“EIS AQUI A
ESCRAVA DO SENHOR”.
Por mais que
lemos as Sagradas Escrituras nos é difícil entender, realmente a fundo, a sua
mensagem, o seu recado. Se pegarmos as Sagradas Escrituras todos os dias e
lermos uma mesma frase, um mesmo versículo, todos os dias nós tiraremos uma
mensagem diferente e veremos a realidade daquela mensagem por um outro ângulo.
Para cada dia
uma mesma frase, um mesmo versículo nos transmite alguma coisa de diferente,
nos diz algo de novo. Isso apenas uma frase, um versículo; agora imagine um
capítulo inteiro, ou um livro inteiro, ou toda a Bíblia.
Através das
Sagradas Escrituras tomamos conhecimento de que Maria, quando foi consultada
pelo Anjo Gabriel para ser a Mãe do Filho de Deus, respondeu ao Anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em
mim segundo a tua palavra.”
Será que já
paramos para pensar, para meditar sobre esta frase dita por Maria ao Anjo e que
está contida na Bíblia, mais precisamente no Evangelho de Lucas?
Maria, quando
consultada pelo Anjo se declara “Escrava do Senhor”, e se coloca à disposição
de Deus para que a vontade do Altíssimo fosse realizada nela da maneira como o
Senhor quisesse. Para os nossos dias
que não existe mais escravidão, não entendemos bem o significado da palavra
“escrava”.
Ser escravo é
não ter vontade própria, não ter desejos, não ter, absolutamente, liberdade.
Ser escravo é
estar sujeito a um senhor como propriedade única e exclusiva dele; ser
escravo é estar sob o poder absoluto de
um senhor que o cativou ou o comprou.
Mas, quando o
Senhor mandou o Anjo consultar Maria, demonstrou que respeitava a liberdade de
Maria, que respeitava a vontade de Maria e que, se ela dissesse “não” à
consulta de Deus, certamente e simplesmente ela não seria a escolhida para ser
a Mãe do Filho de Deus.
E esse convite
do Senhor à Maria, não era um convite à glória, mas ao sacrifício, não era um
convite à alegria, mas ao sofrimento.
Mas, diante do
Senhor, Maria se diz escrava e se coloca totalmente nas mãos de Deus, e por
livre e expontânea vontade deixa de ter vontade própria, se coloca nas mãos de
Deus de tal maneira que se despoja de si própria para que o Senhor Nosso Deus
fizesse nela de acordo com a sua vontade.
Maria é a
“escrava do Senhor”, é a consagrada de Deus.
Quem é de Deus
não tem vontade própria.
Quem é de Deus
é escravo do Amor, é escravo do Rei dos Reis, porque se abre de tal maneira que
tudo o que acontece em sua vida é da vontade de Deus.
Maria não foi
feita escrava; ela se fez escrava. Maria não foi obrigada a fazer nada que não
fosse de sua vontade, mas, perante a vontade de Deus, a sua vontade passou a
ser “nada” e Maria renuncia a sua vontade para fazer única e exclusivamente a
vontade do Senhor seu Deus.
E, a exemplo
de Maria, que se fez “escrava do Senhor”, que se consagrou totalmente ao
serviço do Senhor, que desprezou a sua vontade para que nela fosse feita
somente a vontade de Deus, nos nossos
dias temos verdadeiros seguidores e
seguidoras da Virgem, que renunciam a sua vontade e tudo o mais que tem neste
mundo para fazer única e exclusivamente a vontade de Deus; e esses são os
ministros de Deus, são os sacerdotes, os irmãos leigos, os religiosos, as
religiosas; são as irmãs de caridade, e não somente as pessoas que se dedicam à
vida contemplativa e religiosa, mas também homens e mulheres que não abraçam a
vida religiosa mas, que, como cristãos leigos desprezam a vida mundana para se
dedicar inteiramente ao serviço do Senhor.
Todos esses, à
exemplo de Maria, se proclamam “escravos do Senhor, se esvaziam de si próprios
para se encherem da vontade de Deus, para que a vontade do Senhor tome conta
dele e, assim como Maria se fez a “escrava do Senhor”, os nossos sacerdotes, religiosos e religiosas
se fazem escravos do Senhor para, a exemplo de Maria, trazer Jesus vivo e
verdadeiro até nós e para que nós nos tornemos realmente, por Jesus Cristo e
por Maria, verdadeiros filhos de Deus...
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