SÃO
BERNARDO DE CLARAVAL - 1090-1153
Bernardo era o
terceiro dos sete filhos do cavaleiro Tecelim e de sua esposa Alícia.
A sua família
era cristã, rica, poderosa e nobre. Desde tenra idade, demonstrou uma
inteligência aguçada. Tímido, tornou-se um jovem de boa aparência, educado,
culto, piedoso e de caráter reto e piedoso. Mas chamava a atenção pela
sabedoria, prudência, poder de persuasão e profunda modéstia.
Quando sua mãe
morreu, seus irmãos quiseram seguir a carreira militar, enquanto ele preferiu a
vida religiosa, ouvindo o chamado de Deus.
Na ocasião,
todos os familiares foram contra, principalmente seu pai. Porém, com uma
determinação poucas vezes vista, além de convencê-los, trouxe consigo: o pai,
os irmãos, primos e vários amigos. Ao todo, trinta pessoas seguiram seus
passos, sua confiança na fé em Cristo, e ingressaram no Mosteiro da Ordem de
Cister, recém-fundada.
A contribuição
de Bernardo dentro da ordem foi de tão grande magnitude que ele passou a ser
considerado o seu segundo fundador.
No seu
ingresso, em 1113, eram apenas vinte membros e um mosteiro. Dois anos depois,
foi enviado para fundar outro na cidade de Claraval, do qual foi eleito abade,
ficando na direção durante trinta e oito anos. Foi um período de abundante
florescimento da Ordem, que passou a contar com cento e sessenta e cinco
mosteiros.
Bernardo
sozinho fundou sessenta e oito e, em suas mãos, mais de setecentos religiosos
professaram os votos. Bernardo viveu uma época muito conturbada na Igreja.
Muitas vezes teve de deixar a reclusão contemplativa do mosteiro para
envolver-se em questões que agitavam a sociedade. Foi pregador, místico,
escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis, bispos e
também polemista político e tenaz pacificador.
Nada conseguia
abater ou afetar sua fé, imprimindo sua marca na história da espiritualidade
católica romana. Ao lado dessas atividades, nesse mesmo período teve uma
atividade literária muito expressiva, em quantidade de obras e qualidade de
conteúdo.
Tornou-se o
maior escritor do seu tempo, apesar de sua saúde sempre estar comprometida.
Isso porque Bernardo era um religioso de vida muito austera, dormia pouco,
jejuava com freqüência e impunha-se severa penitência.
Em 1153,
participando de uma missão em Lorena, adoeceu. Percebendo a gravidade do seu
estado, pediu para ser conduzido para o seu Mosteiro de Claraval, onde pouco
tempo depois morreu no dia 20 de agosto do mesmo ano. Foi sepultado na igreja
do mosteiro, mas teve suas relíquias dispersadas durante a Revolução Francesa.
Depois, sua
cabeça foi entregue para ser guardada na catedral de Troyes, França.
São Bernardo
de Claraval, canonizado em 1174, recebeu, com toda honra e justiça, o título de
doutor da Igreja em 1830.
São
comemorados também neste dia: São Samuel, São Felisberto, São Bernardo de
Extremadura (monge), Santo Erberto de Conza (bispo), São Filiberto de Jumieges
(abade), Santos Leovigildo e Cristóvão (monges e mártires).
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