21
DE NOVEMBRO
APRESENTAÇÃO
DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO
FALSA DEVOÇÃO À
VIRGEM MARIA
Para
aprendermos mais e melhor sobre a vida e o amor de Maria, há a necessidade de
lermos, com muita frequência, os Santos Evangelhos e ouvirmos os conselhos dos
grandes santos que em suas vidas não fizeram outra coisa senão amar e honrar a
Mãe de Deus e nossa Mãe.
E um desses
grandes santos é São Luiz Maria Grignon de Montfort, que, no seu livro denominado
Tratado da verdadeira Devoção À Santíssima Virgem, do
qual pegamos trechos das páginas de 98 a 101, chama-nos a
atenção sobre as falsas devoções direcionadas a Nossa Senhora, que sempre
esteve em voga na vida da nossa Igreja e, principalmente nos nossos dias.
E, nesse
livro, nos diz São Luiz Maria Grignon de Montfort, grande devoto de Maria:
“Existem devotos de Maria que são presunçosos, e são pecadores entregues
às suas paixões, ou amantes do mundo, que sob o belo nome de cristãos e de
devotos de Nossa Senhora escondem ou o orgulho, ou a ira, ou a avareza, ou a
impureza, ou a embriagues, ou o costume de praguejar, ou a maledicência, ou a
injustiça – cristãos que se dizem devotos de Maria – que dormem em paz no meio de seus maus hábitos, sem fazerem grande
violência para corrigir-se, sob o pretexto de que são devotos da Santíssima
Virgem Maria – cristãos devotos de Maria – que se
embalam com a esperança de que Deus os perdoará – que não morrerão sem
confissão, e não serão condenados porque rezam o terço, jejuam com frequência,
porque pertencem à Congregação Mariana, à Confraria do Rosário ou do
Escapulário, ou de outras de suas Congregações – porque trazem o pequeno hábito
ou a pequena cadeia da Santíssima Virgem. Quando se diz - a esses cristãos que essa devoção à
Maria - é uma ilusão do demônio, é uma presunção perniciosa,
capaz de perdê-los, eles não acreditam – dizem que Deus é bom e misericordioso
– que Deus não nos criou para condenar-nos – que não há homem que não peque –
que não morrerão sem confissão – que basta rezar um “eu pecador me confesso...”
na hora da morte – que são devotos da Santíssima Virgem, que trazem o
escapulário, que rezam todos os dias sem falta Pai Nossos e Ave Marias – que
até rezam, às vezes, o terço e o Ofício de Nossa Senhora, que jejuam, etc... Nada
é tão pernicioso no cristianismo como essa presunção diabólica, porque, como se
pode dizer com verdade que se ama e honra a Santíssima Virgem, quando, com seus
pecados, se dilacera, crucifica e ultraja impiedosamente a Jesus Cristo, seu
Filho? Se Maria Santíssima tivesse determinado salvar por sua misericórdia essa
espécie de criaturas, autorizaria o crime, ajudaria a crucificar, a ultrajar
seu Divino Filho. Quem ousaria pensar nisso? Abusar
assim da Devoção à Santíssima Virgem, que depois da devoção a Nosso Senhor no
Santíssimo Sacramento é a mais santa, a mais sólida, é cometer um horrível
sacrilégio, o maior e o menos perdoável depois da comunhão indigna. Para ser verdadeiramente devoto a Nossa Senhora
não é necessário ser-se tão santo que se evite todo o pecado, se bem que esse
seria o ideal, mas é preciso, pelo menos - primeiro – ter uma resolução sincera de evitar pelo
menos todo pecado mortal, que ultraja tanto a Mãe como o Filho - segundo – fazer-se
violência para evitar o pecado e, terceiro – fazer parte
de uma Congregação Mariana ou outra confraria que honre a Maria, rezar o terço,
o rosário ou outras orações. Tudo isso é
maravilhosamente útil à conversão de um pecador mesmo endurecido – e se é esse
o nosso caso, mesmo que estejamos com um pé no abismo, é aconselhável que se
faça, mas com a condição que pratiquemos essas boas obras com a intenção
unicamente de obter de Deus, por intercessão da Virgem Santíssima, a graça da
contrição e do perdão dos nossos pecados e a força de vencer nossos maus
hábitos – e não para conservarmo-nos tranquilamente em estado de pecado, apesar
dos remorsos de consciência, do exemplo de Jesus Cristo e dos santos e das
mensagens do Evangelho.” (do livro “Tratado da
Verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, de São Luiz Maria Grignon de
Montfort, pg. de 98 a 101)
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