“BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO...”
(M, 5,10).
A responsabilidade dos que aderem
totalmente a Jesus Cristo é muito grande.
A responsabilidade do cristão
autêntico pesa-lhe nos ombros porque, por onde quer que ele viva, esteja ou
ande, existem sempre centenas de olhos a observar as suas ações e atitudes e a
verificar se, o que ele faz, está em conformidade com aquilo que ele fala e
prega.
Somente com a sua presença, o cristão
autêntico incomoda os que não agem direito; somente a presença do cristão
verdadeiro incomoda os que não andam de acordo com o modo de agir e pensar do
Senhor Jesus, pois com age de maneira pecaminosa e dúbia não pode se sentir bem
na presença de quem irradia luz e verdade, a exemplo do Mestre.
O cristão consciente reprova as
transgressões que os ímpios fazem contra a lei, a normas de boa conduta e o
respeito aos irmãos, e, a voz do cristão, é sempre uma condenação e acusação
contra a imoralidade reinante na sociedade e em todos os lugares onde os maus
se fazem presentes; e é por isso que o cristão autêntico está sendo sempre
observados por aqueles que não observam as leis do Senhor, porque os maus não
toleram os bons que, com o seu modo de vida de conformidade com os ensinamentos
do Mestre, condenam o modo de vida e de procedimento dos maus.
A responsabilidade dos cristãos
autênticos e fieis aos ensinamentos, aos mandamentos e às leis do Senhor,
promulgadas através das Sagradas Escrituras e ratificadas pelo Divino Mestre, é
muito grande, porque o mundo e os maus estão sempre observando os seus atos, e
os maus fazem festas quando o cristão comete falhas, caem, porque assim os maus
se sentem mais aliviados e dirão que os cristãos, seguidores do Mestre, não são
coerentes com o que falam e pregam.
Isso não é coisa nova: centenas de
anos antes do nascimento de Jesus Cristo, as Sagradas Escrituras já alertavam
os fieis a se cuidarem, colocando estas palavras na boca dos maus: “Armemos, pois, laços ao justo, porque nos é
molesto, é contrário às nossas obras, lança-nos em rosto as transgressões da
lei, desonram-nos, publicando as faltas do nosso procedimento. Afirma que tem a
ciência de Deus, e chama-se a si filho de Deus. Censura os nossos pensamentos.
Só o vê-lo nos é insuportável; porque a sua vida não é semelhante à dos outros, e o seu proceder é muito
diferente. Considera-nos como pessoas
vãs, abstém-se do nosso modo de viver como duma coisa imunda, prefere o fim
dos justos, gloria-se de que tem a Deus por pai. Vejamos, pois, se os seus
discursos são verdadeiros, experimentemos o que lhe sucederá, e veremos que
será o seu fim... ...Condenemo-lo à morte mais infame, e ver-se-á o resultado
das suas palavras” (Sb 2,12-17 e 20). O
profeta Jeremias sentiu na carne o problema da perseguição dos ímpios aos fieis
às leis do Senhor, quando escreveu: “Eu
era como um manso cordeiro, que é levado a ser vítima. Não soube que eles formaram desígnios contra mim,
dizendo: “Ponhamos lenho no seu pão, exterminemo-lo da terra dos vivos, não
haja mais memória do seu nome.” (Jr 11,19), e ainda mais: “Todos os homens que viviam em paz comigo e
que estavam ao meu lado, diziam: “Vejamos se comete alguma falha, e
prevaleçamos contra ele e vinguemo-nos dele.” (Jr 20,10).
O rei e profeta Davi, assim se
pronunciou em um de seus salmos: “Porque
ouvi as injúrias de muitos, no meio dos quais eu estava. Quando deliberavam
conta mim, resolveram tirar-me a vida”. (Sl 31 (30),14). E a vida e o destino
de Jesus, foi diferente? Os que se julgavam serem donos da verdade não se
conformaram com o modo de vida e os ensinamentos do Divino Mestre e, “Então se reuniram os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do
povo no átrio do sumo pontífice, que se chamava Caifás, e tiveram conselho
acerca dos meios de prenderem a Jesus por astúcia, e de o matarem.. Mas diziam
eles: ‘Não no dia da festa, não suceda levantar-se algum tumulto entre o
povo’”. (Mt 26,3-5).
Preocupado com a perseguição que
sofreriam os seus seguidores como ele mesmo foi o tempo todo perseguido, Jesus
prevenia: “Bem-aventurados os que sofrem
perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurado sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo,
disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos,
porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram
os profetas que vieram antes de vós.” (Mt 5, 10,11), e, Pedro Apóstolo,
assimilando com perfeição esse ensinamento do Mestre, escreve aos fieis: “Bem-aventurados sois, se sofreis injúrias
por causa do nome de Cristo, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus
repousa sobre vós. Mas ninguém dentre vós queira sofrer como assassino ou
ladrão, ou malfeitor ou como delator, mas se sofre como cristão, não se
envergonhe, antes glorifique a Deus por esse nome. (1a. carta de Pedro,
4,14-16), e complementa: “Assim, aqueles
que sofrem segundo a vontade de Deus, confiam as suas almas ao fiel Criador,
dedicando-se à pratica do bem. (1a. carta de Pedro, 4, 19).
A vida do Senhor Jesus, no que diz
respeito a sua mansidão, a sua coerência de vida, aos insultos, perseguições e
sofrimentos por que passou, o modo de morte que morreu, e a maneira como venceu
os maus através de sua ressurreição, dá incentivo ao cristão de compreender e
aceitar as incompreensões e perseguições que sofre pelos maus; a vida do
cristão autêntico, que segue de perto as pegadas do Divino Mestre, é de muita
responsabilidade, porque o objetivo dos maus não é se tornarem bons para
deixarem de ser maus, mas é fazer com que os bons se tornem, como eles, maus,
para que ninguém mais possa condenar as suas atitudes e transgressões, as suas
omissões, imoralidades e injustiças.
A responsabilidade do cristão autêntico
é muito grande...
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