NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
Muitos autores
afirmam que o primeiro Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi pintado
em madeira por São Lucas, no século I, na época em que a Virgem Maria morava em
Jerusalém. Revela a tradição que Ela viu a pintura com o Menino Jesus aos
braços e apreciou muito, abençoando o artista e o seu trabalho.
Quando Lucas
completou o Ícone, é tradição que ele deu de presente ao seu amigo pessoal e
patrono Teófilo, e viajou em companhia de São Paulo, no prosseguimento do
trabalho de evangelização. Consta ainda de informações antigas, que em meados
do século V, o Ícone da Virgem foi encontrado no Império Bizantino.
Santa
Pulquéria, que era Rainha e governava o país, ergueu um Santuário em honra da Virgem
Maria em Constantinopla, e segundo fontes fidedignas, aquele Ícone permaneceu
lá por muitos anos, onde nossa Mãe Santíssima era venerada por milhares de
cristãos: reis, imperadores, homens, mulheres e crianças, ricos e pobres, e
sobre todos derramava, uma quantidade incontável de graças, milagres e
benefícios.
Também neste
período, se tem conhecimento de que já existia pelo menos uma copia do
original, que se encontrava no salão imperial de audiências da Rainha em
Constantinopla.
Por outro lado,
desde longa data, a arte sempre foi influenciada pela religiosidade popular, e
mais especificamente nos séculos XII e XIII, com muito fervor foi colocada em
grande evidência a Natureza Humana de Jesus, sendo divulgados com frequência os
sofrimentos da Paixão, o Drama do Calvário do Senhor e as Dores de Nossa
Senhora.
Aqueles fatos
tristes e terríveis centralizavam a devoção das pessoas, que pelo cultivo
deles, revelavam a grandeza de seu piedoso amor e carinho a Jesus e a Virge
Maria.
Neste sentido,
dois grandes Santos da época contribuíram exercendo uma forte influência com
suas pregações, para que existisse de fato um acentuado exercício da devoção
aos sofrimentos do Senhor: foram São Bernardo de Claraval e São Francisco de
Assis.
Segundo afirma
a tradição, São Lucas era grego, da mesma maneira que os seus pais. Assim o
estilo bizantino originário daquela região, estava por assim dizer, no seu
sangue. Então, nos séculos XII, XIII e XIV, os pintores fizeram diversas cópias
em madeira e tela, criando o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
procurando mesclar o estilo bizantino de Bizâncio, com aquela nova manifestação
artística, buscando colocar expressões de sofrimento, dor e expectativa, nas
faces da Virgem Maria e do Menino Deus. Entretanto o Ícone original desapareceu
misteriosamente.
A tradição
comenta que foi durante o cerco de Constantinopla. A conquista da capital
bizantina pelo Império Otomano, no dia 29 de Maio de 1453, causou o
desaparecimento de diversas relíquias cristãs, de valor inestimável.
Descreve a
tradição que na véspera da queda da Cidade, durante o reboliço vivido pela
multidão, cada pessoa se movimentava articulando alguma providência para
escapar do cerco turco.
À noite alguém
se apossou do Ícone da VIRGEM e da Coroa Imperial, dos quais, nunca mais se
teve qualquer notícia! Este fato nos faz presente, que a passagem dos séculos
não alterou e nem modificou o comportamento e a dedicação de MARIA em relação a
humanidade, Ela continua demonstrado o mesmo carinho, a preciosa atenção e o
perpétuo auxílio, através do Ícone pintado por São Lucas, assim como de todos
os outros Ícones cópias e imagens, que visam, sobretudo, fazer com que Ela, a
MÃE DE DEUS, seja mais conhecida e amada pelos seus filhos.
Sobre as
figuras no retrato, estão algumas letras gregas. As letras “IC XC” são a
abreviatura do nome “Jesus Cristo” e “MP ØY” são a abreviatura de “Mãe de
Deus”. As letras que estão abaixo dos arcanjos correspondem à abreviatura de
seus nomes.
No ícone observamos
a Virgem Mariasegurando o Menino Jesus aos braços, e ele, com uma expressão de
expectativa um pouco assustado, segurando fortemente com as duas pequenas mãos,
o polegar direito de sua Mãe, e olhando na direção do Arcanjo Gabriel.
O Arcanjo
Gabriel está com a Cruz da Redenção e a esquerda da Virgem Maria, está o
Arcanjo São Miguel com os instrumentos da Paixão do Senhor: a lança, o cravo de
ferro, balde e a cana (vara de hissopo) com a esponja molhada no vinagre
(conforme Jo 19, 29).
Como uma
criança assustada diante daqueles terríveis instrumentos de Sua Paixão, ELE
deve ter se movimentado nos braços da Mãe e involuntariamente soltado de seu pé
direito a sandália, que está dependurada.
A face de Nossa
Senhora é séria e triste, olhando em nossa direção, nos mostrando o seu
pequenino e amoroso FILHO, e ao redor, os instrumentos da sua abominável
flagelação e crucificação, suscitando nossa piedade e devoção, e nos convidando
a lembrar sempre os motivos do sofrimento e das dores de Jesus para Redimir a
Humanidade de todas as gerações.
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