AS SETE PALAVRAS
DE JESUS NA CRUZ
"PAI,
PERDOA-LHES, POIS NÃO SABEM O QUE FAZEM".
No auge do sofrimento, Cristo não
perde a dimensão da fragilidade do ser humano e implora o perdão pra nossas
culpas. Seu sangue derramado na cruz nos torna limpos para voltar à casa
paterna. Mas somos também capazes de perdoar a nós mesmos e aos outros? Quando
oramos: "Perdoai-nos, assim como perdoamos", sabemos o que
pedimos? Aceitamo-nos incondicionalmente como somos e nos respeitamos? Quem não
perdoa a si mesmo não perdoa a ninguém mais. Quem não se aceita não aceita aos
outros. Pois para isso é necessário que se reconheça as próprias dificuldades e
limitações, esforçando-se para se corrigir. E, dessa mesma forma, agir sempre
com os outros.
"EM VERDADE TE DIGO:
HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO".
Sentindo dores, o homem crucificado ao
lado de Jesus não o insultou como os demais. Ao contrário, pediu e recebeu o
seu perdão incondicional e imediato. Cristo não lhe prometeu o paraíso para
depois. Tampouco lhe falou de novas vidas ou de reencarnações. "Hoje
mesmo" - afirmou Jesus! E quantos de nós desacreditamos nessa
misericórdia divina, acreditando que somente nosso esforço, nesta e em outras
vidas, nos tornará dignos de voltar ao Pai.
"MULHER,
EIS AÍ O TEU FILHO. FILHO EIS AÍ A TUA MÃE!"
Apesar de todas as nossas
infidelidades, ele não nos deixou órfãos: deu a sua própria mãe como nossa mãe.
Mas seremos dignos de ser filhos daquela que disse o sim, totalmente
incondicional, quando convidada a ser parte essencial do plano de Deus para nos
salvar? Seremos nós também capazes de dar esse sim incondicional e, em cada
atividade, testemunhar o Evangelho sem timidez? Não fomos feitos filhos
adotivos de Maria e, por conseqüência, irmãos de Jesus Cristo, apenas para nos
vangloriarmos de ser cristãos, sacerdotes ou ministros extraordinários da
Igreja. Somente tomando consciência disso, ouviremos de Jesus: "Filho,
eis aí tua mãe”!
"TENHO
SEDE!"
Jesus teve sede mas, ao invés de
água, deram-lhe vinagre. Também para nós Jesus vive a dizer: "Tenho
sede! Tenho sede de homens e mulheres, adultos e jovens, que caminhem
comigo. Que não tenham medo de correr riscos, que não se apeguem a títulos,
cargos e aos bens transitórios deste mundo. Que estejam dispostos a levar a boa
nova a todas as criaturas. Tenho sede de justiça e de trabalho para todos, pois
afinal meu Pai não criou o mundo só para alguns, mas indistintamente para
todos. Tenho sede de pessoas que não aceitem o erro, porque é muito difícil
combatê-lo. Tenho sede de ver a humanidade inteira totalmente feliz! Saciem
pois essa minha sede, e a minha redenção pela cruz estará plenamente
realizada!"
"ELI, ELI,
LEMA SABACHTANI? - MEUS DEUS, MEUS DEUS, POR QUE ME ABANDONASTES?"
Teria Deus abandonando seu Filho na
cruz? Certamente que não. Contudo, a natureza humana de Jesus sofria tanto que
ele sentiu falta do carinho de seu e nosso Pai. Quantas vezes nós também
gritamos a mesma coisa, porém sem qualquer convicção de que Deus nos escuta.
Quantas vezes passamos meses e anos esquecidos de Deus, nunca nos lembrando de
conversar com ele, agradecendo tudo o que dele recebemos. Mas, quando nos
sobrevém qualquer sofrimento e a dor nos atinge, gritamos revoltados: "Por
que nos abandonastes?" Mas não é ele quem nos abandona: nós é que o
abandonamos. E, de repente, queremos atribuir a ele todos os sofrimentos que
nós mesmos criamos, para nós e para os outros. Fazemos de nossa relação com
Deus uma transação comercial: "Eu lhe dou esmolas e orações apressadas, em
compensação quero receber tudo aquilo que penso ter direito. E, se não recebo o
que quero, protesto: "Por que me abandonaste?"
"TUDO ESTÁ
CONSUMADO!"
Jesus Cristo olha, do alto da cruz, o
novo mundo que começa: a humanidade recebe, em letras de lágrimas, suor e
sangue, e sua quitação por todas as dívidas assumidas. Mas estará tudo
consumado para cada um de nós em particular? Será que nada mais tenho a fazer?
Posso me esquecer de Cristo não permanece morto, que ele ressuscitou e está
presente em cada ser humano? Posso entrar num aposentadoria espiritual, nada
mais fazendo porque Cristo já fez tudo por nós? Jesus consumou sua obra
redentora na cruz. Mas foi exatamente ali que começou a nossa obra pessoal,
como redimidos e discípulos de Cristo. Tudo estará consumado quando
conseguirmos expulsar deste mundo o egoísmo, a ambição, o desamor, a miséria e
a falta de oportunidade para todos.
"PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO
O MEU ESPÍRITO!"
Chega ao final a agonia da cruz,
Cristo entrega-se totalmente nas mãos do Pai. Um dia, ao entregarmos também
nossos espírito nas mãos do Pai, com certeza ele não nos perguntará pelas
grandes obras que fizemos, mas pelas pequeninas coisas que deixamos de fazer.
Voltar ao Calvário é redirecionar nossa vida. É tomar a decisão corajosa de
entregar ao Pai não somente nosso espírito, mas nossas mãos, nosso coração,
nossa mente e toda a nossa vida. Com certeza, ele já está de braços abertos a
nossa espera. Como o pai do filho pródigo. Basta que nos lancemos neles, com
total amor e confiança.
Fonte
– Revista Família Cristã
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