SÃO
SEBASTIÃO - ANO 288
A reprodução
do martírio de São Sebastião, amarrado a uma árvore e atravessado por flechas é
uma imagem milhares de vezes retratada em quadros, pinturas e esculturas, por
artistas de todos os tempos. Entretanto, nem todos sabem que o destemido Santo
não morreu daquela maneira. O suplício das flechas não lhe tirou a vida,
resguardada pela fé em Cristo.
Vejamos como
tudo aconteceu. Sebastião nasceu em Narbônia, na Gália, atual França, mas foi
criado por sua mãe em Milão, na Itália, de acordo com os registros de Santo
Ambrósio. Pertencente a uma família cristã, foi batizado ainda pequenino. Mais
tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser
considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca
deixou de ser um cristão convicto e protetor ativo dos cristãos.
Ele fazia tudo
para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados
e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos
ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho Tibúrcio
foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois
estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve então, que comparecer
ante ao imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.
O imperador da
época era ninguém menos que o sanguinário Diocleciano, que lhe dispensara
admiração e confiara nele, esperando vê-lo em destacada posição no seu
exército, numa brilhante carreira e por isso considerou-se traído. Levado à sua
presença, Sebastião não negou sua fé. O imperador lhe deu ainda uma chance para
que escolhesse entre sua fé em Cristo e o seu posto no exército romano. Ele não
titubeou, ficou mesmo com Cristo.
A sentença foi
imediata: deveria ser amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Após a
ordem ser executada, Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela
mesma guarda pretoriana que antes chefiara. Entretanto, quando uma senhora
cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno encontrou-o
vivo! Levou-o para casa e tratou de suas feridas até vê-lo curado.
Depois,
cumprindo o que lhe vinha da alma, ele mesmo se apresentou àquele imperador
anunciando o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças
cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo e irado
com tamanha ousadia, o sanguinário Diocleciano o entregou à guarda pretoriana
após condená-lo, desta vez, ao martírio no Circo.
Sebastião foi
executado então com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte,
no dia 20 de janeiro de 288. Os algozes cumpriram a ordem e, para evitar a sua
veneração, foi jogado numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o
tirou, para sepultá-lo junto de São Pedro e São Paulo.
Posteriormente,
em 680, as relíquias foram transportadas solenemente para a Basílica de São
Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião em
Roma a peste vitimava muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora
daquela transladação.
Em outras
ocasiões foi constatado o mesmo fato; em 1575 em Milão, e em 1599 em Lisboa,
ambas ficando livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São Sebastião.
No Brasil, diz a tradição, que no dia da festa do padroeiro, em 1565, ocorreu a
batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade do Rio de
Janeiro, quando São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses,
mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses calvinistas.
Ele é o
protetor da Humanidade, contra a fome, a peste e a guerra e é claro do cartão
postal do Brasil, a cidade maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro.
São venerados
também, neste dia: Santo Eustóquio de Messina (franciscano), Santo Eutímio, o
Grego (abade), São Mauro de Cesena (monge e bispo), São Neófito de Nicéia
(mártir), São Fabiano (papa) e Bem-aventurada Maria Cristina da Imaculada
Conceição.
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