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DE MARÇO.
SÃO
CIRILO DE JERUSALÉM, BISPO, CONFESSOR E DOUTOR DA IGREJA (+386)
Desde o início
dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV,
que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões.
Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais
cristãos e bem situados financeiramente.
Muito
preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias
humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote. No ano de 348, foi consagrado,
bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos,
dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes.
A primeira
porque o bispo Acácio, de grande influência na Igreja, cuja obra foi citada por
São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador
Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas
em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja
assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o
imperador Valente, este herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os
bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias
cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.
O seu trabalho,
entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele
sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou
sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os
catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi
nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta
ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram
dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos
ritos Sacramentais da iniciação cristã.
Assim, seus
escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês"
de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos
mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja. Cirilo também soube viver a
religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em
vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para
matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386. Desde o início de sua
vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a
catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os
arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina
ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual
ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa
oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e
amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender
a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião". Sua
canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi
considerado vascilante, como dizem os registros.
Em 1882, o
Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo
de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas
católicos.
São
comemorados também, neste dia: Bem-aventurado Faustino Miguez, São Cristiano, São Narciso, São Alexandre de Jerusalém (bispo),
Santo Anselmo de Lucca (bispo), São Fediano de Lucca (bispo), São Narciso de
Gerona (bispo), São Salvador de Horta (religioso).
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