O BOM PASTOR
Durante a sua caminhada ensinando, curando e amparando
os que buscavam a verdade, Jesus, muitas vezes, se apieda da multidão e a vê
como “ovelhas sem pastor”: “Assim que ele desembarcou, viu uma grande
multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam como ovelhas sem
pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.” (Mc 6,34).
E, em seguida, não somente preocupado pela falta do
alimento espiritual que o povo estava necessitado, alimentou-o materialmente,
multiplicando cinco pães e dois peixes que alimentaram cinco mil homens, sem
contar mulheres e crianças, (cf Mc 6,35-44).
A partir dai, Jesus prepara o povo para vê-lo como o
pastor enviado pelo Pai para conduzir o povo escolhido e que aceitasse a
mensagem da Boa Nova para a casa do Pai: “Eu
não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mt 15,24), e
se autoproclama “o bom pastor”: “Eu sou o
bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas. O mercenário, que não
é pastor, a quem não pertencem as ovelhas,
vê o lobo aproximar-se, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e
dispersa, porque ele é mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom
pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai
me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Mas
tenho outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas
ouvirão a minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor. Por isso o Pai
me ama, porque dou minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu
a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la; esse é o
mandamento que recebi do meu Pai." (Jo 10,11-18).
Jesus Cristo é o Bom Pastor.
E isso ele deixa patente na parábola da ovelha
perdida, onde retrata a misericórdia do Pai e o extremo zelo que ele, o Bom
Pastor, tem por suas ovelhas, a ponto de contá-las com frequência, e, no dia em
que, das cem ovelhas que tem, número simbólico, é claro, dá pela falta de
apenas uma, deixa as noventa e nove em segurança e parte em busca da desgarrada.
Assim ele narra-nos essa parábola de misericórdia: “Qual de vocês, tendo cem ovelhas e perder
uma, não abandona as noventa e nove no deserto e vai em busca daquela que se
perdeu, até encontrá-la? E achando-a, alegre a coloca sobre os ombros e, de
volta para casa, convoca os amigos e os vizinhos, dizendo-lhes: ‘Alegrem-se
comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida!’ Eu digo a vocês que do mesmo
modo haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrependa, do que por
noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” (Lc 15,4-7).
Jesus Cristo é o Bom Pastor.
Nós, que o seguimos, somos as suas ovelhas, fazemos
parte de seu rebanho. E o nosso Pastor não é um mercenário que faz as coisas
por interesse, por dinheiro, por promoção pessoal ou para galgar postos
profissionais ou sociais. Tudo que o Bom Pastor faz por suas ovelhas é por
amor, e se preciso for, dá a vida por elas; e o que foi que Jesus Cristo fez?
Quando o Bom Pastor vê alguma ovelha doente, corre
para socorrê-la, tratá-la, curá-la: e o Bom Pastor jamais deixou partir de
junto de si um doente sem lhe restituir a saúde, jamais se deparou com um cego
sem lhe devolver a vista, jamais conversou com um descrente, mas que estava à
busca da verdade, sem lhe confirmar na fé.
Jesus entregou-se nas mãos dos lobos para que os lobos
não atacassem o seu rebanho; foi açoitado, coroado de espinhos, estraçalhado,
crucificado, e morreu pela salvação de suas ovelhas.
Quando vamos entender o grande amor que Jesus Cristo
tem por nós? Será que ele vai ter de morrer novamente para que possamos
entender o quanto nos ama? Qual é a nossa resposta de fé para esse sacrifício
que um Deus se propôs a fazer para a salvação de toda a humanidade e de cada um
de nós em particular? Somos ovelhas, ou somos lobos?
Às vezes somos muito mais lobos do que ovelhas. Muitas
vezes estragamos tudo o que o Bom Pastor fez e faz...
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