25
DE NOVEMBRO
SÃO
PEDRO DE ALEXANDRIA
O século III
talvez tenha sido o mais trágico palco em que se desenrolou o drama da
perseguição e extermínio de cristãos. O vilão desse drama era o imperador
romano, tirano, cruel e violento. Defender o cristianismo, naqueles tempos, era
atrair para si a ira dos poderosos, no mínimo a prisão e o trabalho escravo,
quando não o exílio e, quase sempre, a morte. E assim, como o Povo de Deus
nunca temeu sacrificar-se em nome da fé em seu Redentor, foi um
tempo em que floresceram milhares de mártires.
Figuras da
maior relevância pela inteligência, cultura e santidade perderam a vida em
defesa de sua fé cristã, combatendo a ignorância pagã, instrumento de domínio
dos mandantes. Uma delas foi Pedro, patriarca de Alexandria, que foi consagrado
no ano 300. Era admirado por todos de seu tempo, por seu vasto saber científico
e filosófico e pelo profundo conhecimento das Sagradas Escrituras.
Sob sua
responsabilidade estavam as igrejas do Egito, da Tebaida e da Líbia, todos
territórios de muita perseguição ao seu rebanho. Mas quanto maior o perigo,
mais firmeza demonstrava Pedro. Consolava os perseguidos, acolhia e protegia os
que mais sofriam, dava exemplos diários de coragem e perseverança.
Porém o
patriarca Pedro não enfrentou somente as feras do paganismo. Também teve de
lutar contra as forças opositoras que surgiram dentro da própria Igreja cristã,
corroendo-a internamente. Enfrentou tudo com tolerância e benevolência, mas com
firmeza. Apenas exigiu que os bispos vivessem com o mesmo rigor a fé cristã e a
mesma retidão de caráter e disciplina de vida que ele próprio se impunha, não
almejando, apenas, posição e os bens materiais. Os bispos Melécio e Ário logo
começaram um movimento radical contra ele, visando o seu afastamento e o seu
posto episcopal. Pedro, então, convocou um Concílio e ambos foram afastados da
Igreja. Aí começou a verdadeira guerra contra o patriarca.
Os dois bispos
negaram-se a reconhecer o poder do Concílio, continuaram suas atividades
episcopais e, em represália, passaram a pregar contra a Igreja. Isso causou um
cisma na Igreja, isto é, uma divisão que durou cento e cinqüenta anos e que
ficou conhecido como o "Cisma Meleciano". Então, denunciado por Ário,
Pedro acabou preso e condenado à morte. Aliás, o imperador aproveitou-se da
situação para eliminar aquela incômoda liderança e autoridade católica.
A antiga
tradição diz que, na véspera da execução, Cristo apareceu-lhe numa visão, na
forma de um menino que tinha a túnica rasgada de alto a baixo. Disse-lhe que o
responsável por aquilo era Ário, que dividira sua Igreja ao meio. Assim, antes
de morrer, ele viu sua doutrina confirmada. Foi decapitado em 25 de novembro de
311 por opor-se ao cisma de Melécio e pela fé em Cristo.
São
comemorados, também, neste dia: Santa Catarina de Alexandria, Santos Adalberto
e Guido de Casauria (monges), Santo Alano de Lavaur (abade), Santo Erasmo de
Alexandria (mártir), Santa Imina de Karlburg (duquesa e abadessa), Santa
Jocunda e São Mecúrio.
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