sábado, 4 de abril de 2015

PÁSCOA E RESSURREIÇÃO

PÁSCOA E RESSURREIÇÃO

“TIRARAM O SENHOR DO TÚMULO E NÃO SABEMOS ONDE O COLOCARAM”. (Jo 20,2b).


Diácono Milton Restivo

O livro dos Atos dos Apóstolos está presente neste Domingo da Páscoa, como estará, também, nos outros seis domingos do Tempo Pascal. No capítulo 10 encontramos Pedro na cidade de Cesaréia, na casa de Cornélio “centurião da corte chamada Itálica. Era piedoso e, junto com todos os da sua família, pertencia ao grupo dos tementes a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava sempre a Deus.” (At 10,1-2).
Esta é a apresentação e a qualificação que este livro faz sobre Cornélio. Pedro fora chamado por Cornélio para evangelizar e batizar na fé Cornélio e todos os da sua família. Para um judeu não era permitido hospedar-se na casa de um gentio, ou seja, de alguém que não fosse judeu e que não professasse a fé judaica, fato que Pedro notifica Cornélio: “Vocês sabem que é proibido um judeu relacionar-se com um estrangeiro, ou entrar na casa dele” (At 10,28), mas Cornélio o tranquiliza e diz a Pedro que: “agora, portanto, estamos todos aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir o que o Senhor o encarregou de nos dizer”. (At 10,33b).
O sacrifício de Jesus na cruz já começava a mostrar seus frutos: não eram somente os judeus que deveriam ser evangelizados; todos os povos da terra deveriam ter acesso à mensagem de Jesus, conforme ele mesmo havia dito: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
         A salvação deixara de ser exclusividade dos judeus; viera para todos os povos. Cornélio, portanto seria, juntamente com toda a sua casa, o primeiro estrangeiro, o primeiro não judeu a ser evangelizado e batizado e se tornar um cristão. E esta função foi designada para que Pedro a realizasse. Era a Páscoa da Ressurreição, como o despertar do sol, o nascer de um novo dia, que atingia o seu objetivo: todos os povos seriam evangelizados e batizados.
Pedro, “tomando a palavra, começou a falar: ‘De fato, estou compreendendo que Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, seja qual for a nação a que pertença.” (At 10,35).
O que chama a atenção nessa exortação de Pedro é que ele afirma que “Deus não faz diferença entre as pessoas”, o que seria repetido por Paulo mais tarde na sua carta aos Gálatas 2,6, em Romanos 2,11 e novamente pelo próprio Pedro em sua Primeira Carta 2,17. a salvação veio para todos. Deixou de ser exclusividade para os judeus que não a aceitaram em primeira instância. É a nova Páscoa do sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” conforme dissera João Batista em João 1,29.
O Salmo 117 enaltece a salvação vinda de Yahweh: “Agradeçam Yahweh, porque ele é bom, porque o seu amor é para sempre. [...] Yahweh é minha força e energia, ele é minha salvação. [...] eu te agradeço, porque me ouviste, e foste a minha salvação! A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular. [...] Yahweh, dá-nos a salvação. [...] Bendito o que vem em nome de Yahweh! [...] Agradeçam Yahweh, porque ele é bom, porque o seu amor é para sempre.” (Sl 118 (117),1.14.21-22.26.29).
Paulo na segunda leitura, fala que, pela ressurreição de Jesus, todos ressuscitamos e um dia nos manifestaremos com ele na sua glória: “Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai. [...] Quando Cristo se manifestar, ele que é a nossa vida, então vocês também se manifestarão com ele na glória.” (Cl 3,1.4).
Estamos vivendo a Páscoa da Ressurreição, a festa magna da cristandade. Páscoa, no Antigo Testamento, era a festa solene que os israelitas celebravam anualmente em comemoração a sua libertação da escravidão e saída do Egito; no Novo Testamento a Páscoa é a memória, o memorial do sacrifício por nós na cruz e da ressurreição do Cristo.
Páscoa é libertação. Jesus, na Páscoa da Nova Aliança, na sua ressurreição, nos liberta da escravidão do pecado para a graça de Deus; liberta-nos da morte para a vida; liberta-nos da opressão para a total liberdade de filhos de Deus.
Páscoa é liberdade: “Em verdade, em verdade digo a vocês que todo o que comete o pecado, é escravo do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica nela para sempre. Por isso, se o Filho livrar vocês, vocês serão verdadeiramente livres." (Jo 8,34-36).
Páscoa é ressurreição. Páscoa é sairmos do estado pecaminoso e compreendermos que a liberdade total só vem de Deus; é só nele acreditarmos e só a ele nos entregarmos porque “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam no Evangelho”. (Mc 1,15).
A Páscoa da ressurreição tem que ser vivida todos os dias. A ressurreição não se explica por palavras, mas pelo testemunho de vida verdadeiramente cristã; demonstra-se que acredita na ressurreição de Jesus Cristo através da mudança de vida, da mudança de mentalidade para que se possa viver como Jesus viveu, pensar como Jesus pensou, amar como Jesus amou, andar como Jesus andou, porque: “Aquele que diz que permanece nele deve também andar como ele andou” (1Jo 2,6), e seguir seus mandamentos: “Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama; e quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e me manifestarei a ele”. (Jo 14,21); “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que vocês ouvem não é minha, mas do Pai que me enviou”.(Jo 14,22-24).
Se a Igreja, que somos nós, quiser que o mundo acredite na Páscoa da Ressurreição devem ter a coragem de gritar aos quatro ventos: “Cristo ressuscitou; nós cremos e foi por isso que a nossa vida mudou”: “Vocês são testemunhas disso”. (Lc 24,48).
Os primeiros cristãos agiam dessa maneira: “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. Apossava-se de todo o temor, pois numerosos eram os prodígios e sinais que se realizavam por meio dos apóstolos”. (At 2,42-43).
Os primeiros cristãos demonstraram uma mudança radical de vida, pois que começaram a acreditar na ressurreição de Jesus Cristo.
Os primeiros cristãos, depois que começaram a crer no Ressuscitado, abandonaram o egoísmo e a injustiça, condenaram a opressão e a ganância de ter mais para ser mais, abraçaram uma vida nova na fé e no amor, enfim, mudaram de vida e de mentalidade nos moldes do Evangelho.
Agindo dessa maneira, o livro dos Atos dos Apóstolos revela-nos que, entre os primeiros cristãos, não havia necessitados: “Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum; vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-no entre todos, segundo as necessidades de cada um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e gozavam de simpatia de todo o povo. E o Senhor acrescentava cada dia ao seu número os que seriam salvos”. (At 2,44-47).
Já passou da hora de que, aqueles que acreditam verdadeiramente no Ressuscitado, fazerem o mesmo. Acreditar e ser testemunha de Jesus Ressuscitado e ressuscitar com ele implica em contratempos, sofrimentos, dores, perseguições, incompreensões até dos que nos são mais íntimos e amados, assim como aconteceu também com o próprio Cristo e com os primeiros cristãos.
O que se faz necessário é tirar Jesus das nuvens, onde foi colocado, e trazê-lo de volta ao seu povo, pés no chão, bem perto do seu povo. Há a necessidade de mudar de vida e de mentalidade, acreditar que Jesus Cristo ressuscitou realmente.
Se acreditassem, realmente, como dizem, que Jesus ressuscitou dos mortos, que venceu a morte e está, mais do que nunca, vivo, porque então não assumem com responsabilidade a fé verdadeira e a transmitem ao mundo, para que este mesmo mundo se liberte de tantas injustiças e opressões?
Se acreditam na ressurreição, têm que acreditar também que, a primeira prova da fé na ressurreição é lutar para por fim às desigualdades entre os homens, matar a fome de tantos irmãos  que continuam a receber o salário da fome e não tem condições de atender, sequer, as necessidades primárias da sua família. O Evangelho é a revelação do amor, e o amor não tolera desigualdades.
Onde existe o amor não pode existir a fome, a injustiça, a opressão. É com muita tristeza que se observa nas nossas comunidades cristãs que, no mesmo culto participam, lado a lado, o opressor e o oprimido, o violento e o violentado, o injusto e o injustiçado, aquele que recebe o salário de milhões e o que recebe o salário mínimo, o salário da fome. E dizem que todos são irmãos!
E, farisaicamente, se abraçam no abraço da paz como se isso não estivesse acontecendo.
E todos se acomodam, e nada fazem. Cada um senta no seu cantinho e, covardemente, respondem a Deus quando são inquiridos, da mesma maneira que Caim respondeu quando foi inquirido por Yahweh a respeito de seu irmão Abel: “Yahweh disse a Caim: ‘Onde está teu irmão Abel?’ Ele respondeu: ‘Não sei. Acaso sou guarda de meu irmão?’ (Gn 4, 9), ou como fez Pedro, negando ao Senhor Jesus no momento mais crucial de sua vida: ‘Não conheço esse homem de quem vocês falam”. (Mc 14,71).
Da maneira, como Caim que mente ao Senhor sobre o destino de seu irmão e Pedro que nega ao Senhor, todos, também, covardemente, buscam ignorar as necessidades do irmão e negam a Jesus na presença de seus acusadores, virando as costas à afirmativa do Senhor Jesus quando subia aos céus: “... e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra”. (At 1,8).
Que testemunha seria essa prefigurada por Jesus se todos o negam na pessoa do irmão necessitado e carente? Não conhecem, verdadeiramente, ao Senhor Jesus, e bem por isso, não se preocupam com a necessidade do irmão, não protestam contra as injustiças que existem mesmo na participação de uma mesma eucaristia... Esquecem-se do que o Mestre falara: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” Mt 25,40), acompanhado dessa chamada de atenção: Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.” (Mt 10,33).
A Páscoa e ressurreição de Jesus Cristo só se tornarão uma realidade na vida dos cristãos se forem capazes de lutar contra a fome dos pobres, as lágrimas dos oprimidos e sofredores, “Pois tive fome e você me deu de comer. Tive sede e você me deu de beber de beber. Era forasteiro e você me recolheu. Estive nu e me vestiu, doente e me visitou, preso e você foi me visitar”. (Mt 25,35-36).
A Páscoa da ressurreição é a razão de ser da fé da Igreja. A Páscoa da Ressurreição é o sustentáculo da Igreja de Jesus Cristo. De nada teria adiantado o Senhor Jesus vir a este mundo, sofrer o que sofreu, morrer como morreu, se não tivesse ressuscitado ao terceiro dia como havia prometido aos seus apóstolos e discípulos, e como afirma Paulo ao constatar a incredulidade da ressurreição em alguns primeiros cristãos: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como pode alguém dentre vocês dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé." (1Cor 15,12-14).          
Todos os dias acontece uma ressurreição em nossa vida. Quando acordamos pela manhã estamos ressuscitando para um novo dia. Quando conhecemos alguém estamos ressuscitando para uma nova amizade. Quando perdoamos estamos ressuscitando para a graça de Deus. Quando somos perdoados estamos ressuscitando para a misericórdia divina: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”. (Mc 2,17).
Jesus Cristo ressuscitou e nos abriu as portas para a ressurreição nossa de cada dia. Assim como Jesus Cristo ressuscitou Lázaro (Jo 11,43-44), ressuscitou a filha de Jairo (Mc 5,41-42), ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lc 7,14-15), nós também ressuscitamos nossos irmãos. Quando confortamos alguém mergulhado na tristeza, nós o ressuscitamos para a alegria; quando socorremos alguém em dificuldades de qualquer natureza, nós o ressuscitamos para uma vida mais confiante no hoje e no agora e mais digna. A ressurreição é um ato que acontece todos os momentos de nossa vida. A Páscoa é ressurreição, é libertação, é doação, é amor...
Todas as vezes que nos voltamos para Deus Pai, animados pela mensagem de Jesus Cristo e aquecidos pelo fogo do Espírito Santo, estamos sendo ressuscitados para uma vida melhor.
Jesus Cristo ressuscitou da morte para a vida. Deu-nos esperanças de dias melhores. Mostrou-nos que, nesta vida, nada tem valor se o que fizermos não for feito para a maior glória de Deus, conforme disse Paulo: “E tudo o que vocês fizerem através de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio dele” (Cl 3,17).
O cristão é aquele que acredita no Jesus Ressuscitado.
O cristão é aquele que assume a ressurreição de Jesus Cristo.
O cristão é aquele que ressuscita todos os dias, todos os momentos, com Jesus Cristo, para os irmãos, com os irmãos e nos irmãos, proclamando o Reino de Deus e atendendo a exortação do Senhor Jesus: “Todo aquele, portanto, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus”. (Mt 10,32).
Quando ignoramos e não vivemos a Páscoa da ressurreição, quando rejeitamos a libertação que o Senhor Nosso Deus nos oferece, viramos as costas para o sacrifício supremo de Jesus Cristo, renegamos ao Senhor Jesus, e Jesus nos alerta a respeito disso: “Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mt 10,33). Vivemos a ressurreição de Jesus Cristo ressuscitando com ele.
A Páscoa dos israelitas aconteceu depois de muito sofrimento vivido na escravidão do Egito. A Páscoa e ressurreição de Jesus Cristo aconteceram depois dos maiores sofrimentos, do mais triste abandono; aconteceu depois de sua morte para libertar-nos do pecado.
A nossa ressurreição de todos os dias não pode ser diferente da de Jesus Cristo; somente ressuscitamos após havermos morrido para o pecado, para o mundo; ressuscitamos depois de haver sofrido a ingratidão e indiferença dos irmãos, depois de sermos maltratados, injuriados, traídos, caluniados, e abandonados até pelas pessoas que mais amamos.
Se não for precedida de dor, sofrimento e renúncia, a nossa ressurreição de cada dia não tem sentido, não tem valor. Não porque Deus quer isso de nós, mas isso acontece porque o mundo não aceita a salvação trazida por Jesus e persegue aqueles que tentam difundi-la entre todos os homens: persegue, maltrata, injuria, calunia e, bem por isso Jesus disse: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu”. (Mt 5,10-12).
Adoremos a Jesus ressuscitado e vivamos de tal maneira que possamos ser dignos de ressuscitar como ele ressuscitou, não somente no juízo final como ele nos prometeu, mas ressuscitar todos os dias numa renovação total e diária de nossas vidas, sempre voltados para a promoção da maior glória de Deus. Jesus Cristo ressuscitou como havia dito. O bem vence o mal. A vida vence a morte. A misericórdia vence a ofensa. O perdão vence o pecado. A luz vence as trevas.
Jesus Cristo ressuscitou como disse: “... porque vocês procuram Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou. Lembrem-se de como ele falou para vocês, quando ainda estava na Galiléia? "É preciso que o Filho do Homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado, e ressuscite ao terceiro dia." (Lc 24,5-8).
Jesus Cristo voltou da morte para a vida, para mostrar que Deus não é Deus dos mortos, mas Deus dos vivos: "Ora, Ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos; todos, com efeito, vivem para Ele." (Lc 20, 38). A nossa fé está baseada num túmulo vazio.
Mas, infelizmente, dizemos que acreditamos na Páscoa da Ressurreição, mas não vivemos a ressurreição. Dizemos que amamos Jesus Ressuscitado, mas nem sempre convivemos com Jesus Ressuscitado. Sabemos que um dia ressuscitaremos com ele, mas ignoramos que devemos ressuscitar todos os dias.
De fato, falamos demais na ressurreição, mas somos por demais presos em nossos interesses particulares que nada dizem com os interesses do Pai. Pouco importa para nós que o fraco continue oprimido, o doente continue esquecido, o menor continue abandonado, o faminto continue ignorado...
Falamos em ressurreição enquanto o egoísmo esmaga os mais pobres, a violência extermina a vida, o poder tiraniza o homem comum, a volúpia dos prazeres paralisa os corações. Falamos muito em ressurreição, mas pouco ou nada fazemos para que possamos ressuscitar todos os dias.
Ressurreição não é somente o despertar de um cadáver, o reviver de um Lázaro ou a reconstituição de um corpo no último dia. Ressurreição é também o fim de um sistema opressor e o início de um sistema de justiça. Ressurreição é a morte do egoísmo e florescimento do amor. Ressurreição é o fim do sofrimento e da violência e a volta da fraternidade, da alegria, da esperança e do amor. Ressurreição é pão na mesa de todos, salários dignos e decentes aos trabalhadores, respeito pela vida, paz na terra, amor nos corações, mães sem lágrimas, amores verdadeiros e verdadeiramente correspondidos, filhos com lar, jovens não drogados, doentes amados e bem servidos, velhos respeitados e amparados.
Essa deve ser a ressurreição nossa de cada dia; isso é Páscoa, e Páscoa é ressurreição, é libertação. Não podemos deixar de construí-la todos os dias se quisermos merecer e participar da ressurreição definitiva. Jesus Cristo ressuscitou para nos dar esperanças de dias melhores, e esses dias melhores começam conosco mesmo, dentro de cada um de nós...
 Por isso, devemos repetir todos os dias o que o salmista desta liturgia nos transmite: “Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele exultemos”. (Sl 188 (117),24).

Um comentário:

  1. Oi, GOSTEI DO BLOG! DOMINGO DE PÁSCOA – RENASCIMENTO
    Não me importa se és Ateu, ou que religião professes, mas sim que como ser humano vivas na luz , lembrando que seja quem for, somos filhos do criador.
    E que agora, buscando a verdade, justiça e lucidez em você, haja mais luz a sua volta.
    O seu direito termina aonde começa o do outro, o mundo terá paz quando estivermos em paz. Desejo com toda força do meu ser, que o ser humano tenha conseguido crescer. Eliane Maciel “ALINE”. www.facebook.com/deolho.nomundo

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