CARDEAL
HELDER CÂMARA –1909-1999
Helder Pessoa
Câmara nasceu na cidade de Fortaleza, Brasil, no dia 7 de fevereiro de 1909.
A sua família
era simples e católica, seus pais tiveram treze filhos e ele era o décimo
primeiro. Sua vocação religiosa despontou na tenra idade, por influência da
Escola dos Padres Lazaristas de Fortaleza, também conhecida como Seminário da Prainha
de São José.
Aos quatorze
anos de idade, ingressou naquele seminário, onde estudou filosofia e teologia.
Foi tão brilhante que a Santa Sé autorizou sua ordenação sacerdotal em 1931.
No dia da
Assunção de Nossa Senhora, Helder foi ordenado sacerdote e celebrou sua
primeira missa no dia seguinte, com apenas vinte e dois anos de idade. Logo foi
nomeado diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará.
Cinco anos
depois, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde morou e trabalhou por vinte
e oito anos. Em 1952, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB elegeu-o bispo auxiliar do Rio
de Janeiro.
Exerceu o cargo de secretário-geral da CNBB, implantou os ideais da
organização, promoveu a interação entre os bispos do Brasil, participou de congressos
para atualização e adaptação da Igreja Católica aos tempos modernos, sobretudo
integrando a Igreja na luta em defesa da justiça e da cidadania.
Dom Helder
Camara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 1964, cargo em que ficou por
vinte anos. Nessa época, o Brasil vivia em plena ditadura militar. Como
sacerdote representante da Igreja Católica, dom Helder pôde levantar a sua voz
em defesa da comunidade sem vez e sem voz na escala social. Teve como ideário,
nas suas pregações, a luta pela fé cristã e a caridade aos pobres e oprimidos.
Passou a sofrer retaliações e perseguições, ficando sem ter acesso à mídia e
impedido de divulgar suas mensagens durante todo o período ditatorial.
Apesar de
tudo, a personalidade de dom Helder ganhava, cada vez mais, dimensão no Brasil
e no exterior. Ele criou projetos e organizações pastorais destinadas a atender
as comunidades do Nordeste, que viviam em situação de miséria. No final do
século XX, com o apoio de instituições filantrópicas, lançou, oficialmente, a
campanha "Ano 2000 sem Miséria". Para dom Helder, era constrangedor
que, às vésperas do segundo milênio do nascimento de Jesus Cristo, milhares de
pessoas ainda vivessem na total miséria. Dom Helder escreveu diversos livros,
que foram traduzidos em mais de trinta idiomas. Recebeu cerca de seiscentas
condecorações e trinta e dois títulos de doutor honoris causa.
Diversas
cidades brasileiras concederam-lhe o título de cidadão honorário.
No dia 27 de
agosto de 1999, o arcebispo dom Helder Camara morreu. Ele será lembrado, na
história da Igreja Católica, como um apóstolo que soube honrar o Brasil e usar
seu carisma de defensor da paz e da justiça para os filhos de Deus.
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