MARIA, CONSOLO DAS MÃES ATRIBULADAS
É muito comum ouvirmos mães reclamarem
que seus filhos adolescentes em lhe trazendo desgostos, apreensão, contra
tempos e muitas tristezas.
Dizem que seus filhos estão envolvidos
com pessoas perigosas, participam de brigas, e muitas mães desconfiam que seus
filhos adolescentes estejam fazendo uso de drogas. E essas mães, nesses
desabafos, nessa angústia, perguntam o que poderia ser feito numa situação como
essa.
Esse é um problema muito comum nas
nossas famílias, hoje em dia. Jovens desajustados, carentes de compreensão, de
afeto, do diálogo familiar e, por isso, partem para novas aventuras, procurando
fora o que não encontram dentro de suas casas, com os pais, com os irmãos.
Um jovem que em casa não encontra a
compreensão dos pais para ajudá-lo a superar e solucionar os seus problemas,
que para ele não são poucos, não tem o afeto e o apoio da família quando
enfrentam contra tempos, não tem diálogo em casa para, numa conversa franca e
leal expor os seus problemas, as suas dúvidas, os seus receios, as suas
amarguras, as suas desilusões, esse jovem logicamente tem necessidade de alguém
que lhe dê atenção, que lhe ouça, de alguém que o compreende, de alguém que o
apoie, e quando não encontra isso dentro de sua própria casa, com sua família,
com seus pais, ele procura fora de casa, longe da família, pessoa ou pessoas
que perdem um tempinho para ouvi-lo.
Mas, infelizmente, essas pessoas
geralmente não são bem intencionadas, não são as mais recomendadas para
servirem de conselheira para esse jovem necessitado. São pessoas que, a
princípio, ouve o jovem com carinho e atenção, mas depois pervertem a sua
personalidade, os seus costumes, e o introduz numa vida diferente e perigosa.
Mas, mesmo assim o jovem se sente bem,
porque está encontrando naquela pessoa, ou naquele grupo de pessoas o que a
família não lhe dá, o que ele não encontra no seio de sua família, o que os
pais lhe negam: o diálogo, a atenção, a compreensão.
Na maioria das vezes a família dá tudo
para o jovem: dá comida, dá roupas, dá clubes, dá piscina, dá motos, mas não dá
o essencial, não dá aquilo que o jovem na sua idade, necessita: não lhe dá
amor, atenção, diálogo.
Os pais, muitas vezes, dão tudo para o
jovem mais para se ver livre dele, para que ele não perturbe, e para que ele
viva a sua própria vida, e, a partir daí
vemos tantos jovens em suas motos pondo em risco a sua vida e a vida dos
outros, fazendo rachas nas avenidas, e, de vem em quando, tristemente, o rádio,
o jornal noticiam a morte de um ou outro que, no desespero, procuram encontrar
na velocidade e no ronco de sua moto o amor, o carinho, o afeto que seus pais
não lhe dão. Essas mães que reclamam de seus filhos e que põe em evidência os
defeitos e o mau caminho escolhido por seu filho, talvez ainda não teve tempo de sentar e
procurar ver qual foi sua parcela de culpa no desencaminhamento de seu filho.
Os pais geralmente criticam as
atitudes de seus filhos, briga, gritam, e, muitas vezes até agridem o jovem,
mas não tem a coragem de entrar dentro de si próprios para ver até onde a culpa
é sua. Todos temos culpas no desencaminhamento de um jovem, de uma jovem.
E, geralmente, a culpa está dentro do
próprio lar do jovem, que, no momento em
que eles mais precisam de amor, de afeto, de compreensão, de carinho e
de diálogo, os pais lhe negam isso porque, dizem, tem coisas mais importantes
para fazer.
É o momento de nós, pais, pararmos um
pouquinho para verificar como está o nosso relacionamento com nossos filhos
dentro de nossas casas.
E se tiver alguma coisa que está
deixando os nossos filhos jovens e adolescentes com algum grilo, como eles
mesmo dizem, é o momento do diálogo, da atenção, da conversa franca e sincera.
Nunca podemos nos esquecer que nós pais
já tivemos a idade que os nossos filhos tem hoje, e por isso nós temos e
devemos ter condições de nos abaixarmos até eles, mas eles nunca tiveram a
idade que temos agora, e eles jamais poderão estar na altura e compreensão que
gostaríamos que eles estivessem.
Pai, mãe, querem evitar que seus
filhos tenham grilos? Conversem
constantemente com eles; conversem muito com eles, e o que é o mais
importante: procure ouvir mais do que falar...
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