PÁSCOA E
RESSURREIÇÃO
“TIRARAM O SENHOR
DO TÚMULO E NÃO SABEMOS ONDE O COLOCARAM”. (Jo 20,2b).
Diácono
Milton Restivo
O livro dos
Atos dos Apóstolos está presente neste Domingo da Páscoa, como estará, também,
nos outros seis domingos do Tempo Pascal. No capítulo 10 encontramos Pedro na
cidade de Cesaréia, na casa de Cornélio “centurião da corte chamada Itálica.
Era piedoso e, junto com todos os da sua família, pertencia ao grupo dos tementes
a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava sempre a Deus.” (At 10,1-2).
Esta é a
apresentação e a qualificação que este livro faz sobre Cornélio. Pedro fora
chamado por Cornélio para evangelizar e batizar na fé Cornélio e todos os da
sua família. Para um judeu não era permitido hospedar-se na casa de um gentio,
ou seja, de alguém que não fosse judeu e que não professasse a fé judaica, fato
que Pedro notifica Cornélio: “Vocês sabem que é proibido um judeu
relacionar-se com um estrangeiro, ou entrar na casa dele” (At 10,28), mas
Cornélio o tranquiliza e diz a Pedro que: “agora, portanto, estamos todos
aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir o que o Senhor o encarregou de
nos dizer”. (At 10,33b).
O sacrifício
de Jesus na cruz já começava a mostrar seus frutos: não eram somente os judeus
que deveriam ser evangelizados; todos os povos da terra deveriam ter acesso à
mensagem de Jesus, conforme ele mesmo havia dito: “Portanto, vão e façam com
que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
A salvação deixara
de ser exclusividade dos judeus; viera para todos os povos. Cornélio, portanto
seria, juntamente com toda a sua casa, o primeiro estrangeiro, o primeiro não
judeu a ser evangelizado e batizado e se tornar um cristão. E esta função foi
designada para que Pedro a realizasse. Era a Páscoa da Ressurreição, como o
despertar do sol, o nascer de um novo dia, que atingia o seu objetivo: todos os
povos seriam evangelizados e batizados.
Pedro, “tomando
a palavra, começou a falar: ‘De fato, estou compreendendo que Deus não faz
diferença entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a
justiça, seja qual for a nação a que pertença.” (At 10,35).
O que chama a
atenção nessa exortação de Pedro é que ele afirma que “Deus não faz
diferença entre as pessoas”, o que seria repetido por Paulo mais tarde na
sua carta aos Gálatas 2,6, em Romanos 2,11 e novamente pelo próprio Pedro em sua Primeira Carta
2,17. a salvação veio para todos. Deixou de ser exclusividade para os judeus
que não a aceitaram em primeira instância. É a nova Páscoa do sangue do “Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo” conforme dissera João Batista em João 1,29.
O Salmo 117
enaltece a salvação vinda de Yahweh: “Agradeçam Yahweh, porque ele é bom,
porque o seu amor é para sempre. [...] Yahweh é minha força e energia,
ele é minha salvação. [...] eu te agradeço, porque me ouviste, e foste a
minha salvação! A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.
[...] Yahweh, dá-nos a salvação. [...] Bendito o que vem em nome
de Yahweh! [...] Agradeçam Yahweh, porque ele é bom, porque o seu amor é
para sempre.” (Sl 118 (117),1.14.21-22.26.29).
Paulo na
segunda leitura, fala que, pela ressurreição de Jesus, todos ressuscitamos e um
dia nos manifestaremos com ele na sua glória: “Se vocês foram ressuscitados
com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita do
Pai. [...] Quando Cristo se manifestar, ele que é a nossa vida, então
vocês também se manifestarão com ele na glória.” (Cl 3,1.4).
Estamos
vivendo a Páscoa da Ressurreição, a festa magna da cristandade. Páscoa, no
Antigo Testamento, era a festa solene que os israelitas celebravam anualmente
em comemoração a sua libertação da escravidão e saída do Egito; no Novo
Testamento a Páscoa é a memória, o memorial do sacrifício por nós na cruz e da
ressurreição do Cristo.
Páscoa é
libertação. Jesus, na Páscoa da Nova Aliança, na sua ressurreição, nos liberta
da escravidão do pecado para a graça de Deus; liberta-nos da morte para a vida;
liberta-nos da opressão para a total liberdade de filhos de Deus.
Páscoa é
liberdade: “Em verdade, em verdade digo a
vocês que todo o que comete o pecado, é escravo do pecado. Ora, o escravo não
fica para sempre na casa, mas o filho fica nela para sempre. Por isso, se o
Filho livrar vocês, vocês serão verdadeiramente livres." (Jo 8,34-36).
Páscoa é
ressurreição. Páscoa é sairmos do estado pecaminoso e compreendermos que a liberdade
total só vem de Deus; é só nele acreditarmos e só a ele nos entregarmos porque “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está
próximo. Arrependam-se e creiam no Evangelho”. (Mc 1,15).
A Páscoa da
ressurreição tem que ser vivida todos os dias. A ressurreição não se explica
por palavras, mas pelo testemunho de vida verdadeiramente cristã; demonstra-se
que acredita na ressurreição de Jesus Cristo através da mudança de vida, da
mudança de mentalidade para que se possa viver como Jesus viveu, pensar como
Jesus pensou, amar como Jesus amou, andar como Jesus andou, porque: “Aquele que diz que permanece nele deve
também andar como ele andou” (1Jo 2,6), e seguir seus mandamentos: “Quem tem meus mandamentos e os observa é
que me ama; e quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e me manifestarei
a ele”. (Jo 14,21); “Se alguém me
ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele
estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a
palavra que vocês ouvem não é minha, mas do Pai que me enviou”.(Jo 14,22-24).
Se a Igreja,
que somos nós, quiser que o mundo acredite na Páscoa da Ressurreição devem ter
a coragem de gritar aos quatro ventos: “Cristo ressuscitou; nós cremos e foi
por isso que a nossa vida mudou”: “Vocês
são testemunhas disso”. (Lc 24,48).
Os primeiros
cristãos agiam dessa maneira: “Eles
mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à
fração do pão e às orações. Apossava-se de todo o temor, pois numerosos eram os
prodígios e sinais que se realizavam por meio dos apóstolos”. (At 2,42-43).
Os primeiros
cristãos demonstraram uma mudança radical de vida, pois que começaram a acreditar
na ressurreição de Jesus Cristo.
Os primeiros
cristãos, depois que começaram a crer no Ressuscitado, abandonaram o egoísmo e
a injustiça, condenaram a opressão e a ganância de ter mais para ser mais,
abraçaram uma vida nova na fé e no amor, enfim, mudaram de vida e de
mentalidade nos moldes do Evangelho.
Agindo dessa
maneira, o livro dos Atos dos Apóstolos revela-nos que, entre os primeiros cristãos,
não havia necessitados: “Todos os que
tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum; vendiam suas
propriedades e bens, e dividiam-no entre todos, segundo as necessidades de cada
um. Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão
pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam
a Deus e gozavam de simpatia de todo o povo. E o Senhor acrescentava cada dia
ao seu número os que seriam salvos”. (At 2,44-47).
Já passou da
hora de que, aqueles que acreditam verdadeiramente no Ressuscitado, fazerem o
mesmo. Acreditar e ser testemunha de Jesus Ressuscitado e ressuscitar com ele
implica em contratempos, sofrimentos, dores, perseguições, incompreensões até
dos que nos são mais íntimos e amados, assim como aconteceu também com o
próprio Cristo e com os primeiros cristãos.
O que se faz
necessário é tirar Jesus das nuvens, onde foi colocado, e trazê-lo de volta ao
seu povo, pés no chão, bem perto do seu povo. Há a necessidade de mudar de vida
e de mentalidade, acreditar que Jesus Cristo ressuscitou realmente.
Se acreditassem,
realmente, como dizem, que Jesus ressuscitou dos mortos, que venceu a morte e
está, mais do que nunca, vivo, porque então não assumem com responsabilidade a
fé verdadeira e a transmitem ao mundo, para que este mesmo mundo se liberte de
tantas injustiças e opressões?
Se acreditam
na ressurreição, têm que acreditar também que, a primeira prova da fé na
ressurreição é lutar para por fim às desigualdades entre os homens, matar a
fome de tantos irmãos que continuam a
receber o salário da fome e não tem condições de atender, sequer, as necessidades
primárias da sua família. O Evangelho é a revelação do amor, e o amor não
tolera desigualdades.
Onde existe o
amor não pode existir a fome, a injustiça, a opressão. É com muita tristeza que
se observa nas nossas comunidades cristãs que, no mesmo culto participam, lado
a lado, o opressor e o oprimido, o violento e o violentado, o injusto e o
injustiçado, aquele que recebe o salário de milhões e o que recebe o salário
mínimo, o salário da fome. E dizem que todos são irmãos!
E,
farisaicamente, se abraçam no abraço da paz como se isso não estivesse
acontecendo.
E todos se
acomodam, e nada fazem. Cada um senta no seu cantinho e, covardemente,
respondem a Deus quando são inquiridos, da mesma maneira que Caim respondeu
quando foi inquirido por Yahweh a respeito de seu irmão Abel: “Yahweh disse a Caim: ‘Onde está teu irmão
Abel?’ Ele respondeu: ‘Não sei. Acaso sou guarda de meu irmão?’ (Gn 4, 9),
ou como fez Pedro, negando ao Senhor Jesus no momento mais crucial de sua vida: ‘Não conheço esse homem de quem vocês
falam”. (Mc 14,71).
Da maneira,
como Caim que mente ao Senhor sobre o destino de seu irmão e Pedro que nega ao
Senhor, todos, também, covardemente, buscam ignorar as necessidades do irmão e
negam a Jesus na presença de seus acusadores, virando as costas à afirmativa do
Senhor Jesus quando subia aos céus: “...
e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até
os confins da terra”. (At 1,8).
Que testemunha
seria essa prefigurada por Jesus se todos o negam na pessoa do irmão
necessitado e carente? Não conhecem, verdadeiramente, ao Senhor Jesus, e bem
por isso, não se preocupam com a necessidade do irmão, não protestam contra as
injustiças que existem mesmo na participação de uma mesma eucaristia...
Esquecem-se do que o Mestre falara: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que
vocês fizeram a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” Mt
25,40), acompanhado dessa chamada de atenção: “Mas qualquer que me negar diante dos
homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que
está nos céus.” (Mt 10,33).
A Páscoa e
ressurreição de Jesus Cristo só se tornarão uma realidade na vida dos cristãos
se forem capazes de lutar contra a fome dos pobres, as lágrimas dos oprimidos e
sofredores, “Pois tive fome e você me deu
de comer. Tive sede e você me deu de beber de beber. Era forasteiro e você me
recolheu. Estive nu e me vestiu, doente e me visitou, preso e você foi me
visitar”. (Mt 25,35-36).
A Páscoa da
ressurreição é a razão de ser da fé da Igreja. A Páscoa da Ressurreição é o
sustentáculo da Igreja de Jesus Cristo. De nada teria adiantado o Senhor Jesus
vir a este mundo, sofrer o que sofreu, morrer como morreu, se não tivesse
ressuscitado ao terceiro dia como havia prometido aos seus apóstolos e discípulos,
e como afirma Paulo ao constatar a incredulidade da ressurreição em alguns
primeiros cristãos: “Ora, se se prega que
Cristo ressuscitou dos mortos, como pode alguém dentre vocês dizer que não há
ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não
ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia
também é a vossa fé." (1Cor 15,12-14).
Todos os dias acontece
uma ressurreição em nossa vida. Quando acordamos pela manhã estamos
ressuscitando para um novo dia. Quando conhecemos alguém estamos ressuscitando
para uma nova amizade. Quando perdoamos estamos ressuscitando para a graça de
Deus. Quando somos perdoados estamos ressuscitando para a misericórdia divina: “Não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas os doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”. (Mc
2,17).
Jesus Cristo
ressuscitou e nos abriu as portas para a ressurreição nossa de cada dia. Assim
como Jesus Cristo ressuscitou Lázaro (Jo 11,43-44), ressuscitou a filha de
Jairo (Mc 5,41-42), ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lc 7,14-15), nós
também ressuscitamos nossos irmãos. Quando confortamos alguém mergulhado na
tristeza, nós o ressuscitamos para a alegria; quando socorremos alguém em
dificuldades de qualquer natureza, nós o ressuscitamos para uma vida mais
confiante no hoje e no agora e mais digna. A ressurreição é um ato que acontece
todos os momentos de nossa vida. A Páscoa é ressurreição, é libertação, é
doação, é amor...
Todas as vezes
que nos voltamos para Deus Pai, animados pela mensagem de Jesus Cristo e aquecidos
pelo fogo do Espírito Santo, estamos sendo ressuscitados para uma vida melhor.
Jesus Cristo
ressuscitou da morte para a vida. Deu-nos esperanças de dias melhores. Mostrou-nos
que, nesta vida, nada tem valor se o que fizermos não for feito para a maior
glória de Deus, conforme disse Paulo: “E tudo o que vocês fizerem através de
palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por
meio dele” (Cl 3,17).
O cristão é
aquele que acredita no Jesus Ressuscitado.
O cristão é
aquele que assume a ressurreição de Jesus Cristo.
O cristão é
aquele que ressuscita todos os dias, todos os momentos, com Jesus Cristo, para
os irmãos, com os irmãos e nos irmãos, proclamando o Reino de Deus e atendendo
a exortação do Senhor Jesus: “Todo
aquele, portanto, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me
declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus”. (Mt 10,32).
Quando
ignoramos e não vivemos a Páscoa da ressurreição, quando rejeitamos a
libertação que o Senhor Nosso Deus nos oferece, viramos as costas para o
sacrifício supremo de Jesus Cristo, renegamos ao Senhor Jesus, e Jesus nos
alerta a respeito disso: “Aquele, porém,
que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está
nos céus”. (Mt 10,33). Vivemos a ressurreição de Jesus Cristo ressuscitando
com ele.
A Páscoa dos
israelitas aconteceu depois de muito sofrimento vivido na escravidão do Egito.
A Páscoa e ressurreição de Jesus Cristo aconteceram depois dos maiores
sofrimentos, do mais triste abandono; aconteceu depois de sua morte para
libertar-nos do pecado.
A nossa
ressurreição de todos os dias não pode ser diferente da de Jesus Cristo;
somente ressuscitamos após havermos morrido para o pecado, para o mundo;
ressuscitamos depois de haver sofrido a ingratidão e indiferença dos irmãos,
depois de sermos maltratados, injuriados, traídos, caluniados, e abandonados
até pelas pessoas que mais amamos.
Se não for
precedida de dor, sofrimento e renúncia, a nossa ressurreição de cada dia não
tem sentido, não tem valor. Não porque Deus quer isso de nós, mas isso acontece
porque o mundo não aceita a salvação trazida por Jesus e persegue aqueles que
tentam difundi-la entre todos os homens: persegue, maltrata, injuria, calunia
e, bem por isso Jesus disse: “Felizes os que são perseguidos por causa da
justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes vocês, se forem insultados e
perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês por causa de mim.
Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu”.
(Mt 5,10-12).
Adoremos a
Jesus ressuscitado e vivamos de tal maneira que possamos ser dignos de
ressuscitar como ele ressuscitou, não somente no juízo final como ele nos
prometeu, mas ressuscitar todos os dias numa renovação total e diária de nossas
vidas, sempre voltados para a promoção da maior glória de Deus. Jesus Cristo
ressuscitou como havia dito. O bem vence o mal. A vida vence a morte. A
misericórdia vence a ofensa. O perdão vence o pecado. A luz vence as trevas.
Jesus Cristo
ressuscitou como disse: “... porque vocês
procuram Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou. Lembrem-se
de como ele falou para vocês, quando ainda estava na Galiléia? "É preciso
que o Filho do Homem seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado, e
ressuscite ao terceiro dia." (Lc 24,5-8).
Jesus Cristo
voltou da morte para a vida, para mostrar que Deus não é Deus dos mortos, mas
Deus dos vivos: "Ora, Ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos;
todos, com efeito, vivem para Ele." (Lc 20, 38). A nossa fé está
baseada num túmulo vazio.
Mas,
infelizmente, dizemos que acreditamos na Páscoa da Ressurreição, mas não
vivemos a ressurreição. Dizemos que amamos Jesus Ressuscitado, mas nem sempre
convivemos com Jesus Ressuscitado. Sabemos que um dia ressuscitaremos com ele,
mas ignoramos que devemos ressuscitar todos os dias.
De fato,
falamos demais na ressurreição, mas somos por demais presos em nossos
interesses particulares que nada dizem com os interesses do Pai. Pouco importa
para nós que o fraco continue oprimido, o doente continue esquecido, o menor
continue abandonado, o faminto continue ignorado...
Falamos em
ressurreição enquanto o egoísmo esmaga os mais pobres, a violência extermina a
vida, o poder tiraniza o homem comum, a volúpia dos prazeres paralisa os
corações. Falamos muito em ressurreição, mas pouco ou nada fazemos para que
possamos ressuscitar todos os dias.
Ressurreição
não é somente o despertar de um cadáver, o reviver de um Lázaro ou a reconstituição
de um corpo no último dia. Ressurreição é também o fim de um sistema opressor e
o início de um sistema de justiça. Ressurreição é a morte do egoísmo e
florescimento do amor. Ressurreição é o fim do sofrimento e da violência e a
volta da fraternidade, da alegria, da esperança e do amor. Ressurreição é pão
na mesa de todos, salários dignos e decentes aos trabalhadores, respeito pela
vida, paz na terra, amor nos corações, mães sem lágrimas, amores verdadeiros e
verdadeiramente correspondidos, filhos com lar, jovens não drogados, doentes
amados e bem servidos, velhos respeitados e amparados.
Essa deve ser
a ressurreição nossa de cada dia; isso é Páscoa, e Páscoa é ressurreição, é
libertação. Não podemos deixar de construí-la todos os dias se quisermos
merecer e participar da ressurreição definitiva. Jesus Cristo ressuscitou para
nos dar esperanças de dias melhores, e esses dias melhores começam conosco
mesmo, dentro de cada um de nós...
Por isso, devemos repetir todos os dias o que
o salmista desta liturgia nos transmite: “Este é o dia que o Senhor fez para
nós; alegremo-nos e nele exultemos”. (Sl 188 (117),24).
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ResponderExcluirNão me importa se és Ateu, ou que religião professes, mas sim que como ser humano vivas na luz , lembrando que seja quem for, somos filhos do criador.
E que agora, buscando a verdade, justiça e lucidez em você, haja mais luz a sua volta.
O seu direito termina aonde começa o do outro, o mundo terá paz quando estivermos em paz. Desejo com toda força do meu ser, que o ser humano tenha conseguido crescer. Eliane Maciel “ALINE”. www.facebook.com/deolho.nomundo