SANTO
ANTÔNIO DE PÁDUA E DE LISBOA - 1195-1231
Protetor dos
pobres, o auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas
do coração. Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que
trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.
Contam os
livros que o santo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu no batismo
o nome de Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo.
Ele era o
único herdeiro de Martinho, nobre pertencente ao clã dos Bulhões y Taveira de
Azevedo. Sua infância foi tranquila, sem maiores emoções, até que resolveu
optar pelo hábito.
A escolha
recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho. Os primeiros oito anos de vida do
jovem frei, passados nas cidades de Lisboa e Coimbra, foram dedicados ao
estudo.
Nesse período,
nada escapou a seus olhos:
desde os tratados teológicos e
científicos às Sagradas Escrituras. Sua cultura geral e religiosa era tamanha
que alguns dos colegas não hesitavam em chamá-lo de "Arca do
Testamento".
Reservado, Fernando preferia a
solidão das bibliotecas e dos oratórios às discussões religiosas. Bem, pelo
menos até um grupo de franciscanos cruzar seu caminho.
O encontro, por acaso, numa das
ruas de Coimbra marcou-o para sempre. Eles eram jovens diferentes, que traziam
nos olhos um brilho desconhecido. Seguiam para o Marrocos, na África, onde
pretendiam pregar a Palavra de Deus e viver entre os sarracenos.
A experiência
costumava ser trágica. E daquela vez não foi diferente. Como a maioria dos
antecessores, nenhum dos religiosos retornou com vida. Depois de testemunhar a
coragem dos jovens frades, Fernando decidiu entrar para a Ordem Franciscana e
adotar o nome de Antônio, numa homenagem à Santo Antão, também chamado de
Antônio.
Disposto a se
tornar um mártir, ele partiu para o Marrocos, mas logo após aportar no
continente africano, Antônio contraiu uma febre, ficou tão doente que foi obrigado
à voltar para a casa.
Mais uma vez,
os céus lhe reservavam novas surpresas. Uma forte tempestade obrigou seu barco
a aportar na Sicília, no sul da Itália. Aos poucos, recuperou a saúde e
concebeu um novo plano: decidiu participar da assembléia geral da ordem em
Assis, em 1221, e deste modo conheceu São Francisco pessoalmente. É difícil
imaginar a emoção de Santo Antônio ao encontrar seu mestre e inspirador, um
homem que falava com os bichos e recebeu as chagas do próprio Cristo.
Infelizmente,
não há registros deste momento tão particular da história do Cristianismo.
Sabe-se apenas
que os dois santos se aproximaram mais tarde, quando o frei português começou a
realizar as primeiras pregações. E que pregações! Frei Antônio era um orador
inspirado. Suas pregações eram tão disputadas que chegavam a alterar a rotina
das cidades, provocando o fechamento adiantado dos estabelecimento comerciais.
De pregação em
pregação, de povoado em povoado, o santo chegou a Pádua. Lá, converteu um
grande número de pessoas com seus atos e suas palavras. Foi para esta cidade
que ele pediu que o levassem quando seu estado de saúde piorou, em junho de
1231.
Frei Antônio,
porém, não resistiu ao esforço e morreu no dia 13 de junho, no convento de
Santa Maria de Arcella, às portas da cidade que batizou de "casa
espiritual". Tinha apenas 36 anos de idade. O pedido do religioso foi
atendido dias depois, com seu enterro na Igreja de Santa Maria Mãe de Deus.
Anos depois, seus restos foram transferidos para a enorme basílica, em Pádua.
O processo de
canonização de frei Antônio encabeça a lista dos mais rápidos de toda a
história. Foi aberto meses depois de sua morte, durante o pontificado de Papa
Gregório IX, e durou menos de ano.
Graças a sua
dedicação aos humildes, Santo Antônio foi eleito pelo povo o protetor dos
pobres. Transformou-se num dos filhos mais amados da Igreja, um porto seguro a
qual todos – sem exceção – podem recorrer.
Uma das
tradições mais antigas em sua homenagem é, justamente, a distribuição de pães
aos necessitados e àqueles que desejam proteção em suas casas. Homem de oração,
Frei Antônio se tornou santo porque dedicou toda a sua vida para os mais pobres
e para o serviço de Deus.
Diversos fatos
marcaram a vida deste santo, mas um em especial era a devoção a Maria. Em sua
pregação, em sua vida a figura materna de Maria estava presente. Frei Antônio
encontrava em Maria além do conforto a inspiração de vida. O seu culto, que tem
sido ao longo dos séculos objeto de grande devoção popular é difundido por todo
o mundo através da missionação e miscigenado com outras culturas (nomeadamente
Afro-Brasileiras e Indo-Portuguesas).
Santo Antônio
torna-se um dos santos de maior devoção de todos os povos e sem dúvida o
primeiro português com projeção universal.
De Lisboa ou de
Pádua, é por excelência o Santo "milagreiro",
"casamenteiro", do "responso" e do Menino Jesus. Padroeiro
dos pobres é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu
túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada. Santo
Antônio é o padroeiro de Pádua, de Lisboa, de Split, de Paderborn, de
Hil-desheim, dos casais e é um santo popular para encontrar itens perdidos.
No
Brasil é o santo casamenteiro e é invocado pelas moças solteiras para encontrar
um noivo. O "dia dos namorados" no Brasil é celebrado na véspera de
sua festa, ou seja, no dia 12 de junho. Faleceu no dia 13 de
junho de 1231 em Arcella, nos arredores de Pádua.
Foi
canonizado há menos de um ano após a sua morte, fato raríssimo na Igreja, em 30
de maio de 1232 pelo Papa Gregório IX em Espoleto (Úmbria), Itália.
Em 1263, quando
seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta e continua intacta até hoje,
numa redoma de vidro, na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, onde estão seus
restos mortais.
Mais tarde, em
1934, foi declarado Padroeiro de Portugal.
Foi
indicado Doutor da Igreja em 16 de janeiro de 1946 por Pio XII com o título de
"Doutor Evangélico". Na arte litúrgica da igreja ele é
mostrado como um franciscano e às vezes com o Menino Jesus. No Brasil
Santo Antonio é comemorado numa das festas mais alegres e populares, estando
entre as três maiores das chamadas festas juninas.
Alguns milagres atribuídos à
intervenção de Santo Antônio:
O milagre dos peixes: Santo António faz
um sermão aos peixes, no rio Marecchia porque os homens de Rimini não o quiseram
ouvir. Ao ver isto eles arrependeram-se e dirigiram-se para junto do santo para
ouvindo o sermão. O milagre do jumento: Um herege não acreditava que Cristo de
fato estava presente na Eucaristia. Santo Antônio diz que o jumento, que o
homem tinha, era menos teimoso e que seria mais fácil convencê-lo. Ao ver a
hóstia o jumento ajoelha-se.
São
comemorados também, neste dia: Santo Ávito (Aventino), São Peregrino, Santa
Aquilina, Bem-aventurado Inácio Maloyan, Santa Aquilina da Síria (virgem e
mártir), São Fandila de Penhamelária (presbítero e abade), Santa Felícula de
Roma (virgem e mártir), Santos Fortunato e Luciano (mártires da África).
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