A CADA DIA BASTA O SEU CUIDADO.
O Senhor, pelo
seu infinito amor por todos nós, antes que tomemos conhecimento dos nossos
problemas, sabe muito bem quais são as
nossas necessidades e as provê antes mesmo que notemos sua existência ou lhe
pedimos que nos ampare porque “Vosso Pai
sabe que tendes necessidade de todas elas. Buscai pois, em primeiro lugar, o
reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dada por
acréscimo. Não vos preocupeis pois, pelo dia de amanhã; o dia de amanhã terá as
suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” (Mt 6,32-34).
Amemos o Senhor
e o resto acontecerá normalmente; o demais virá por acréscimo.
O primeiro
grande mandamento é amar o Senhor Nosso Deus; o segundo é amar o próximo, e
nisso não existe uma divisão de amor, existe uma multiplicação, existe o
primeiro e o segundo totalizando o amor em plenitude, sem deixar de existir uma
escalada hierárquica: partindo desse princípio o Senhor não é “ciumento”.
O Senhor é
ciumento no que diz respeito às coisas do mundo que quer dominar o coração do
homem, quer competir com o amor de Deus e, bem por isso, Jesus nos alerta: “Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar
o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.” (Mt 6,24).
É até um
absurdo dizer que o amor ao dinheiro, às
riquezas, pode sobrepujar o amor a Deus,
mas é uma realidade, uma realidade que foi focalizada pelo próprio Senhor Jesus.
O dinheiro
competindo no coração do homem com Deus, e quantas vezes leva vantagem, e, bem
por isso, Paulo Apóstolo adverte Timóteo em sua carta: “Ora, os que querem se enriquecer caem em tentação e cilada, e em muitos
desejos insensatos e perniciosos, que mergulham o homem na ruína e na perdição.
Porque a raiz de todos os males e o amor ao dinheiro, por cujo desenfreado
desejo alguns se afastaram da fé, e a sim mesmo se afligem com múltiplos
tormentos.” (1Tm6,9-10). E isso o Senhor Jesus quer deixar claro: a amizade
do mundo é incompatível com a amizade com Deus.
O apóstolo
Tiago entendeu bem essa mensagem de Jesus e nos faz essa grave advertência: “Adúlteros, não sabeis que a amizade deste
mundo é inimiga de Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo deste
século, constitui-se inimigo de Deus. Porventura imaginais que a Escritura diz
em vão: “O Espírito que habita em vós ama-vos com ciúme?” Pelo contrário, dá
maior graça. Por isso a Escritura diz: “Deus resiste aos soberbos e dá a sua
graça aos humildes.” Sede pois, sujeitos a Deus e resisti ao demônio, e ele
fugirá de vós. Aproximai-vos de Deus e ele se aproximará de vós.” (Tg
4,4-8).
O Apóstolo
amado, João, também nos adverte sobre o mesmo assunto: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo não
há nele o amor do Pai, porque tudo o que há no mundo é concupiscência dos olhos
e soberba da vida, e isto não vem do Pai, mas do mundo. Ora o mundo passa e a
sua concupiscência com ele, mas o que faz a vontade de Deus permanece
eternamente.”. (1Jo 2,15-17).
O mínimo que
podemos fazer é amar ao Senhor Nosso Deus, pelo menos porque ele nos amou
primeiro: “O amor consiste nisso: em não
termos sido nós que amamos a Deus, mas em que ele foi o primeiro que nos amou e
enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados. Caríssimos,
se Deus nos amou assim, devemos nós também amar-nos uns aos outros.” (1Jo
2,10-11).
E Jesus nos
amou e ama tanto que não nos quer deixar sozinhos e, antes de voltar para o Pai
nos deixa esta promessa reconfortadora: “Eu
estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28, 20).
Não estamos
sozinhos nessa caminhada do amor. Jesus Cristo permanece conosco; nós o vemos a
cada instante. Vemos o Cristo e bebemos do seu amor quando contemplamos os
olhos inocentes de uma criança.
Sentimos a
presença de Cristo quando atendemos a necessidade de um irmão, quando
confortamos um irmão. Nos transformamos em outro Cristo quando
nos doamos, quando nos amamos mutuamente da mesma forma que o Senhor Jesus nos
amou e continua nos amando, agora e para todo o sempre...
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