EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
Para seus
oponentes, a crucificação de Cristo tinha como objetivo principal a humilhação
e, conseqüentemente, o esquecimento por parte da população daquele que se dizia
o Messias.
Porém, as
coisas não deram certo para os infiéis, pois a humilhante crucificação foi
vista pelos fiéis como a prova de resignação e humildade do Cristo.
O suplício
infame acabou tornando a cruz um dos símbolos máximos da religião cristã. Dessa
forma, seus inimigos viram fortificar-se ainda mais a fé naquele que,
ressuscitado, se tornaria o Rei dos reis. Por isso, se comemora e se exalta a
santa cruz, como uma das grandes solenidades da Igreja. Essa festa foi
celebrada pela primeira vez no ano 335.
Em 615, os
exércitos persas invadiram e saquearam a Palestina, levando com eles vários
troféus, dentre os quais, a parte principal da cruz em que Jesus havia sido
crucificado.
Inconformado com o roubo da santa cruz, o imperador de
Constantinopla, Heráclito, combateu os persas vencendo-os e recuperando a
relíquia, que ele mesmo fez questão de reconduzir a Jerusalém, carregando-a nos
ombros.
Com esse ato,
Heráclito tornou o dia 14 de setembro de 628 um dia de triunfo e alegria para
os cristãos. Dessa forma a cruz, que a princípio tinha o objetivo de ser um
símbolo de derrota e humilhação, hoje é usada e venerada por todos os que crêem
em Jesus. Nos
momentos alegres e nos tristes, a cruz está e estará sempre presente,
acompanhando por séculos a humanidade.
Santa Cruz: Santa Helena e a Veneração a
Santa Cruz
A veneração a
Santa Cruz remonta ao ano de 292, quando a imperatriz Helena, esposa de
Constâncio Cloro, perseguida pela obsessão de encontrar a Cruz de Cristo, pediu
ao imperador autorização para demolir o templo dedicado a um dos deuses do
império romano, construído no monte Calvário, uma vez que estava convicta de
encontrar a relíquia debaixo do grande templo.
Conseguida a
autorização, mobilizou muitos obreiros, tendo encontrado os escombros do templo
não uma, mas três cruzes, deduzindo que uma deveria corresponder a Cristo e as
outras a cada um dos ladrões, com as quais haviam sido crucificados.
Como saber
qual das cruzes seria a de Jesus? Diz-nos a lenda que Helena ordenou que
trouxessem perante si um defunto, que encontrara prestes a ser sepultado, sobre
o qual foram colocando cada uma das cruzes. Ao tocar uma delas, o defunto
recuperou a vida. A dúvida havia-se dissipado: esta era a cruz em que morreu o
Redentor do mundo.
Por esta razão
a imperatriz Helena foi canonizada, e se venera como Santa Helena da Cruz (ou
Santa Cruz). Com a morte de Constâncio Cloro, foi proclamado imperador seu
filho Constantino, que tomou a Cruz como símbolo protetor, o qual a levaria em
todas as batalhas.
A mesma Cruz
que seria colocada na sua coroa. Já no século VII, no império romano do
oriente, no ano de 611, o rei persa Cosroes II levou a cabo as conquistas das
províncias bizantinas orientais, com um poderoso exército, arrasando a Síria e
Jerusalém, que viria a cair em suas mãos no ano de 614. A Igreja do Santo
Sepulcro, erigida por Constantino, seria saqueada e incendiada pelos invasores,
levando consigo, entre tantas relíquias, a Santa Cruz.
Esta seria
recuperada pelo imperador Heraclio, que pessoalmente a conduziria a Jerusalém,
a 21 de Março de 630, segundo o relato do historiador armênio Sebeos
"História do Império Heráclito". A sua festa teria lugar a 3 de Maio,
desconhecendo-se, porém, a razão desta data.
A devoção a
Santa Cruz construir-se-ia entre os séculos II e VII, estendendo-se a todo o
mundo cristão. Também aqui chegaria alguns séculos mais tarde, talvez na
centúria de Quatrocentos. Porque também aqui se erguia um singelo templo, de
invocação a Santa Helena, a mesma que emprestaria o seu nome à aldeia, num
sinal de humildade, testemunhando uma vez mais, as qualidades demonstradas em
vida.
São
comemorados também nesta data: Santa Rósula, Santa Noteburga, Santos
Crescenciano, Vítor, Rosula e General (mártires da África), São Crescêncio de
Perúgia (menino de 11 anos, filho de Santo Eutímio, mártir).
Nenhum comentário:
Postar um comentário