30 DE SETEMBRO
SÃO GREGÓRIO, O ILUMINADOR - (257-332)
Gregório nasceu na cidade de
Valarxabad, na Armênia, por volta do ano 257. Seu pai matou o rei da Armênia,
seu parente, numa conspiração com o reino da Pérsia, que assumiu o poder. Os
soldados armênios encontraram o assassino do monarca e o executaram com toda a
família, exceto o filho de um ano de idade, Gregório.
O rei persa assumiu o trono da
Armênia, não sem antes matar toda a família real. Entretanto o príncipe
sucessor, Tirídates, e sua irmã, ainda crianças, conseguiram ser poupados,
sendo enviados para Roma, onde receberam uma educação pagã digna da nobreza da
época. O pequeno monarca recebeu, também, esmerada formação militar,
destacando-se pela valentia.
Ao mesmo tempo, Gregório foi
enviado para a Cesarea da Capadócia, onde recebeu educação e formação cristã.
Aos vinte e dois anos, casou-se com uma jovem também cristã e teve dois filhos,
Vertanes e Aristakes. Depois de sete anos, o casal, de comum acordo,
interrompeu a vida matrimonial. Ela foi viver retirada num convento, mas sem
vestir o hábito. Ele se ordenou sacerdote e partiu da Cesarea.
Em 287, por interesse do Império
Romano, que desejava tirar a Armênia do poder dos persas, Tirídates foi
enviado, com soldados romanos, para retomar o trono que era seu por direito.
Curiosamente, nesse exército estava também Gregório, que era seu colaborador e
conselheiro particular.
Vitorioso, tornou-se Tirídates III,
rei da Armênia. Para agradecer a reconquista, mandou que Gregório fosse,
pessoalmente, oferecer flores e incenso aos deuses no templo pagão. Como se
negou a obedecer à ordem por ser cristão, o rei mandou torturá-lo. Mas a
situação de Gregório ficou muito pior ao ser denunciado como o filho do
assassino do pai do rei. Revoltado, o monarca mandou intensificar as torturas e
depois jogá-lo no fundo da masmorra mais profunda da Armênia, onde ficou no
esquecimento.
Quinze anos mais tarde, Tirídates
III contraiu uma doença contagiosa incurável e sofria muitas dores. Nessa
ocasião, a princesa sua irmã teve dois sonhos reveladores: neles, uma voz
dizia-lhe que a única pessoa capaz de curar o rei era Gregório. Assustada,
mesmo acreditando que ele já havia morrido, enviou um mensageiro à masmorra,
que o descobriu ainda vivo.
Gregório foi libertado e curou,
milagrosamente, o rei da doença contagiosa, por meio das orações cristãs.
Tocado pela fé, Tirídates III fez-se batizar, juntamente com toda a sua
família, sua Corte e seu povo. Assim, a Armênia, que fora evangelizada, segundo
a tradição, pelos apóstolos Bartolomeu e Tadeu, tornou-se a primeira nação
oficialmente cristã em 301, por obra de Gregório, o iluminador, como passou a
ser chamado.
Ele se tornou o bispo da Capadócia
e um dos maiores líderes da Igreja armênia, cuja sede apostólica, a catedral de
Etchmiadzin, construiu em 303. Mandou chamar seus dois filhos para auxiliá-lo.
Depois, já cansado e com a sensação do dever cumprido, foi sucedido, como chefe
supremo dos cristãos, pelo seu filho Aristakes, que morreu antes do pai. Então,
quem assumiu o comando da sede episcopal foi o outro filho, Vertanes. Dessa
maneira, Gregório pôde, enfim, realizar seu grande sonho, que era o de
retirar-se para um lugar solitário e viver apenas de oração e penitência, até a
morte, em 332.
São Gregório, o iluminador, é
venerado não somente como o apóstolo e padroeiro da Armênia, mas também como
evangelizador das igrejas síria e greco-ortodoxa. Na masmorra onde ficou preso
e esquecido, foi construído o mosteiro de Khor Virap, que significa "poço
profundo", para preservar o local original a quarenta metros de
profundidade.
São
comemorados também nesta data: São Jerônimo, São Simão de Crépu, Santo Antonino
de Placência (mártir), Santo Honório de Cantuária (bispo), São Leopardo de Roma
(mártir).
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