CONVERSANDO
COM MARIA, A MÃE DE JESUS
Todos nós,
vossos filhos, vos amamos, Maria, e através de vós amamos a Deus e desejamos
amá-lo mais ainda e cada vez mais. O
nosso amor por vós nos dá forças para lutarmos para a maior glória de Deus. Todos
nós, que desejamos alguma coisa, alguma melhora na nossa vida ou na vida de
alguém, todos nós que desejamos a vinda de melhores dias, um emprego, uma graça
para vencermos um defeito particular, ou um pedido para a conversão de um
filho, do marido, da esposa, do pai, irmãos ou amigos, quando precisamos de uma
grande graça não pensamos duas vezes e logo corremos aos vossos pés, doce Mãe, e
dificilmente alguém de nós sai de perto de vós sem que a Senhora tenha atendido
o nosso pedido.
Quantas vezes
recorremos à vós, doce Mãe, quando notamos tristemente que a nossa fé vacila,
quando esfriamos na nossa dedicação para com a Igreja de Deus, ou porque nos
afligimos por termos que carregar uma grande cruz que parece muito pesada para
a nossa fraqueza na fé, ou ainda, quando temos no seio de nossa família
perturbações e infelicidades domésticas que nos parecem dificultar até a nossa
própria salvação eterna, e, para todos nós que recorremos aos vossos pés, a
oração parece trazer tão pouco alívio.
Nós não
sabemos rezar, Senhora. Ainda não aprendemos suficientemente o vosso
ensinamento de como se deve pedir e agradecer ao Senhor Nosso Deus.
Não seguimos o vosso conselho quando,
carinhosamente, vós nos apontais o vosso Divino Filho e nos diz, maternalmente:
“Façam tudo o que ele vos disser” e, por isso, julgamos que as nossas orações
não alcançam o seu objetivo. Nós não procuramos suficientemente o vosso amparo
maternal.
Nós nem nos
preocupamos em ouvir a revelação dos grandes santos e santas, vossos filhos
queridos e devotos, quando dizem que o refúgio no vosso manto maternal nos
livra de todos os males e nos dá a certeza de ancorarmos em porto seguro.
Todos nós que
aqui estamos aos vossos pés, amamos e adoramos ao Senhor Nosso Deus, amamos e
adoramos o vosso Divino Filho, amamos e adoramos ao Divino Espírito Santo, e
vos amamos, doce Mãe. Mas, a devoção que consagramos à vós é fraca demais, é
escassa, é mesquinha, é deturpada pela nossa ignorância religiosa e muitas
vezes chega às raias da heresia.
Como
gostaríamos de vos conhecer melhor, doce Mãe, conhecer-vos como vós realmente
fostes, sem tronos, sem coroas e sem mantos, apenas uma mulher simples, de
avental, cabelos em desalinho como todas as
donas de casa que se preocupam realmente e totalmente com o seu lar;
olhos lacrimejantes pela fumaça do fogão a lenha enquanto preparáveis alimentos
para vosso esposo José e vosso filho
Jesus, tal como fazem as esposas e mães no dia de hoje, só que hoje elas tem a
vantagem de terem fogões a gás, e não mais à lenha como era o vosso.
Se vos
conhecêssemos melhor, Doce Mãe, também teríamos condições de vos mostrar aos
nossos irmãos, vós que fostes tão pequena e humilde que todos nós nos
sentiríamos mais à vontade junto de vós. A nossa ignorância obscurece todo o
vosso esplendor e distorce toda a vossa humildade. É por não vos conhecermos
como mereceis ser conhecida que Jesus Cristo não é amado como deveria ser; é
por não vos amarmos como mereceis e como deveríamos amar que os pecadores não
se convertem; é por não vos amarmos como deveríamos vos amar que a nossa Santa
Igreja não é exaltada; é por não vos amarmos como mereceis que temos tanta
falta de sacerdotes e somos tão carentes de vocações sacerdotais e religiosas
porque, na nossa ignorância, não vemos em vós a mãe do Sumo Sacerdote Jesus
Cristo.
Quantas almas
poderiam ser salvas e que desfalecem na fé tomando caminhos diferentes daqueles
que levam até Deus por não vos conhecer melhor. Os sacramentos não são frequentados
porque os fieis não vos amam, e não vos amando não amam verdadeiramente vosso
Divino Jesus Cristo. As almas não são evangelizadas com entusiasmo e zelo
apostólico porque quem as evangelizam, mas não se preocupam de aprender na
escola que tem como Mestre o vosso Divino Filho. Jesus Cristo não é conhecido
porque os cristãos não vos conhecem, doce Mãe; vós sois relegada ao segundo
plano e ficais no esquecimento ou somente sois procurada por vossos devotos
apenas por interesses egoístas e
mesquinhos. Quantas almas se desviam do verdadeiro caminho que é Jesus Cristo,
porque estão longe de vós, doce Mãe. E essa nossa falta de interesse em vos conhecer melhor que é a
causa de todas as nossas misérias, de todos os nossos males, de todas as nossas
omissões, de toda a nossa tibieza. Se seguíssemos os conselhos dos grandes
santos e santas que foram vossos devotos entenderíamos que o próprio Senhor
Nosso Deus quer que tenhamos para convosco uma devoção mais vasta, mais
extensa, mais sólida; uma devoção muito
diferente da que temos atualmente para com vós, Santíssima Virgem Maria, Mãe de
Deus e nossa Mãe. Se Jesus Cristo não é conhecido como deveria ser, é porque
ainda não vos amamos suficientemente, e somente por vós, Doce Mãe, chegaremos a
Jesus, nosso Divino Mestre.
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