônia. A Igreja o celebra em 15 de janeiro, data indicada no
livro de são Jerônimo.
São venerados
também, neste dia: Bem-aventurado Francisco Fernando de Capillas (dominicano
mártir), Santa Ida de Limerick (virgem), Santo Isidoro de Alexandria
(presbítero) São Mauro (Amaro), Santo Arnaldo Janssen, Bem-aventurado Luiz
Variara, São Plácido e São Romédio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário