MEDALHA MILAGROSA DE
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
Em 1830, no dia 27 de novembro, deu-se
a aparição de Maria a Santa Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da
Caridade, à Rue du Bac 140 em Paris. Nessa ocasião a Mãe de Jesus mostrou o
modelo da medalha que ela desejava fosse cunhada como sinal de grandes graças
que ela obteria junto de seu divino Filho.
Esta Medalha traz inúmeras mensagens e
a primeira delas é atinente a Imaculada Conceição de Maria, dogma que seria
proclamado dia 8 de dezembro de 1854, por Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus. As mãos
abertas da Medianeira de todas as graças é outra grande lição. É o resumo do
papel da Virgem Maria na história da salvação, no Evangelho.
Adite-se a cruz de Cristo nela,
sacrificado pelos homens e Maria exemplo de fé ao pé da cruz, representada pelo
M de seu nome. O coração de Jesus e de Maria a atestar o amor imenso do
Salvador e de Sua Mãe por todos os remidos.
As doze estrelas lembrando a mulher do
Apocalipse (cf. Ap 12,1).
Ela é aquela que deu nascimento ao
corpo humano de Cristo e à Igreja, que dá nascimento aos batizados que formam o
Corpo Místico de Jesus. Como as 12 estrelas lembram também as 12 tribos de
Israel e os doze apóstolos, a medalha milagrosa tem um aspecto também
profundamente missionário. Adite-se que no século XIX imperava por toda parte a
negação de Deus com o endeusamento da Ciência, que pretendia responder a todas
as questões religiosas e filosóficas.
A literatura da época estava
impregnada de ateísmo, levando as mentes ao irracional e ao fantástico. Além
disso, quando, em 1830, ia se instalar um regime político antirreligioso,
desenvolvendo uma forma de capitalismo liberal particularmente materialista, a
Virgem então propõe não um objeto científico, mas um objeto simples, uma
medalha a falar das realidades celestes.
A difusão dessa peça se dá no momento
também de uma renovação do Catolicismo social com Frederico Ozanam e as
Conferências de São Vicente de Paulo. Ocorria uma vitalidade da reflexão
universitária e literária católica. Tudo isso era reforçado com a medalha que
mostrava a intervenção de Deus na história não só da França, mas de todo o
mundo.
O Arcebispo de Paris, a quem Catarina
Labouré levou o pedido de Nossa Senhora para que se cunhassem as medalhas,
percebeu a riqueza doutrinária que ela continha. Em 1832 houve a primeira
distribuição dessas peças por ocasião da epidemia da cólera que dizimava a
capital francesa.
As primeiras 20 mil medalhas foram
confeccionadas em 1830, ano em que esta epidemia, vinda da Rússia através da
Polônia, irrompeu em Paris a 26 de março, ceifando vidas, num imenso cântico
fúnebre. Num só dia houve 861 mortes.
No total foram registradas
oficialmente 18.400 mortes, porém, na realidade, houve mais de 20 mil. As
descrições da época são aterradoras: em quatro ou cinco horas, o corpo de um
homem em perfeita saúde reduzia-se ao estado de um esqueleto.
Como se fora num abrir e fechar de
olhos, jovens cheios de vida tomavam o aspecto de velhos carcomidos, e logo
depois não eram senão cadáveres. Nos derradeiros dias de maio, a epidemia
parecia recuar.
Na segunda quinzena de junho, no
entanto, um novo surto da doença redobra o pânico do povo. Mas, finalmente, no
dia 30 de junho, a Casa Vachette entrega as primeiras 1.500 medalhas, que são
distribuídas pelas Filhas da Caridade e abrem o cortejo sem fim das graças e
dos milagres: Curas maravilhosas se deram e a epidemia foi debelada.
Houve depois a conversão de Alfonso
Ratisbona do Judaísmo para o Cristianismo e ele se pôs a trabalhar para a
aproximação dos judeu-cristãos.
A Igreja falava na santa medalha, mas
o povo logo a chamou de medalha milagrosa.
Quando Santa Catarina Labouré faleceu
dia 31 de dezembro de 1876 já um bilhão de medalhas tinham sido distribuídas.
Cumpre se lembre sempre que a Santa Igreja chama de “sacramental” alguns
objetos abençoados pelo sacerdote, tais como: as medalhas milagrosas e de São
Bento, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo e o terço.
Não transmitem por si mesmos a graça
como os sacramentos, mas penhoram as bênçãos divinas e ajudam os cristãos a
progredir na fé, na esperança, na prática das outras virtudes e na vida de
oração. (Cônego José Geraldo
Vidigal de Carvalho – Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos).
Simbolismo da Medalha Milagrosa:
A
SERPENTE: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A
mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na
Bíblia, no livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela
te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar".
Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus
Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a co-redentora, a
"nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher
finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse
escravizar os homens.
OS RAIOS:
Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa
Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
AS 12
ESTRELAS: Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima
também é saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave,Stella Maris.
O CORAÇÃO
CERCADO DE ESPINHOS: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou
em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça
da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito
e ilimitado Amor.
O CORAÇÃO
TRANSPASSADO POR UMA ESPADA: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de
Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá,
compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.
O M:
Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o
Calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história
da salvação.
O
TRAVESSÃO E A CRUZ: Simbolizam o Calvário. Para a doutrina católica, a
Santa Missa é a repetição do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a
importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.
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