XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano: A; Cor: Verde; Leituras: Is 22,19-23; Sl 137;
Rm 11,33-36; Mt 16,21-27.
“E VOCÊS, QUEM DIZEM QUE EU SOU?” (Mt 16,13-20).
Diácono Milton Restivo
Para entendermos
o conteúdo da primeira leitura, há necessidade de que conheçamos a situação do
povo judaico na época desses acontecimentos e, principalmente, que seja lido
integralmente o capítulo 22 de Isaías. Na passagem lida nesta liturgia, o profeta
Isaias chama a atenção das autoridades judaicas que se banqueteavam num momento
de grande atribulação do povo que estava sendo atacado por nações estrangeiras.
Nos momentos de trégua dos ataques dessas nações, as autoridades festejavam
como se os ataques não mais acontecessem e não voltariam a acontecer. Segundo o
rodapé da Bíblia Edição Pastoral, esse oráculo foi pronunciado logo após a
retirada do exército assírio que cercava Jerusalém no ano 701 aC.
Para Isaías a
ameaça assíria era um castigo de Yahweh para que Jerusalém se arrependesse de
seus pecados. Em vez de reconhecer os pecados e converter-se, o povo, incitado
pelas autoridades, se vangloria e festeja, sem perceber que a retirada do
inimigo é apenas uma concessão de Yahweh para que o povo se recomponha e, ao
invés de se preparar para novos ataques do inimigo, faz festas.
Por isso, Isaías
adverte: “Vocês só não olharam para
aquele que fez tudo; só não enxergaram aquele que, de longe, planejou tudo
isso. Nesse dia Yahweh dos exércitos tinha chamado para chorar e bater no
peito, para raspar a cabeça e vestir
luto. Em vez disso, o que se viu foi divertimento e alegria, matança de bois e
abate de ovelhas, gente comendo carne e
bebendo vinho: ‘Comamos e bebamos, que amanhã morreremos.’ Yahweh dos
exércitos disse ao meu ouvido: ‘Juro que
esse pecado não será reparado até a morte de vocês’ – disse Yahweh dos
exércitos.” (Is 22,11b-14). Mas nem o rei, nem as autoridades e nem o povo
procuraram entender a admoestação de Yahweh pronunciado pelo seu porta-voz,
Isaías.
Na leitura desta
liturgia Yahweh, pela boca de Isaias, volta-se para o rei, responsável pelo
destino do povo, e ameaça colocar outro rei em seu lugar: “Vou afastar você do seu cargo, vou afastá-lo de sua função. Neste
mesmo dia, vou convocar o meu servo Eliacim, filho de Helcias. Vou vesti-lo com
a túnica que pertencia a você, vou firmar-lhe a cintura com o cinturão que você
usava; colocarei nas mãos dele o poder que era seu. E ele será como um pai para
os habitantes de Jerusalém e da casa de Judá.” (Is 22,19-21). E as
admoestações continuam sem encontrar eco no coração e no entendimento do rei,
das autoridades e do povo.
Setecentos anos
depois disso, Jesus usa para Pedro uma frase que Yahweh, possivelmente diria
para o rei de Judá: “Fique longe de mim,
Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de
Deus, mas as coisas dos homens” (Mt 16,23).
O Salmo 137, ou Salmo 136
segundo a Septuaginta, é um dos salmos mais conhecidos do livro dos Salmos. As
suas linhas de abertura “Junto aos rios
de Babilônia...” foram introduzidas por diversas ocasiões em letras de
canções, como, por exemplo, a música do Padre Zezinho.
Este salmo expressa o lamento do povo judeu no exílio após a conquista
de Jerusalém em 586 aC. Fontes rabínicas atribuem o poema ao profeta Jeremias e
a versão Septuaginta do salmo contém a inscrição “Para Davi. Por Jeremias, no
Cativeiro”.
As linhas iniciais do poema são bastante conhecidas e descrevem a
tristeza dos israelitas, pedidos para cantar a canção do Senhor numa terra
estrangeira: “Pois ali os que nos levaram
cativos, nos pediam canções...Cantai-nos das canções de Sião”. Eles
recusaram-se a fazê-lo, deixando as suas harpas penduradas em árvores: “Como cantaremos a canção de Jeová Em terra
de estrangeiros?... Nos salgueiros
que há no meio dela, Penduramos as nossas harpas”.
Depois, o poema faz uma recordação da cidade de Jerusalém. Termina com
fantasias de vingança e destruição: “Ó
filha de Babilônia, que hás de ser destruída”.
Na segunda leitura Paulo entoa um hino de admiração,
respeito, e adoração à sabedoria misericordiosa de Deus, buscando na literatura
do Antigo Testamento o que profetas e santos já haviam dito e enaltecido a
misericórdia de Deus, “Ó abismo de
riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são insondáveis seus juízos e
impenetráveis seus caminhos” (Rm 11,33), como diz o Salmo 139: “É um saber maravilhoso que me ultrapassa, é
alto demais: não posso atingi-lo. [...]
Mas a mim, como são difíceis os
seus projetos! Meu Deus, como é grande a soma deles! Se os conto, são mais
numerosos que a areia! E ao despertar, ainda estou contigo” (Sl
139,6.17-18).
E Paulo continua: “Que,
com efeito, conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem se tornou seu conselheiro?
Ou quem primeiro lhe fez o dom para receber em troca?” (Rm 11,34-35),
repetindo aquilo que o profeta Isaías havia dito há mais se setecentos anos
atrás: “Quem mediu toda água do mar na
concha da mão? Quem mediu a palmo o tamanho do céu? Quem mediu na vasilha o pó
da terra? Quem pesou as montanhas na balança e as colinas nos seus pratos? Quem
dirigiu o espírito de Yahweh, que lhe sugeriu o seu projeto? A quem pediu
conselho para se instruir, para lhe ensinar o caminho do direito, para lhe
ensinar a ciência, e lhe indicar o caminho da inteligência? [...] Com quem vocês poderão comparar Deus? Que
figura podem arrumar para representá-lo?” (Is 40,13-14.18). Paulo encerra o
seu hino de louvor e adoração, dizendo: “Porque
tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória pelos séculos. Amém” (Rm
11,36).
O Evangelho
desta liturgia mostra-nos Jesus caminhando com seus apóstolos e discípulos
pelas estradas empoeirentas e ensolaradas da Galiléia, dirigindo-se para a
cidade de Cesaréia de Felipe e, como sempre fazia, não perdendo a oportunidade
de ensinar seus seguidores e para mostrar realmente quem ele era, fez a
seguinte pergunta: “Quem dizem os homens
que eu sou?” (Mt 16,13; Mc 8,27; 9,18). Essa pergunta, feita pelo Senhor
Jesus aos seus discípulos há dois mil anos atrás, ainda ressoa em nossos
ouvidos e todos os dias ele continua nos indagando: “para você, quem sou eu?” Quem é Jesus para mim, para você, para
nós, para todo o povo?
A essa pergunta
de Jesus aos discípulos, eles responderam prontamente: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros ainda que
é Jeremias ou um dos profetas” (Mt 16,14; Mc 8,28; Lc 9,19). Jesus parece
não se contentar com essa resposta e quer saber mais; insiste e quer saber a
opinião dos seus discípulos, daqueles que se propuseram a segui-lo onde quer
que fosse.
Jesus não estava
preocupado em saber da opinião dos outros, mas de cada um em particular, e
insiste: “E para vocês, quem eu
sou?" (Mt 16,15; Mc 8,29; Lc 9,20).
É interessante e
de suma importância essa pergunta: para mim, para você, honestamente, que é
Jesus?
Jesus nos faz
essa pergunta cada dia e todos os dias: “Você,
quem você acha que eu sou? Que idéia você faz sobre mim? O que pensa você de
mim? O que julga você que eu vim fazer neste mundo? Quem sou eu para você? Para
os seus amigos? Para a sua família?”
A todo momento Jesus nos faz essa pergunta.
Quem é realmente
Jesus para você? Para mim? Para nós? Sabemos realmente quem é Jesus Cristo? Nos
Evangelhos temos várias opiniões de pessoas diferentes sobre quem é Jesus.
O cego Bartimeu
disse: “Ele é o filho de Davi” (Mc
10,47). O jovem rico o chamou de “Bom
Mestre” (Mc 10,17). Um oficial do exército romano afirmou: “De fato, esse homem era mesmo filho de Deus”
(Mc 15,39). João Batista o apresenta ao povo, dizendo: “Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo
1,29). Marta, irmã de Lázaro, faz a sua profissão de fé: “Eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus, que deveria vir a
este mundo” (Jo 11,27). Os apóstolos,
na barca, atestam: “De fato, tu és o
Filho de Deus” (Mc 14,33).
Não são somente
essas pessoas que demonstram a sua fé ao dizer quem é Jesus.
E Natanael, que
foi testado por Jesus: “Rabi, tu és o
Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49). E Tomé que duvidou de
Jesus ressuscitado: “Meu Senhor e meu
Deus.” (Jo 20,28). E os samaritanos, que receberam o testemunho da
samaritana: “Já não é pelo que ela disse
que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que ele é
verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” (Jo 4,42).
Até os inimigos
declarados de Jesus sabiam quem ele era: os demônios: “Ele é o santo de Deus, o Filho do Deus altíssimo…” (Lc 8,28); “Que
temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos
antes do tempo?” (Mt 8,29); os principais dos sacerdotes e os fariseus que
o queriam matar: “Este homem opera muitos
sinais; se o deixarem assim, todos crerão nele” (Jo 11,47); Pilatos,
governador romano, que o mandou para o suplício da cruz: “Não vejo culpa alguma de que o acusais neste homem” (Jo 19,4,6);
Judas, que vendeu o Senhor por umas poucas moedas de prata: “Traí o sangue de um inocente” (Mt
27,4); o malfeitor, que fora crucificado com Jesus, e presenciara os últimos
momentos de sua vida: “Lembre-se de mim
quando entrar no seu reino” (Lc 23,42)
Nos Santos
Evangelhos existem muitos outros testemunhos sobre quem é Jesus, e a afirmativa
mais autorizada e abalizada vem do Próprio Pai: “Este é meu Filho Amado em quem me comprazo, ouvi-o” (Mt 17,5).
Mas, para mim,
para você, quem é Jesus Cristo? Cada qual pensa de Jesus Cristo de acordo com a
sua conveniência, com a sua crença, mas poucos têm certeza e confiança na
crença que diz ter. Cada um faz de Jesus Cristo alguém que se adapte ao seu
modo de vida.
Cada um tem o
seu Cristo particular, que nada tem a ver com o Cristo Verdadeiro e que faz
somente o que lhe agrada e, quando não faz, é criticado.
Para muitos, Jesus
Cristo não passou de um revolucionário que veio a este mundo para inverter a
ordem das coisas. Para outros Cristo foi um sábio que procurou aperfeiçoar as
leis. Para outros, ainda, Cristo foi um homem muito corajoso que chegou a
enfrentar os poderosos, os governos, os líderes religiosos, as idéias erradas
de sua época e, bem por isso, o mataram.
Para o espírita
Jesus Cristo não passa de um ser evoluído e muito desenvolvido no plano espiritual,
enfim, um médium. Para o, político Jesus Cristo foi um homem que soube fazer
política e agradar a muita gente. Para o homem de negócio Jesus Cristo foi
alguém de muita visão, e que poderia até matar a fome de todos multiplicando
pães, fazendo pescarias milagrosas, ou transformando água em vinho, pena que o
povo não soube compreendê-lo. Para os poderosos Jesus Cristo foi um homem que
poderia ter sido um rei a hora que quisesse, e para isso não faltou
oportunidade, e poderia fazer desse mundo o que bem entendesse; poderia ter o
mundo material em suas mãos, mas não quis assumir. Para os cientistas Jesus
Cristo foi alguém que tinha poderes para dominar a natureza, controlar as
forças do infinito andando sobre as águas do mar e ordenando aos ventos e
tempestades para que se amainassem, e isso ele fazia a hora que entendesse.
E você,
compartilha com essas idéias? São essas
as idéias que você tem de Jesus Cristo?
Se forem essas
as idéias que temos de Jesus Cristo, então não valeu a pena seu sacrifício, por
nós, no Calvário. Quem pensa dessa maneira a respeito de Jesus Cristo ainda não
entendeu o grande amor que o Senhor Deus e Nosso Pai tem por todos nós que
mandou o seu Filho Único a este mundo para que voltássemos ao verdadeiro
caminho que nos conduz à verdade que é
fonte de vida e que não se acaba mais, porque, Jesus Cristo é “...a Palavra que se fez carne e habitou
entre nós, e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho
Único, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).
Jesus Cristo é o
Filho amado do Pai que o Pai enviou ao mundo para salvar o mundo e não para
condená-lo: “Deus não enviou o seu Filho
para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele. [...]
Quem aceita o testemunho dele comprova
que Deus é verdadeiro. Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus e
doa o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho, e lhe entregou nas mãos todas as
coisas. Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Quem rejeita o Filho
não verá a vida; pelo contrário, a ira de Deus permanece sobre ele.” (Jo
3,17.33-36.). Você entendeu quem é Jesus Cristo? Está em condições de responder
a sua pergunta?
Mas Jesus Cristo
continua a indagar aos seus discípulos, e a todos nós, nos dias de hoje: “E vocês, quem dizem que eu sou?”
Simão Pedro, ou, simplesmente Pedro, pela sua impetuosidade de homem impulsivo,
explosivo e cheio de vontade de servir, amar e agradar ao seu Mestre, antecipa-se
aos demais e diz num tom de voz firme e convicta, com plena segurança e certeza
do que estava falando: “Tu és o Cristo, o
Filho de Deus Vivo” (Mt 16,16; Mc 8,29; Lc 9,20).
Hoje não existem
mais “Pedros” como antigamente.
O número de “Pedros”
nos nossos dias está bem reduzido porque muitos falam com a boca que acreditam
que Jesus Cristo é o Messias, o Filho de Deus Vivo e Verdadeiro, como fez
Pedro, mas as suas ações, o seu comportamento, as suas atitudes e o seu coração
negam o que a boca proclama “Porque o
coração deste povo se tornou insensível.
E eles ouviram de má vontade, e fecharam os olhos, para não acontecer
que vejam com os olhos e ouçam com os ouvidos, e entendam com o coração, e se
convertam, e assim eu os cure. Mas,
felizes os vossos olhos porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem” (Mt
13,15-16; Is 6,9-10)
Precisamos
testemunhar Jesus Cristo como Filho de Deus, como Deus, não apenas com os
lábios e por palavras, para que não seja dirigida a nós a admoestação proferida
pelo profeta Isaias e repetida pelo Senhor Jesus, que disseram: "Este povo me honra com os lábios,
mas o coração está longe de mim. Em vão me prestam culto, pois o que ensinam
são mandamentos humanos." (Mt 15,8-9; Is 29,13). Precisamos
testemunhar Jesus como Filho de Deus, como Deus não apenas e somente com
palavras, mas, acima de tudo, com atitudes, com gestos concretos de fé e
responsabilidade. De nada adianta dizermos e repetirmos que Jesus Cristo é
verdadeiramente o Filho de Deus, é Deus, se não aceitarmos e vivermos as suas
leis, os seus mandamentos, se não seguirmos as suas determinações. É através de
nossas atitudes, do nosso modo de vida, do nosso testemunho de fé, do nosso
amor ao próximo e ao necessitado que demonstramos se acreditamos realmente que Jesus Cristo é
verdadeiramente o Messias, O Filho de Deus Vivo, como disse Pedro.
A nossa única
resposta à pergunta de Jesus: “E vocês, que
dizem que eu sou?" (Mt 16,15), deve ser a mesma de Pedro, mas com
convicção, com vida, com amor, com desprendimento total: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus
Vivo” (Mt 16,16).
Jesus Cristo é a
Palavra de Deus, a luz verdadeira que ilumina todos os homens: “O Verbo era a luz verdadeira que ilumina
todo homem; ele vinha ao mundo. Ele estava no mundo e o mundo foi feito por
meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não
o receberam. Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de
Deus: aos que crêem em seu nome, ele, que não foi gerado nem do sangue, nem de
uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se
fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem
junto ao Pai como Filho Único, cheio de graça e de verdade." (Jo 1,9-14).
Antes de qualquer coisa e acima de tudo Jesus Cristo é o Salvador de todos os
homens, é o Messias prometido desde a criação do mundo, é a Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade, é “o Filho de Deus Vivo” (Mt 16,16),
“o Filho de Deus que se fez homem para que todos os homens se tornassem filhos
de Deus” como disse Agostinho, Bispo de Hipona. Jesus Cristo é Deus que
quis ser homem para ensinar como deveríamos agir e sermos dignos filhos do
Senhor Nosso Deus e Pai.
E quando
chegarmos à feliz conclusão que Jesus Cristo realmente é o Filho de Deus, o
Salvador da Humanidade, aquele que veio e tomou a nossa carne, aquele que é rei
e se fez escravo para que todos nós, os escravos, nos tornássemos herdeiros do
reino.
Quando,
conscientemente e sem sombra de dúvidas chegarmos a essa conclusão e mostrarmos
isso através das nossas atitudes e do nosso modo de vida, aí então Jesus Cristo
dirá a cada um de nós, como disse a Pedro: “Bem-aventurado
és tu, Simão, Filho de Jonas porque não foi carne ou sangue que te revelaram
isso, e sim o meu Pai que está nos céus” (Mt, 16, 17).
Então, quem é
Jesus Cristo para nós? De acordo com a
vida que vivemos é que damos resposta a essa pergunta. Não podemos afirmar que
Jesus Cristo veio de Deus, que é o Filho de Deus se não cumprimos as suas
determinações, porque, se afirmarmos que ele é o Filho de Deus e, portanto,
Deus, e não cumprirmos o seu mandamento do Amor: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, nós somos hipócritas,
falsos e bajuladores, porque não adianta dizer que ele é o Filho de Deus se não
testemunhamos isso em nossa vida e se não cumprirmos as suas determinações.
O nosso modo de
vida, o nosso testemunho é que dão resposta sobre quem pensamos quem é Jesus na
realidade. Então, para você, meu irmão, para você, minha irmã, quem é Jesus? O
que você pensa dele? Como você o encara? Como você vive em sua vida os seus
mandamentos, as suas determinações, as suas mensagens, o seu Evangelho? Você
pode até dizer que acredita sinceramente que ele é o Filho de Deus que se fez
homem, mas, honestamente, você ama como ele amou? Você reza como ele rezou? Você
perdoa como ele perdoou? Você se entrega e sofre pelos outros como ele se
entregou e sofreu? Você consola os outros como ele consolou? Você ajuda o seu
irmão necessitado como ele ajudou? Você se alegra com os alegres e chora com os
tristes, assim como ele fez? Se você estiver fazendo tudo isso que Jesus fez e
com muito amor, se você colocou a mão no arado e não olhou para trás, se você
tomou a sua cruz e seguiu passo a passo as pegadas de Jesus com muito amor e
aceitação, então eu acredito quando você diz que crê que Jesus Cristo é o Filho
de Deus, é Deus.
Mas,
sinceramente, você está fazendo isso?
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