SANTO ANDRÉ KIM TAEGON E COMPANHEIROS
MÁRTIRES - OS 103 MÁRTIRES COREANOS - +1846
A Igreja coreana tem, talvez, uma
característica única no mundo católico.
Foi fundada e estabelecida apenas por
leigos. Surgiu no início de
Especialmente por meio do livro do
grande padre Mateus Ricci, "A verdadeira doutrina de Deus". Foi o
leigo Lee Byeok que se inspirou nele para, então, fundar a primeira comunidade
católica atuante na Coréia. As visitas à China continuaram e os cristãos
coreanos foram, então, informados, pelo bispo de Pequim, de que suas atividades
precisavam seguir a hierarquia e organização ditada pelo Vaticano, a Santa Sé
de Roma. Teria de ser gerida por um sacerdote consagrado, o qual foi enviado
oficialmente para lá em 1785.
Em pouco tempo, a comunidade cresceu,
possuindo milhares de fiéis,
Porém começaram a sofrer perseguições
por parte dos governantes e poderosos, inimigos da liberdade, justiça e
fraternidade pregadas pelos missionários. Tentando acabar com o cristianismo,
matavam seus seguidores. Não sabiam que o sangue dos mártires é semente de
cristãos, como já dissera o imperador Tertuliano, no início dos tempos
cristãos.
Assim, patrocinaram uma verdadeira
carnificina entre 1785 e 1882, quando o governo decretou a liberdade religiosa.
Foram dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados
para uma só festa, liderados por André Kim Taegon, o primeiro sacerdote mártir
coreano.
Vejamos o seu caminho no apostolado.
André nasceu em 1821, numa família da nobreza coreana, profundamente cristã.
Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma "Igreja
particular" em sua casa, nos moldes daquelas dos cristãos dos primeiros
tempos, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os sacramentos.
Tudo funcionou até ser denunciado e
morto, aos quarenta e quatro anos, por não renegar a fé em Cristo. André tinha
quinze anos e sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos missionários
franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se preparou para o
sacerdócio e retornou diácono, em 1844.
Depois, numa viagem perigosa vivida,
tanto na ida quanto na volta, num clima de perseguição, foi para Xangai, onde o
bispo o ordenou sacerdote. Devido à sua condição de nobre e conhecedor dos
costumes e pensamento local, obteve ótimos resultados no seu apostolado de
evangelização. Até que, a pedido do bispo, um missionário francês, seguiu em
comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades
eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao
Vaticano.
Foram descobertos e presos. Outros da
comunidade foram localizados, inclusive os seus parentes. André era um nobre,
por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e
denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um
longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de setembro de 1846 em
Seul, Coréia.
Na mesma ocasião, foram martirizados
cento e três homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e
pobres. De nada adiantou, pois a jovem Igreja coreana floresceu com os seus
mártires.
Em 1984, o papa João Paulo II, cercado
de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou santo André Kim Taegon e
seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a celebração
litúrgica.
São lembrados também, neste dia: Santa
Cândida de Cartago (virgem e mártir) Santos Dionísio e Privado (mártires), São
Francisco Maria, Santo Agapito I (papa), Santos Eustáquio Teopiste e Agapito (mártires).
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