segunda-feira, 18 de março de 2013

SÃO CIRILO DE JERUSALÉM, BISPO, CONFESSOR E DOUTOR DA IGREJA (+386)


18 DE MARÇO.
SÃO CIRILO DE JERUSALÉM, BISPO, CONFESSOR E DOUTOR DA IGREJA (+386)


Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente.
Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote. No ano de 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes.
A primeira porque o bispo Acácio, de grande influência na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o imperador Valente, este herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378. 
         O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã.
Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja. Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386. Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião". Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vascilante, como dizem os registros.
Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.
São comemorados também, neste dia: Bem-aventurado Faustino Miguez, São Cristiano, São Narciso, São Alexandre de Jerusalém (bispo), Santo Anselmo de Lucca (bispo), São Fediano de Lucca (bispo), São Narciso de Gerona (bispo), São Salvador de Horta (religioso).

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