ELES NÃO TÊM MAIS VINHO
Em certas
ocasiões dos Evangelhos não é tão importante o que está escrito, mas o que está
contido nas entrelinhas. Imaginemos a situação no casamento de Caná, na
Galiléia, onde Jesus e sua mãe Maria estavam presentes.
Com que
confiança, amor e carinho Maria se aproxima de seu Filho para pedir, na certeza
que seria atendida, e, com que olhar de amor, carinho e respeito Jesus dirigiu
à sua mãe chamando-lhe à realidade que ainda não havia chegado a sua hora, mas,
na certeza de que atenderia sua mãe, qualquer que fosse o pedido que ela lhe
fizesse, seguro de que ela não pedia para si e sim para alguém em dificuldades,
ele anteciparia a sua hora por um pedido de sua mãe.
O momento do
Filho Único de Deus se manifestar com toda a sua glória, o momento de Jesus
mostrar a que veio, de derramar a misericórdia e os poderes de Deus a todos os
necessitados ainda não havia chegado, e assim, taxativamente, ele se expressa: “Minha hora ainda não chegou.” (Jo 2,4),
e, essa hora, não era outra, senão a
hora da cruz.
Mas aquele era
um momento especial; era a sua mãe que estava pedindo. Era aquela a quem ele, o
Filho Único de Deus, havia escolhido por mãe desde a queda do homem, desde o
primeiro pecado, “E o Senhor disse à
serpente: “...Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e
a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu
calcanhar.” (Gn 3,14-15), e Jesus, pelo grande amor que dedicava à sua mãe,
não resistiu aquele pedido e antecipou a sua hora...
Jesus não
precisou dizer nada para sua mãe; entre os dois não havia necessidade de
palavras; bastava apenas um olhar, e Maria entendeu que ele atendera à sua
súplica, e Jesus, a uma mediação de sua mãe antecipa a sua hora e “Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o
que ele vos disser.” (Jo 2,5).
Maria, através
dos tempos, continua dizendo a todos os cristãos, a todos os discípulos,
apóstolos e seguidores de seu Divino Filho: “Fazei
tudo o que ele vos disser.” (Jo 2,5).
Naquele
casamento, “havia seis talhas de pedra
para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas.
(correspondente a cerca de quarenta litros). Jesus lhes disse: Enchei as talhas de água.” Eles as encheram até a
borda. Então lhes disse: “Tirai agora e levai ao mestre sala.” Eles levaram.
Quando o mestre-sala provou a água
transformada em vinho - ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes
que haviam retirado a água - chamou o noivo e lhe disse: “Todo homem serve
primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados, serve o
inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora.” (Jo 2,6-10).
O mestre-sala,
o organizador da festa do casamento não sabia que o vinho havia acabado e
desconhecia o milagre realizado por Jesus e, ao provar do vinho, ficou
admirado, pois era costume nas festas servir primeiro o melhor vinho para,
depois, “...quando os convidados já estão
embriagados, serve o inferior” e, por isso, chama a atenção do noivo.
Essa foi a
participação de Jesus num casamento. Não somente ele, mas sua mãe, Maria, que
teve uma participação fundamental e salvadora para os noivos.
Jesus marcou
presença, e deixou registrado ali, naquela festa, naquele cerimônia nupcial, o
seu primeiro milagre, antecipado e realizado a pedido de sua mãe, Maria.
E Jesus, mais
adiante, em seus ensinamentos, determina: “Não
lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: “Por
isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só
carne?” PORTANTO, O QUE DEUS
UNIU, O HOMEM NÃO DEVE
SEPARAR.” (Mt 19,4-6).
E depois, Jesus “acrescentou: “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas
só aqueles a quem foi concedido.” (Lc 18,18).
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