segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

"PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS..." (Mt, 6, 9.)

"PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS..." (Mt, 6, 9.)

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PAI... um mundo tão grande em três letras apenas. O tesouro de um Pai. A graça de um Pai. Devemos agradecer emocionados e felizes tudo o que um pai representa na vida da gente. 
PAI NOSSO... não apenas meu... não apenas seu... Pai meu e Pai seu; Pai do rico e Pai do pobre; Pai do bom e Pai do mau: Pai do branco e Pai do preto; Pai do livre e Pai do encarcerado...  Pai de todos os homens de todas as nacionalidades, ideologias e religiões.  Deus é Pai de todos. É Pai Universal que nos ama infinitamente e deseja a nossa felicidade e realização, a nossa plenitude... Enviou seu Filho  para nos redimir. Deixou-nos os ensinamentos das Sagradas Escrituras para nos abastecer, orientar e santificar.  Somos filhos do Pai, filhos de Deus, e, portanto, filhos do Rei e herdeiros dos céus.
PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS... que está nos céus, está na terra, está nos corações, está em nossas vidas, está em todas as partes. O nosso Pai é Onipotente e Onipresente. Quem vive está com Deus, sempre, em todos os momentos, na dor, na alegria, na vivência da fraternidade, especialmente do amor. Onde existe amor, Deus aí está, porque "Deus é amor." (Jo 4,8).

SANTIFICADO SEJA O TEU NOME... Seja santificado por mim, por você, por todos os homens, por todas as criaturas, por toda a natureza. Santificado e adorado seja agora e para sempre o Santo Nome do Senhor. Santificado seja o teu Nome através do dom da vida, do apostolado que realizamos, do nosso testemunho de vida cristã, da nossa caridade vivida no dia-a-dia.
VENHA O TEU REINO... reino de paz, de alegria, de justiça, de concórdia, de amor. Reino que acontece no silêncio dos corações dos homens de boa vontade, homens e mulheres, não pela força das armas, da violência, da coação e da opressão. Reino invisível, reino eterno, reino libertador, reino espiritual. Reino que Jesus veio trazer para todos nós, o reino de amor, reino de união, reino de confraternização. Venha o teu reino que deverá ser participado por todos os homens e mulheres de boa vontade.
SEJA FEITA A TUA VONTADE...  e a vontade do Pai é que todos os homens sejam seus filhos e filhos felizes.  Que todos os seus filhos se amem uns aos outros, assim como o próprio Jesus amou e ensinou a todos se amarem. A vontade do Pai é que não haja mais desavenças, brigas, ódios, guerras, roubos, mortes, violências, acidentes, abortos, desuniões, infidelidades... Mas, infelizmente, não cumprimos a vontade do Pai e, bem por isso, existem tantas infidelidades, desuniões, ódios...  Humanos e egoístas que somos, buscamos fazer, quase sempre, a nossa vontade, negligenciando a vontade do Pai, tentando adaptar a vontade divina à nossa vontade. Nas horas fáceis, é fácil dizer: "Seja feita a tua vontade...", mas, nos momentos ásperos da vida, nas horas da provação, do sofrimento maior, custa-nos muito aceitar  a vontade do Pai. O céu desce até nós quando construímos ambientes de paz de harmonia, de amizade, de amor, de compreensão. O céu se afasta de nós e o inferno se instala em nosso meio quando campeiam o ódio, a inveja, a infidelidade, a injustiça, o ciúme, a inimizade, o rancor, a desavença, o desrespeito, o ressentimento, a falta de perdão, a impaciência, o desamor... Porque nos odiamos e nos infernizamos se temos tão pouco tempo para nos amar e nos querermos bem? E Jesus, na agonia que antecedeu a sua paixão e morte,  já sabendo qual seria o seu fim, naquela angústia em que até a alma fica aterrorizada diante da possibilidade da morte,  como ele mesmo disse: "Minha alma está triste até a morte." (Mt 26,38), não fugiu do destino que Deus Pai lhe havia determinado e faz uma súplica angustiante, entregando tudo de acordo com a vontade do Pai: "Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo não seja como eu quero, mas como tu queres." (Mt 26,39.42). Jesus se entregou à morte, e morte de cruz para obedecer e fazer cumprir a vontade do Pai. Exemplo que Jesus nos deixa é que a vontade do Pai está sobre e acima até de nossa própria vida. Maria, a escolhida por Deus para ser a mãe de seu Filho, também aceita sem reservas a vontade do Pai, e afirma: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38).
NA TERRA COMO NO CÉU...   na terra, onde o Pai, depois de ter criado todas as coisas, depois de ter criado o homem e a mulher e "Deus viu o que tinha feito, e era muito bom." (Gn 1,31), onde deveria imperar a vontade do Pai,  vem o demônio, personificado numa serpente, e destroi tudo de bom que o Senhor havia feito, (Gn 3,1-24). Mas o Senhor  quis e quer que a sua vontade seja feita na terra e por isso nos mandou seu Filho Jesus, sendo que "...todos os que o receberam deu o poder  de se tornarem filhos de Deus...  (Jo 1,12). E hoje, cabe a cada um de nós, que nos dizemos cristãos, fazer com que a vontade de Deus seja feita aqui na terra, porque, no céu, os Anjos não se cansam de cantar os seus louvores, e não cessam de o louvar e o adorar.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE...  e qual seria esse pão? É o próprio Jesus quem nos responde: "Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu, mas é meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é aquele que desce dos céus e dá vida ao mundo." (Jo 6,32-33), e completa: "Eu sou o pão da vida.  Quem vem a mim,  nunca mais terá fome, e o que crê em mim nunca mais terá sede." (Jo 6,35). Jesus se auto afirma "o pão espiritual" para as nossas almas, para o nosso espírito; é o pão que Deus Pai nos manda do céu para que não tenhamos mais fome  e nem sede das coisas do Pai. Mas, também precisamos do pão material da mesma forma que precisamos do pão dos valores eternos.  O pão de trigo, sem bromato. O pão da verdade, sem mentiras. O pão da fidelidade, sem traições. O pão da justiça, sem injustiças. O pão da liberdade, sem opressão. O pão do amor, sem ódio. O pão da união, sem abandono. O pão da luz, sem trevas. O pão da alegria, sem tristezas. O pão da fé, sem dúvidas. O pão do perdão, sem mágoas. Esse pão que devemos repartir com os nossos irmãos. O pão que sobra na mesa dos ricos e faz falta na mesa dos pobres. O pão que os egoístas querem só para si enquanto centenas e milhares morrem à mingua por falta do pão de trigo, do pão da justiça, do pão da liberdade. O pão da amabilidade que revela nobreza de coração e respeito à individualidade do outro. O pão vindo do céu, que é o Senhor Jesus, que alimenta nossos ideais de apostolado cristão. O pão da solidariedade de quem reparte tempo, atenção, alegria e jovialidade com seus irmãos. O pão da fé e da esperança num mundo descrente, confuso, desencantado, materialista e pagão. O pão da justiça e do respeito aos direitos humanos, numa sociedade de opressores e oprimidos,  nesse século que nós, cristãos, desejamos cristianizar e converter o mundo para Deus.
E PERDOA AS NOSSAS DÍVIDAS... Ah! Senhor Deus, perdoa a nossa mediocridade, a nossa falta de idealismo, o nosso cansaço, as nossas rebeldias, as nossas críticas precipitadas, a nossa violência, as nossas omissões e comodismo, a nossa fé nem sempre adulta, a nossa fragilidade, a nossa impaciência em aceitar as limitações próprias  e as limitações dos nossos irmãos; perdoa, Senhor, as nossas  dívidas, que temos convosco e com os nossos irmãos...
COMO TAMBÉM NÓS PERDOAMOS OS NOSSOS DEVEDORES... Perdoa, oh! Pai, as nossas dívidas, as nossas ofensas, que são tantas, mas ensina-nos, também, a perdoarmos os que nos ofendem, porque, o seu perdão, Pai,  só o recebemos na medida em que sabemos perdoar a quem nos tem ofendido. Sabemos, Pai, que se não soubermos perdoar, também não seremos perdoados pelo Senhor. Se guardarmos ódio contra os irmãos no coração, não receberemos o perdão do Pai. Se guardarmos mágoa contra qualquer irmão,  somos indignos de repetir a oração do Pai Nosso que Jesus nos ensinou. Se quisermos repetir a oração do Pai Nosso, é indispensável que antes tenhamos perdoado a todos os que nos tem ofendido, indistintamente. Magoamos e somos magoados a cada passo. Decepcionamos os nossos irmãos, e somos decepcionados por eles. Não amamos como deveríamos e nem somos amados como gostaríamos. Ferimos tantas, vezes, e até sem querer... Somos feridos muitas vezes. até sem merecer... Nem sempre é fácil perdoar injustiças e maldades, ofensas e incompreensões, desamores e infidelidades... A ingratidão dói, a indelicadeza nos desalenta. Perdoar exige heroísmo, muitas vezes. Especialmente quando fomos magoados pelas pessoas que amamos. Mas o Pai nos perdoa na medida em que perdoarmos a quem nos tem ofendido, porque, assim nos disse Jesus: "Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis, sereis medidos"... (Mt 7,1-2).
E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO... à tentação do mais fácil, do mais cômodo. À tentação da vanglória e da inimizade. Na tentação de seguir os nossos caprichos e leviandades. Na tentação de abandonarmos o seu Reino e buscarmos o nosso próprio reino, o reino do mundo, vulgar, mesquinho, egoísta. Na tentação de vivermos uma fé sem obras, de uma religião desencarnada da verdade e da realidade. A tentação de quem prega Jesus Cristo mas desconhece as Sagradas Escrituras, os Santos Evangelhos. A tentação de quem fala em paz e só promove intrigas;  de quem prega a justiça e só pratica a injustiça; que quem diz que vive o amor e semeia o desamor, o ódio, a desconfiança. Não nos exponha à tentação de abandonar a doutrina  pregada e vivida por Jesus Cristo. Não nos exponha à tentação de virarmos as costas para os nossos irmãos necessitados, tanto material como espiritualmente. Não nos exponha à tentação de querermos tudo para nós e não repartirmos nada cos os outros....           
MAS LIVRA-NOS DO MAL... livra-nos do mal da auto-suficiência, da vaidade, do orgulho, da presunção, da prepotência. Alguém já disse que "os maus não são bons porque os bons não são melhores." Todos necessitamos de conversão. Continuamos recitando muitos Pais Nossos de mentirinha. Os nossos lábios falam e recitam a prece mas o nosso coração e a nossa vivência cristã desmentem o que os lábios dizem.
AMÉM... Pai, dá-nos  a vossa redenção. Ajuda-nos a vivenciar e não apenas recitar essa magnífica prece que o próprio Senhor Jesus nos ensinou.  Pai, aceita e recebe a nossa boa vontade, o nosso desejo de acertar e crescer no seu amor. Queremos ser instrumentos de seu amor num reino a construir hoje e sempre...   

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