14º ANIVERSÁRIO DO FALECIMENTO DA IRMÃ LÚCIA, UMA DAS VIDENTES DE
FÁTIMA
Nesta data 13
de fevereiro completam-se 10 anos que a Serva de Deus Irmã Lúcia partiu para
junto de Deus. No Carmelo de S. Teresa, Coimbra, esta data será assinalada com
uma Evocação da Irmã Lúcia composta por vários momentos.
Lúcia de Jesus
dos Santos, a Irmã Lúcia, uma dos três videntes de Nossa Senhora de Fátima,
nasceu no dia 23 de março de 1907, na Vila Aljustrel, Fátima, Portugal e
faleceu no dia 13 de fevereiro de 2005, com 97 anos de idade, no Convento
Carmelita de Santa Teresa, na cidade de Coimbra, Portugal.
No dia 13 de
maio de 1917, durante a primeira guerra mundial, as três crianças, Lúcia,
Jacinto e Francisca, estavam pastoreando nas colinas, quando surge um clarão
após um relâmpago e a Virgem Maria aparece brilhando e vestida de branco. Ela pede
que eles rezem pela paz no mundo e o fim da guerra.
As aparições
continuaram, sempre no dia 13, pedindo para que as crianças continuassem
rezando e revelou terríveis acontecimentos futuros, como a segunda guerra
mundial, a queda do comunismo e uma terceira revelação que permaneceu em
segredo.
Lúcia foi
religiosa, freira da Ordem das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e reverenciada
pela maioria dos católicos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia.
Foi, juntamente com os seus primos Jacinta e
Francisco Marto, os chamados “três pastorzinhos”, uma das três crianças que
viram Nossa Senhora na Cova da Iria, em Fátima, durante o ano de 1917.
Lúcia nasceu no
lugar de Aljustrel, próximo de Fátima, filha de António dos Santos e de sua
mulher (casados em Fátima, Ourém, a 19 de Novembro de 1890) Maria Rosa, e era a
irmã mais nova de sete irmãos: Maria dos Anjos, Teresa de Jesus Rosa dos
Santos, Manuel Rosa dos Santos, Glória de Jesus Rosa dos Santos, Carolina de
Jesus Rosa dos Santos e Maria Rosa.
Tinha dez anos
e era completamente analfabeta quando viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na
Cova da Iria, juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a
única dos três primos que falava com a Virgem Nossa Senhora. Sua prima Jacinta
ouvia mas não falava e Francisco nem sequer ouvia as palavras de Nossa Senhora,
e como tal era a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a
hierarquia católica revelou-se céptica sobre as afirmações dos Três
Pastorinhos e foi só a 13 de outubro de 1930 que o Bispo de Leiria tornou
público, oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito.
A partir daí, o
Santuário de Fátima ganhou uma expressão internacional, enquanto a irmã Lúcia
viveu cada vez mais isolada.
Em 17 de junho
de 1921, o Bispo de Leiria, Dom José Alves Correia da Silva, proporcionou a
entrada de Lúcia no colégio das irmãs doroteias em Vilar, Porto, alegadamente
para a proteger dos peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da
Iria e pretendiam falar com ela. Professou como doroteia em 1928, em Tui,
Espanha, onde viveu alguns anos.
Em 1946
regressou a POrtugal e, dois anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de
Santa Teresa em Coimbra, onde professou como carmelita a 31 de maio de 1949.
Foi neste convento que escreveu dois volumes com as suas Memórias e os Apelos
da Mensagem de Fátima.
Em 1991, quando
o Papa João Paulo II visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e
esteve reunido com ela doze minutos. Antes, a irmã Lúcia já se tinha encontrado
também em Fátima com o Papa Paulo VI.
Lúcia morreu no
dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Convento Carmelita de Santa Teresa
em Coimbra. O Papa João Paulo II, nesta ocasião, rezou por Irmã Lúcia e enviou
o Cardeal Tarcisio Bertone para o representar no funeral. Em 19 de fevereiro de
2006 o seu corpo foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi
sepultada junto dos seus primos.
A 12 de
setembro de 1935, os restos mortais de Jacinta Marto são trasladados para o
cemitério de Fátima. Ao abrir-se a urna, verifica-se que o rosto da vidente se
encontrava incorrupto. Tiram-se então algumas fotografias e o então Bispo de
Leiria, D. José Alves Correia da Silva, remete algumas para Lúcia que se
encontrava na altura em Pontevedra.
Na carta de
agradecimento, Lúcia evoca a prima com saudade referindo alguns fatos sobre o
carácter de Jacinta. Estas palavras levam D. José a ordenar-lhe que escrevesse
tudo o que se recordava da prima. Assim nasce a Primeira Memória da Irmã Lúcia
que fica concluída em Dezembro de 1935.
Passados dois
anos sobre a revelação dos fatos relatados na Primeira Memória, o Bispo de
Leiria, convencido da necessidade de se estudar mais a fundo os acontecimentos
de Fátima, dá ordens a Lúcia para escrever a história da sua vida e das
aparições.
A vidente
obedece e redige, entre os dias 7 e 21 de novembro de 1937, o que fica
conhecido como Segunda Memória da Irmã Lúcia. Neste texto, a vidente revela
pela primeira vez os factos ocorridos com as três visões do Anjo.
Em 26 de Julho
de 1941, o Bispo de Leiria escreve a Lúcia anunciando-lhe o livro
"Jacinta" que estava a ser preparado pelo Dr. J. Galamba de Oliveira.
Pede-lhe então para recordar tudo o mais o que pudesse lembrar sobre a prima,
de modo a ser incluído nesta edição.
Esta ordem cai
no fundo da alma da vidente como um raio de luz, dizendo-lhe que era chegado o
momento de revelar as duas primeiras partes do “Segredo”. Manifesta então a
vontade de acrescentar à edição dois capítulos: um sobre o Inferno e outro
sobre o Imaculado Coração de Maria. Estas revelações são escritas e concluídas
em 31 de outubro de 1941.
São
posteriormente publicadas e conhecidas como a "Terceira Memória da Irmã
Lúcia". Surpreendidos com os relatos da "Terceira
Memória", Dom José Alves Correia da Silva e Galamba de Oliveira concluíram
que Lúcia não tinha dito tudo nas narrações anteriores e que ocultaria ainda
algumas coisas.
A 7 de Outubro
de 1941, a vidente recebe ordem para escrever tudo o que soubesse sobre
Francisco e completar o que faltasse sobre Jacinta e descrever, com mais
pormenor, as Aparições do Anjo e de Nossa Senhora. Lúcia entrega o manuscrito a
8 de dezembro de 1941 deixando claro que nada mais tem a ocultar, excepto a
Tersceira parte do Segredo.
O texto é
depois publicado como "Quarta Memória da Irmã Lúcia" e nele a vidente
escreve o texto definitivo das Orações do Anjo, acrescentando também ao segredo
a frase “Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc.”
Em 31 de Maio
de 2007 foi inaugurado em Coimbra um museu sobre a vidente de Fátima.
Foi projetado
pelo arquiteto Florindo Belo Marques para uma área onde as freiras do Carmelo
de Coimbra tinham galinheiros. O museu apresenta um espólio que remete até ao
tempo das "aparições de Fátima".
Em 14 de
fevereiro de 2008, na Catedral de Coimbra, em Portugal, o Cardeal José Saraiva
Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, por ocasião do
aniversário da morte da "vidente de Fátima", tornou público que o
papa Bento XVI, atendendo ao pedido do bispo Albino Mamede Cleto, de Coimbra,
compartilhado com numerosos bispos e fiéis do mundo todo autorizou,
excepcionando as normas do Direito Canônico (art. 9 das "Normae
servandae"), o início da fase diocesana da causa da sua beatificação,
transcorridos apenas três anos da sua morte.
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