MARIA, MÃE E SEGUIDORA DE JESUS
Quando chegou o
momento de colocar em prática sua missão, Jesus deixa sua mãe na casa de Nazaré
e dá início ao seu ministério. A partir daí a figura de José já não é mais citada,
a não ser se referenciando a Jesus:
“Porventura não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13,55).
Possivelmente
José já houvesse falecido no período dessa vida oculta de Jesus na cidade de
Nazaré, e qual morte mais santa poderia ter acontecido entre os homens? José,
moribundo, tendo de um lado de seu leito de morte Maria e do outro lado Jesus,
o Filho de Deus, o próprio Deus, que, sem dúvida lhe tenha dito: “Vinde, bendito de meu Pai, possuí o reino
que está preparado desde a criação do mundo...” (Mt 25,35).
E Jesus parte
para a sua vida pública. Mais uma vez a “espada” preconizada pelo velho Simeão
entra em cena; a dor no coração de Maria ao ver seu filho partir para a mais
perigosa das missões; o cordeiro entre os lobos, “...o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,29); o
Cordeiro de Deus que iniciava sua caminhada entre os lobos do mundo e, em seu
coração de mãe, Maria, mais uma vez repete sua entrega total nas mãos do Senhor
seu Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,37).
E, a partir
daí, discretamente, Maria continua acompanhando seu filho Jesus em sua
caminhada, na sua missão. Na primeira aparição pública de Jesus, Maria se
manifesta para pedir, para interceder a Jesus por alguém que estava em
dificuldades, no caso, os noivos de Canaã quando, durante o seu casamento, faltou vinho para os
convidados da festa e Jesus, à solicitação de sua mãe, mesmo ao afirmar: “Minha hora ainda não chegou”. (Jo 2,4), antecipou sua hora e atendeu prontamente ao pedido de sua mãe.
Na oportunidade
Maria dá uma ordem aos serventes do casamento que ressoa em nossos ouvidos
ainda hoje e por toda a eternidade, ordem que deve ser levada a sério por todos
aqueles que se predispuseram aceitar
Jesus como seu Senhor e Salvador; disse Maria aos servente, e nos diz Maria: “Fazei tudo o que ele vos disser.” (Jo
2,5).
Maria, com
certeza, estava no meio da multidão, era uma ouvinte assídua de seu filho Jesus
em suas pregações quando “...uma mulher,
levantando a sua voz no meio da multidão, disse-lhe: Bem-aventurado o ventre
que te trouxe e os peitos a que foste amamentado! Porém Jesus disse: Antes
bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.” (Lc
11,27-28).
Sutilmente este
foi o maior elogio que Maria já recebera sobre a terra em vida e esse elogio
veio exatamente de quem mais a conhecia: da boca e do coração de seu Divino
Filho Jesus. Porque? Porque Maria não é feliz simples e unicamente porque as
suas entranhas trouxeram Jesus e os seus seios o amamentaram; em primeiro lugar
Maria é feliz porque, antes de mais nada, “...ouviu
a palavra de Deus e a pôs em prática.” (cf Lc 11,28).
Não foi isso
que sua parenta Isabel, esposa de Zacarias e mãe de João Batista lhe dissera
por ocasião de sua visita antes do nascimento de João Batista? E o que disse Isabel? Simplesmente antecipou-se ao que Jesus disse
nessa oportunidade, e, na sua afirmativa, Isabel estava repleta do Espírito
Santo (Lc 1,41), e disse: “...feliz aquela
que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido.” (Lc 1,45). E isso Isabel disse antes do
nascimento de Jesus; e anos mais tarde o Senhor Jesus ratifica a afirmativa de
Isabel que, na oportunidade, “...ficou
repleta do Espírito Santo.” (Lc 1,41).
Maria não é
feliz porque, simplesmente foi escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador,
do Filho de Deus; Maria é feliz porque,
antes de ser mãe do Filho de Deus, ouviu a palavra de Deus e a pôs em prática,
conforme o próprio Senhor Jesus já afirmara antes: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a
põe em prática.” (Lc 8,12; Mt 12,50).
A presença de
Maria como mãe e seguidora das verdades trazidas pelo Filho de Deus foi uma
constante em todo o caminhar de seu Divino Filho Jesus. A caminhada de Maria
com Jesus não foi feita só de elogios, não houve somente alegria.
O golpe mais
violento e terrível, mais dolorido da “espada” profetizada pelo velho Simeão
ainda estava por acontecer; a prisão programada pelos sacerdotes, fariseus,
escribas e chefes do povo, o julgamento mentiroso e com falsos testemunhos, a
condenação forjada à cruz com requintes de brutalidade e selvageria, a
crucificação mais covarde e impiedosa e, por fim, a morte de seu Divino Filho
pendurado em uma cruz, “.o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,29). E nesse momento terrível de
supremo sofrimento do Filho de Deus e seu Filho, Maria estava presente. Maria suportou tudo de pé, com dignidade e
tolerância, sempre ao lado de seu Filho até o momento derradeiro aos pés da
cruz.
Assim nos
descreve esse momento crucial o Evangelista amado: “...estavam de pé junto à cruz de Jesus sua mãe, Maria, mulher de
Cleofas e Maria Madalena. Jesus vendo sua mãe e junto dela o discípulo que ele
amava, disse à sua mãe: Mulher, eis ai o teu filho. Depois disse ao discípulo:
Eis aí a tua mãe.” (Jo 19,25-26).
Maria aos pés
da cruz acompanhando seu Divino Filho até o momento derradeiro de sua entrega
total nas mãos do Pai. Mas não termina aí
a participação de Maria no plano de salvação do Senhor Nosso Deus. Depois
do julgamento iníquo, morte, ressurreição e ascensão do Senhor Jesus aos céus (Lc
24,50-53),
Maria
permaneceu com os Apóstolos do Senhor fortalecendo-os na fé e animando-os em
seu apostolado, conforme nos certifica o livro dos Atos dos Apóstolos: “Eram Pedro e João, Tiago e André, Felipe e
Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu e Simão, o zelota; e Judas,
filho de Tiago. Todos estes, unânimes,
perseveraram na oração com algumas mulheres, entre as quais, Maria, a mãe de
Jesus...” (At 1,13-14).
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