06
DE JANEIRO
SANTO
CARLO DE SEZZE - 1613-1670
Curiosamente,
no Convento Franciscano de Lazio, chegavam leigos e personalidades da Igreja a
fim de confidenciarem seus problemas ao cozinheiro. Aliás, esse cozinheiro era
também o jardineiro e o porteiro do convento e seu nome era Carlo.
Nascido em 22
de outubro de 1613, em Sezze, Itália, Carlo era um irmão leigo, pessoa humilde,
submissa e sempre muito contente. Descontentes estavam seus familiares, os
Melchiori ou Marchionne, cujas propriedades rurais se perdiam de vista. Seus
familiares tinham outros planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e
fizesse carreira. Porém, poucos anos depois, Carlo era garçom numa cantina de
fazenda, em fuga dos estudos por causa de um professor severo. Mas Carlo lia
por conta própria, levando uma vida de ermitão e de santo. Depois, já aos 22
anos, estava entre os franciscanos.
A essa altura,
os familiares o queriam sacerdote, mas ele seria sempre frei Carlo, mais nada,
sem graduação alguma. Carlo passou por inúmeros conventos franciscanos, sempre
trabalhando, recolhendo esmolas, socorrendo doentes e moribundos em suas casas.
Com o transcorrer dos anos, desponta nele o explorador de consciências, o
modificador de atitudes e comportamentos, e essa fama corre por toda Igreja.
Embora Carlo
cuidasse apenas da horta e da cozinha do convento, sempre acontecia ser enviado
para outras cidades para que pudesse aconselhar bispos e cardeais. Um dia
recebe uma incumbência, diretamente do Papa Clemente IX (1667-69): "Frei
Carlo, dizem que na cidade de Perúgia há uma madre santa, vá lá e verifique
pessoalmente a veracidade da situação". Uma grande responsabilidade para
um simples cozinheiro. Frei Carlo tinha pouca instrução, mas escrevia
belíssimas páginas espirituais e autobiográficas, numa gramática acidentada,
porém, eficiente. Também não lhe faltaria sua porção de Calvário, com acusações
de uma mulher mundana. Consideradas depois, calúnias, mas que fizeram o frei
adoecer por alguns anos.
Após uma
viagem a Úmbria, frei Carlo falece em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São
Francisco, na cidade de Roma. E no seu peito se descobre um sinal estranho,
como uma cicatriz. Posteriormente, uma comissão médica declararia que esse
sinal é de origem sobrenatural. Em vida, frei Carlo falava de "um raio de
luz" que o havia atingido no peito, em 1648, numa igreja romana, durante
êxtase profundo com Deus. O pedido de sua canonização foi feito pouco tempo
após sua morte, mas seria concluído somente em 1959, pelo Papa João XXIII, que
o proclamou santo.
Seu corpo é
conservado na igreja do convento onde faleceu e sua festa é celebrada no dia
seguinte ao da sua morte, para não coincidir com a Epifania.
Também são
celebrados neste dia: São Julião e Santa
Basilissa (casal), São Dimas de Connor (bispo), São João de Rivera
(bispo), Santos Reis Magos.
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