“...FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE
DEUS.” (1Cor 10,31).
Paulo
foi um dos maiores perseguidores da Igreja de Jesus Cristo no seu início, e,
certa vez, quando tinha por missão perseguir e prender os que aderiram às
mensagens do Senhor Jesus, “estando ele
em viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu o
envolveu de claridade. Caindo por terra ouvia uma voz que dizia: “Saulo, Saulo,
porque me persegues?” Ele perguntou: “Quem és, Senhor?” E a resposta: “Eu sou
Jesus, a quem tu estás perseguindo. Mas levanta-te, entra na cidade, e te dirão
o que deves fazer.” Os homens que com ele viajavam detiveram-se emudecidos de
espanto, ouvindo a voz mas não vendo ninguém. Saulo ergueu-se do chão. Mas
embora tivesse os olhos abertos, não via nada.” (At 9,3-8).
Esta
é a narrativa das Sagradas Escrituras sobre o primeiro encontro de Paulo com o
Divino Mestre.
Depois que Jesus lhe chama atenção e o derruba de seu cavalo
para lhe mostrar o quanto estava errado em perseguir os seus apóstolos e
discípulos, Paulo se converteu ao cristianismo e se dedicou de corpo e alma
para que a doutrina, que antes ele perseguia com ódio e furor e queria
destruir, fosse conhecida e vivida por todos os homens de boa vontade em todas
as partes do mundo. Paulo fundou várias comunidades cristãs e, por todos os
lugares por onde passou, deixou a Igreja de Jesus Cristo mais forte, mais viva,
mais ardorosa e mais consciente de sua missão de libertar e salvar todos os
homens. Paulo não abandonava nenhuma comunidade cristã; quando ele partia e
estava longe de uma comunidade, atendendo a outra comunidade, não se esquecia
da primeira e das outras das quais estava ausente: escrevia cartas de apoio, de
confiança, de ensinamentos, e em todas elas existia muito amor: quando estava
ausente, Paulo se fazia presente com suas cartas, confirmando na fé os irmão em
Cristo.
Eram cartas que doutrinavam e eram verdadeiros catecismos cristãos. E
hoje, meditando uma de suas cartas, Paulo escreveu: “Portanto, quer comendo, quer bebendo, quer fazendo qualquer outra
coisa, faça tudo para a glória de Deus.” (1Cor 10,31).
Uma simples e
pequena frase que nos dá motivo de reflexão para um dia inteiro; é uma norma de
procedimento para uma vida toda. Paulo nos chama a atenção para todos os nossos
atos, qualquer que seja, pode ser transformado em oração porque, tudo o que é
feito “para a glória de Deus”, é uma oração: qualquer coisa que fizermos para a
maior glória de Deus podemos transformar em oração desde que o façamos em nome
do Senhor e para a glória de Deus. Podemos transformar as vinte e quatro horas
do nosso dia em oração desde que santificamos todos os nossos atos e atitudes,
nossos pensamentos e palavras: até quando dormimos estamos orando, considerando
que o sono é um descanso necessário para as nossas atividades e, se quando nos
recolhemos em nossos leitos para dormirmos, se oferecemos o sono para a maior
glória de Deus, estamos orando.
Até
os mais insignificantes trabalhos domésticos feito pela dona de casa: varrer a
casa, fazer café, passar roupas, fazer a comida, não importa o que faça, tudo
pode se transformar em oração se tudo for oferecido ao Senhor para a sua maior
glória. A mesma exortação que Paulo fez aos Corintios, ele repete aos
Colossenses: “E tudo o que você fizer de palavra ou ação,
faça-o em nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus, o Pai.” (Cl
3,17).
Pedro,
Apóstolo ratifica esse ensinamento de Paulo, quando escreve: “Se alguém fala, faça-o como se pronunciasse
palavras de Deus. Alguém presta um serviço? Faça-o com a capacidade que Deus
lhe concedeu, a fim de que em tudo seja Deus glorificado por Jesus Cristo, a
quem pertencem a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém”. (1Pd 4,11).
E, para que tudo o que fizermos
seja transformado em oração, Paulo no exorta: “Aquele que distribui seus bens, que o faça com simplicidade: aquele
que preside, com diligência; aquele que exerce misericórdia, com alegria. Que o
vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor
fraterno, tendo carinho uns para os outros, cada um considerando o outro como
mais digno de estima. Sejam diligentes, sem preguiça, fervorosos de espírito,
servindo ao Senhor, alegrando-se na esperança, perseverando na tribulação,
assíduos na oração, tomando parte nas necessidades dos santos, buscando
propiciar a hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem: abençoai e não
amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Tende
a mesma estima uns pelos outros, sem pretensões de grandeza, mas sentindo-vos
solidários com os mais humildes: não vos deis ares de sábios. A ninguém pagueis
o mal com o mal: seja a vossa preocupação fazer o que é bom para todos os
homens, procurando, se possível, viver em paz com todos, por quanto de vós
depende. Não façais justiça por vossa conta, caríssimos, mas dai lugar à ira,
pois está escrito: “A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei”, diz o
Senhor. Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede,
dá-lhe de beber. Agindo desta forma estarás acumulando brasas sobre a cabeça
dele. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. (Rm 12,14-21).
E, na nossa vida, para que tudo seja feito para a maior a glória de Deus, Paulo
continua nos exortando: “Tanto mais que
sabeis em que tempo estamos vivendo: já chegou a hora de acordar, pois nossa
salvação está mais próxima agora do que quando abraçamos a fé. A noite avançou
e o dia se aproxima. Portanto, deixemos as obras das trevas e vistamos a
armadura da luz. Como de dia, andemos decentemente, não em orgias e bebedeiras,
nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes. Mas vesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis
satisfazer os desejos da carne.” (Rm 13,11-14). “Assim, cada um de nós prestará contas a Deus de si próprio.” (Rm
14,12). Paulo foi um homem de oração e, para nos incentivar, ele nos exorta: “Sede meus imitadores, como eu mesmo o sou
de Cristo.” (1Cor 11,1).
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