SÃO MARCOS EVANGELISTA
De origem pouco
conhecida, reconhecido como autor do segundo evangelho e considerado fundador
da igreja do Egito e também fundador da cidade italiana de Veneza. Marcos, ou
João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e,
segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio Pedro, fazendo parte
de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém.
Ainda menino,
viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos
primitivos.
Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando
instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita
do Espírito Santo, após a ressurreição. Seu nome aparece nas epístolas de
Paulo, que se refere a ele como um de seus colaboradores que enviavam saudações
de Roma.
A principal fonte de informações sobre sua vida está no livro Atos dos
Apóstolos.
Filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé, já se havia
convertido ao cristianismo quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém (ano de
44) trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia (At 11,30).
Acompanhou Barnabé
e Paulo a Antioquia (At 12,25), na hoje Turquia, onde atuou como auxiliar de
Paulo, mas voltou à Jerusalém quando chegaram a Perge, na Panfília.
Depois ele
e Barnabé teriam embarcado para a ilha de Chipre (At 13,4-5), na sua primeira
viagem apostólica, porém o apóstolo não voltou a ser mencionado nos Atos.
De
Chipre passou a evangelizar a Ásia Menor e, em decorrência de alguns conflitos,
separou-se de Paulo e Barnabé em Perge (Panfília) e voltou para Jerusalém (At
13,13).
Voltou a Chipre (50) acompanhado apenas de Barnabé (At 15,39) e depois
foi para Roma como colaborador de Paulo, prisioneiro naquela cidade (Cl 4,10;
Fm 24).
É possível que tenha deixado Roma antes da perseguição de Nero (ano de
64), pois depois no ano de 67, o apóstolo Paulo, prisioneiro pela segunda vez,
escrevia a Timóteo pedindo-lhe que levasse consigo, de Éfeso para Roma, o seu
discípulo e colaborador, já que este lhe era muito útil em seu ministério (2Tm
4,11).
Em Roma, também entrou em contato com Pedro, pois este, dirigindo-se aos
fiéis do Ponto, da Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, saúda-as em nome do evangelista,
a quem afetuosamente chama de filho (1Pd 5,13).
Provavelmente escreveu em Roma
o Evangelho entre os anos de 50-70 que traz o seu nome e que compila e reproduz
a catequese de Pedro. Seu Evangelho destinou-se aos cristãos provenientes do
paganismo e tem um estilo simples e vigoroso e com seus 661 versículos, é o
Evangelho menos extenso.
O evangelho de São Marcos é o mais curto se comparado
aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a
paixão de Jesus quando era ainda criança.
Marcos pregou quando seus apóstolos se
espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações
de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé,
de quem era sobrinho.
Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o
jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho.
Marcos escreveu o
Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de
são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas.
Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no
deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um
dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com
seus rugidos. Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica.
Diz a
tradição que são Marcos, depois da morte de Pedro e Paulo, ainda viajou para
pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde
fundou uma das igrejas que mais floresceram. Ainda segundo a tradição, ele foi
martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa.
Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para
Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o
ano 828.
Na Itália seu nome está ligado à cidade de Veneza, para onde
mercadores venezianos provenientes de Alexandria, transportaram o que diziam
ser as suas relíquias (828).
Seu símbolo como evangelista é o leão e a Igreja
Católica festeja seu dia em 25 de abril, data em que o evangelista teria sido
martirizado.
São
comemorados também neste dia: Santo
Aniano de Alexandria (bispo), Santo Ermínio de Lobbes (monge e bispo), Santos
Evódio, Hermógenes e Calista (mártires de Nicéia, na Bitínia).
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