SANTA CRISTINA - SÉCULO III
A arqueologia não serve apenas
para descobrir os dinossauros enterrados pelo mundo.
Ela também pode confirmar a existência
dos santos mártires que marcaram sua trajetória na história pela fé
Segundo os mosaicos descobertos na
igreja de Santo Apolinário, em Ravena, construída no século VI, Cristina era
realmente uma das virgens cristãs mártires das antigas perseguições. E
portanto, já naquele século, venerada como santa, como se pôde observar pela
descoberta de sua sepultura, que também possibilitou o aparecimento de um
cemitério subterrâneo, que estava oculto ao lado.
A arte também compareceu para
corroborar seu testemunho através dos tempos.
O martírio da jovem virgem Cristina
foi representado pelas mãos de famosos pintores, como João Della Robbias, Lucas
Signorelli, Paulo Veronese e Lucas Cranach, entre outros. Além dos textos
escritos em latim e grego que relatam seu suplício e morte, que só discordam
quanto à cidade de sua origem.
Os registros gregos mostram como sua
terra natal Tiro, enquanto os latinos citam Bolsena, na Toscana, Itália. Esses
relatos do antigo povo cristão contam que o pai de Cristina, Urbano, era pagão
e um oficial do Império Romano, que, ao saber da conversão da filha, queria
obrigá-la a renunciar ao cristianismo. Por isso decidiu trancar a filha numa
torre na companhia de doze servas pagãs.
Para mostrar que não abdicava da fé em
Cristo, Cristina despedaçou as estátuas dos deuses pagãos existentes na torre e
jogou, janela abaixo, as jóias que as adornavam, para que os pobres pudessem
pegá-las. Quando tomou conhecimento do feito, Urbano mandou chicoteá-la e
prendê-la num cárcere.
Nem assim conseguiu a rendição da
filha, por isso a entregou aos juízes. Cristina foi torturada terrivelmente e
depois jogada numa cela, onde três anjos celestes limparam e curaram suas
feridas.
Como solução final, o governante pagão
mandou que lhe amarrassem uma pedra ao pescoço e a jogassem num lago.
Novamente, anjos intervieram: sustentaram a pedra, que ficou boiando na
superfície da água, e levaram a jovem até a margem do lago. As torturas
continuaram, mesmo depois de seu pai ser castigado por Deus e morrer de forma
terrível.
Cristina ainda foi novamente
flagelada, depois amarrada a uma grade de ferro quente e colocada numa fornalha
superaquecida, mordida por cobras venenosas e teve os seios cortados, antes de,
finalmente, ser morta com duas lanças transpassando seu corpo virgem.
Assim o seu martírio foi divulgado
pelo povo cristão desde 23 de julho de 287, data de sua morte.
A festa de Santa Cristina foi
confirmada e mantida pela Igreja neste dia.
São comemorados também neste dia:
Santa Cristina de Bolsena (virgem e mártir), Santa Cristina de Tiro (virgem e
mártir), Santa Cristiana de Termonte (virgem), São Sarbélio Makhluf, Santo
Ursino, Santa Niceta, Santa Luiza de Sabóia, Santo Aliprando de Ciel d’Oro
(abade).
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