“A ORAÇÃO DA FÉ
SALVARÁ O DOENTE...” (Tg 5,15).
Jesus, nos Santos Evangelhos, jamais deixou um doente que o procurasse partir da maneira como estava; Jesus os transformava, consolava e os curava, tanto doente do corpo como doente da alma.
Jesus sempre atendeu ao chamamento dos que o procuravam para curar algum doente e jamais deixou alguém que o procurasse implorando pelo restabelecimento de um doente voltar sem uma esperança, como aconteceu com o leproso (Mt 8,1-4), com o centurião romano, (Mt 8,5-13), com a sogra de Pedro, (Mt 8,14-18), como aconteceu a muitos endemoniados, (Mt 8,16-17), e a centenas de outros paralíticos, cegos, surdos, mudos, lunáticos, para que se cumprisse o que havia sido dito e escrito pelo profeta Isaías, se referindo ao Messias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor.” (Mt 4,18-19).
Jesus sempre atendeu aos apelos de cura dos doentes, restituindo-lhes a saúde, dando-lhes vida, e não somente os doentes do corpo mas também da alma, para que a vida fosse plena, mostrando coerência no que fazia e falava: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
É muito difícil em uma família não ter uma pessoa doente, uma pessoa idosa que não necessite de cuidados especiais.
O doente é uma pessoa amada por Deus, pois que Jesus se faz passar por um deles para dar exemplo de quem seria merecedor do reino dos céus: “Vinde benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois... estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me.” (Mt 25,34 e 36).
Os doentes são as pessoas que mantém a humanidade unida entre si e a Deus, porque é através do sofrimento que nos purificamos e, pelos sofrimentos dos nossos doentes, nos elevamos a Deus.
Os doentes são as pessoas que continuam, por todo o sempre, o sacrifício de Jesus Cristo no Calvário.
São os queridos do Pai. E, muitas vezes, que pouca importância damos aos doentes. Quantas vezes tomamos conhecimento que um parente, um amigo, um conhecido está doente e não nos preocupamos em visitá-lo; negamos aos nossos doentes uma visita, a nossa presença amiga e fraternal, uma palavra de conforto, de carinho, uma afirmação de que estamos com ele naquele sofrimento, naqueles momentos difíceis por que passa.
Para uma pessoa doente, internada em um hospital ou sendo tratada em casa, é muito importante, para o seu restabelecimento, a nossa presença, a nossa visita, porque, além de estarmos praticando um ato de caridade e amor, estamos cumprindo uma determinação evangélica, um ensinamento de Jesus, porque, através do sofrimento, Jesus se faz presente naquele doente, e isso ele confirma quando diz: “Estive doente e me visitastes” (Mt 25,36).
O Apóstolo Paulo escreve aos Colossenses: “Agora eu me regozijo nos meus sofrimentos por vós, e completo na minha carne o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja.” (Cl 1,24). Essa frase de Paulo se ajusta com perfeição na boca dos doentes, dos nossos irmãos que estão passando por algum problema de saúde, que está acamado, hospitalizado, enfim, que está em tratamento médico.
Todos os doentes sofrem, e seria tão bom ouvi-los dizer como Paulo Apóstolo: Agora eu me regozijo nos meus sofrimentos... e completo na minha carne o que falta das tribulações de Cristo...” (Cl 1,24).
Os doentes são os companheiros inseparáveis de Jesus Cristo a caminho do Calvário. Os doentes são os participantes da agonia na cruz. O sofrimento dos doentes é o complemento dos sofrimentos de Jesus Cristo para a salvação de toda a humanidade.
Os doentes são o corpo flagelado e dilacerado de Jesus; os doentes são a cabeça coroada de espinhos do Divino Mestre; os doentes são o coração sacrossanto de Jesus traspassado por uma lança; os doentes são as mãos e os pés de Jesus rasgados pelos cravos e pregados no madeiro da cruz...
Os doentes sofrem, e esse sofrimento se funde ao sofrimento de Jesus para a salvação de todos os homens. Não existe sofrimento inútil. Não existe dor que não seja revertida para a salvação de quem sofre, para a salvação da família de quem sofre, enfim, para a salvação de todos os homens.
Todos lutamos para ter saúde; é um direito que todos temos, o de sermos sadios, sermos perfeitos. Mas, apesar dos nossos esforços para a conservação da saúde, a nossa natureza humana é frágil, e a doença, vez por outra, assedia-nos, ataca-nos e, muitas vezes, é uma companheira constante...
Então, precisamos fazer de nossa doença, do nosso sofrimento a ponte que nos liga ao Pai. Paulo Apóstolo se alegra na dor e afirma que a sua dor complementa o que faltas no sofrimento de Jesus.
Desta forma os doentes deveriam pensar, porque eles são os amigos queridos de Jesus; porque somente quem sofre pode valorizar o sofrimento de Jesus que, sem merecer e de livre e espontânea vontade entregou-se à morte, e morte de cruz, para a salvação de todos os homens.
Nós, os que agora temos saúde, não deveríamos nos esquecer, jamais, dos nossos irmãos doentes; não poderíamos deixar que eles fiquem sozinhos na sua caminhada de dor. Hoje temos saúde, amanhã o doente poderá ser cada um de nós...
A nossa saúde é como um fio de teia de aranha que pode se romper a qualquer momento; estejamos sempre preparados para isso...
A melhor preparação para sermos pacientes e aceitarmos com resignação qualquer problema de saúde é visitar com frequência nossos irmãos doentes; como eles necessitam da nossa presença, da nossa visita, da nossa ajuda, da nossa palavra amiga. “Estive doente e me visitastes...” (Mt 25,36); o nosso irmão doente é o próprio Senhor Jesus que continua sofrendo para completar o sofrimento do Calvário...
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