MARIA DE MINHA INFÂNCIA
“Eu era pequeno, nem me lembro, só
lembro que a noite, aos pés da cama, juntava as mäozinhas e rezava apressado,
mas rezava como alguém que ama...”
Essa música, do Padre Zézinho, Maria
da minha infância, retrata bem como foi o nosso relacionamento com Maria, na
nossa infância e adolescência, e como está sendo o nosso relacionamento com
Maria ainda hoje.
Com fé, amor e devoção, quando éramos
crianças, juntávamos nossas mãos em oração e rezávamos, inocentemente a aprece
da Ave Maria, repetindo palavras que nem sabíamos direito os seus significados,
mas, com que confiança rezamos.
Que segurança sentíamos quando nos
dirigíamos a Maria, repetindo as palavras de nossa mãe ou avó, aquela oração que fazia e faz de Maria a mais cheia de
graça, a mais pura entre as mulheres. Mas isso, quando éramos pequenos. Quando
éramos crianças.
Que confiança as crianças tem na
maezinha do céu. E o Senhor Jesus também foi criança nos braços de Maria –
Jesus se entrega confiantemente nos braços virginais de sua mãe, Maria, e sem
dúvida, sentia ali confiança, apoio, segurança, carinho, e que grande amor.
E quando Jesus era criança nos braços
de Maria, ele se sentia no céu e, talvez, tenha sido por isso mesmo que, anos
mais tarde, ele tenha dito aos seus apóstolos e discípulos, e nos diz ainda
hoje – SE VOCÊS NÄO SE TORNAREM CRIANÇAS, VOCÊS NÃO ENTRARÃO NO REINO DOS CÉUS
-. Isso, sem dúvida, ele aprendeu nos braços de Maria, isso ele experimentou
nos braços maternais e virginais de Maria – se nos entregamos nos braços de
Maria, como fez Jesus Menino, nós também nos sentiremos nos céus. Como confiamos em nossa mãe quando
somos crianças, quando somos pequenos.
Nos entregamos totalmente aos seus
cuidados, e jamais duvidamos de qualquer palavra que ela diz – quando somos
crianças, a palavra de nossa mãe é lei.
Confiamos em tudo o que ela diz e faz, e isso sem sombra de qualquer dúvida.
E foi nossa mãe quem nos ensinou amar
Maria, foi nossa mãe quem nos ensinou confiar em Maria, foi nossa mãe que nos
ensinou a oração da Ave Maria.
Quando éramos crianças, dificilmente
dormíamos sem antes recitarmos pelo menos uma Ave Maria, muitas vezes, como diz
a música do Padre Zézinho, apressados, correndo, engolindo palavras, mas
rezávamos.
Depois, fomos crescendo, fomos
deixando de sermos crianças, e fomos achando que era cafona rezar, que rezar
era coisa para beatos e beatas, e que as coisas do céu já eram, que as coisas
do céu eram somente para crianças inocentes que não sabiam nada da vida, e a
gente foi esquecendo aquela amizade pura, simples e santa, que sempre tivemos,
quando crianças, com a Mãe de Deus.
Mas, quando um filho parte, a mãe fica
sempre com o coração na mão e sempre na expectativa do seu regresso.
E, quando ele volta, a mãe, como o pai
do filho pródigo, o recebe nos braços com festas e carinho. Assim é Maria para
todos nós.
Quando éramos crianças nós a amamos
muito, nós confiamos muito nela, mas, depois, fomos crescendo, fomos deixando
de ser crianças, fomos deixando de confiar, enveredamos por outros caminhos e
julgamos que, sendo grandes, já não precisaríamos mais dos cuidados da mãe, da
mãe da terra e nem da Mãe do céu.
E como nos enganamos. Como nos iludimos. Quantos encontrões damos
na vida por faltar ao nosso lado a presença amiga de nossa mãe, o apoio de
nossa mãe, principalmente da nossa Mãe do Céu. É por isso que Jesus nos diz –
SE VOCÊS NÃO SE TORNAREM CRIANÇAS, VOCÊS NÃO
ENTRARÃO NO REINO DOS CÉUS -.
É por isso que precisamos continuar
sendo sempre crianças, porque, qualquer que seja a idade que tivermos, se
continuarmos com a confiança e a inocência de uma criança, sempre teremos um
espaço nos braços maternais de Maria, e ela jamais desampara quem se entrega de
corpo e alma aos seus cuidados maternais. Jesus
Cristo passou por essa experiência, e por isso que ele nos diz e repete – SE
VOCÊ NÄO SE TORNAR COMO UMA CRIANÇA, VOCÊ NÃO ENTRARÁ NO REINO DOS CÉUS -.
não permanecermos sempre crianças,
sempre conversando com a nossa Mãe do céu, sempre confiando totalmente na sua
guarda, jamais partilharemos do reino que Jesus veio trazer para todos os homens de boa vontade,
por meio de Maria.
Se já deixamos de ser crianças, é o
momento de voltarmos a ser crianças e nos jogarmos nos braços maternais de Maria, e confiar a ela todos os nossos
problemas, nossas preocupações, nossas alegrias e tristezas, e ela, mais do que
ninguém neste mundo, nos entenderia como mãe amorosa que é, jamais nos
desamparará, e nos pegará no colo e nos levará na presença do Nosso Pai, por
meio de Jesus Cristo.
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