“TU ÉS O MEU FILHO DILETO...” (Lc 3,22).
Todos gostamos
de festas. Quando nasce um filho ficamos trasbordantes de alegria.
Quando alguém,
em casa, faz aniversário, dificilmente falta um bolo nem que seja pequeno, mas
significativo, e alguns refrigerantes. Quando alguém passa de ano na escola, ou
é bem sucedido no vestibular, ou termina um curso, promovendo-se na vida, todos
fazemos festas e queremos partilhar da alegria de quem conseguiu êxito nos
estudos.
Em todos os
casamentos fazemos festas e, quando somos convidados a participar desses
eventos alegres, fazemos questão de estarmos presentes, levando o nosso
presente.
Sentimo-nos muito bem num ambiente de festa, de
alegria, de confraternização.
Com Jesus
Cristo não foi diferente. Jesus é o Deus da alegria, o Deus da festa, o Deus da
participação. Em todas as suas manifestações a todos os homens houve festa,
houve alegria, houve participação; muitas pessoas foram convidadas para essas
manifestações de alegria e esperança.
Quando Jesus
nasceu no curral à beira da estrada, na cidade de Belém, os Anjos vieram dos
céus, porque os céus também estavam em festa, e a festa nos céus era tamanha
que transbordou, derramou sobre a terra e os Anjos que participavam dessa festa
nos céus, radiantes de alegria, desceram cantando, alegres e felizes,
anunciando a Boa Nova que a humanidade esperava desde o início dos tempos: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e
paz na terra aos homens de boa vontade.” (Lc 2,14).
Depois houve a
grande festa na visita dos magos, servindo-se, como guia desses homens sábios,
uma reluzente estrela no firmamento
enviada pelo Senhor Nosso Deus para conduzi-los até onde estava o menino
Jesus, e chegaram perguntando: “Onde está
o rei dos judeus que acaba de nascer?
Porque nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mt
2,2).
E os magos
manifestaram a sua alegria em presentes porque, quem ama dá presentes...
A Páscoa era e
é uma das maiores festas, senão a maior festa do povo judeu e todo o povo
participava dessa festa; os Santos Evangelhos nos narram que aos doze anos o
Senhor Jesus e seus pais foram de Nazaré, onde residiam, até a cidade de
Jerusalém para participarem, com todo o povo, dessa grande solenidade religiosa
festiva do povo judeu. (Lc 2,41-50).
A terceira
manifestação pública do Senhor Jesus, antes de iniciar a sua evangelização,
também foi uma grande festa, tão grande que o próprio Deus Pai se manifestou: “Ora, aconteceu que recebendo o batismo todo
o povo, batizado também Jesus, e estando em oração, abriu-se o céu, e desceu
sobre ele o Espírito Santo em forma corpórea como uma pomba; e ouviu-se do céu
esta voz:” “tu és meu filho dileto;
em ti pus as minhas complacências.” (Lc 3,21-22).
Segundo a
tradição cristã o Senhor Jesus teria trinta anos quando se dirigiu às margens
do rio Jordão ao encontro do João Batista para se deixar batizar. E,
nessa oportunidade, nova festa se realiza nos céus: o batismo do Senhor Jesus.
Novamente, nessa oportunidade, os céus se tornam pequenos demais para conter a
Santíssima Trindade e, bem por isso, a Unidade Trina se manifesta nas margens
do rio Jordão: o Pai Eterno falando das nuvens: “Tu és o meu filho dileto...” (Lc 3,22), referindo-se a Jesus
Cristo que acabara de ser batizado por João Batista, e o Divino Espírito Santo
se faz presente “...em forma corpórea
como uma pomba...” (Lc 3,22), e paira sobre a cabeça do Senhor Jesus.
Manifestou-se,
assim, de forma admirável, visível e audível, pela primeira vez aos homens, a
Santíssima Trindade: Deus Filho sendo batizado, o Espírito Santo como uma
pomba, e o Pai Eterno fazendo-se ouvir do mais alto dos céus: era o Pai, O Filho
e o Espírito Santo se manifestando e apresentando aos homens aquele que viera
para a salvação de “...todos os homens de
boa vontade.” (Lc 2,14).
As Sagradas
Escrituras nos revelam que o povo do Antigo Testamento, antes da vinda do
Senhor Jesus, desconheciam a Santíssima Trindade. Antes de Jesus o Senhor Nosso
Deus era conhecido e chamado pelos judeus apenas de “YAHWEH”, que quer dizer,
conforme o próprio Senhor revelou-se a Moisés: “EU SOU AQUELE QUE SOU”: “Moisés disse a Deus: Eis que eu irei aos filhos
de Israel, e lhes direi: O Deus de vossos pais enviou-me a vós. Se eles me
perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes hei de responder? Deus disse a Moisés:
EU SOU AQUELE QUE SOU. E disse: Assim dirás aos filhos de Israel: AQUELE QUE É
enviou-me a vós... ... este é o meu nome por toda a eternidade, e com ele serei
recordado de geração em geração.” (Ex 3,13-14.15).
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