PAPA
FRANCISCO CANONIZA OS PRIMEIROS MÁRTIRES BRASILEIROS
Neste
Domingo, dia 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco
canonizará os Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco
Ferro, Mateus Moreira e mais sessenta e nove
companheiros leigos que foram trucidados por soldados calvinistas protestantes
holandeses e índios em duas datas diferentes e em dois locais diferentes. Mas,
o que teve em comum esses dois acontecimentos, é que aconteceram durante a
celebração de uma Santa missa.
No dia 05 de março de 2.00, na Praça de São Pedro, o Papa João
Paulo II proclamou Beatos os mártires do Rio Grande do Norte, e no dia 20 de
abril deste ano, o Papa Francisco anunciou a canonização deles para o dia 15 de
outubro de 2017.
Agora, serão
os primeiros Santos mártires do Brasil que em 1645, no Rio Grande do Norte, que
derramaram seu sangue por amor a Cristo.
Os Protomártires brasileiros
O primeiro episódio aconteceu em 16 de
julho de 1645, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú, localidade
do Estado do Rio Grande do Norte, onde decorria a Santa Missa dominical
celebrada pelo pároco, Padre André de Soveral, quando
um grupo de soldados calvinistas protestantes holandeses com índios assassinou o
padre celebrante e todos os fiéis presentes, homens, mulheres e crianças, que
estavam participando da Santa Missa, massacrando-os impiedosamente.
O segundo episódio remonta a 03 de
outubro do mesmo ano.
Após o
ocorrido em Cunhaú, os católicos da cidade de Natal procuraram pôr-se a salvo
em abrigos improvisados, mas foi em vão. Feitos prisioneiros, juntamente com o
seu pároco, o Padre Ambrósio Francisco Ferro, foram levados para perto de
Uruaçu, onde os esperavam soldados holandeses e cerca de duzentos índios,
cheios de aversão contra os católicos, onde foram trucidados pelos protestantes
calvinistas e holandeses e pelos índios comandados e incentivados pelos
holandeses. Os féis e o seu pároco foram horrivelmente torturados e deixados
morrer entre bárbaras mutilações.
Do numeroso grupo de fiéis assassinados, conseguiu-se identificar
com certeza apenas trinta, não tendo sido possível identificar os demais entre
homens, mulheres e crianças.
São eles mortos na primeira chacina em Cunhaú; Padre André de
Soveral e Domingos Carvalho.
Mortos em Uruaçu, na segunda chacina: Padre Ambrósio Francisco
Ferro, Mateus Moreira, Antônio Vilela, o jovem, e sua filha, José do Porto,
Francisco de Bastos, Diogo Pereira, João Lostão Navarro, Antônio Vilela Cid,
Estêvão Machado de Miranda e duas filhas, Vicente de Souza Pereira, Francisco
Mendes Pereira, João da Silveira, Simão Correia, Antônio Baracho, João Martins
e sete companheiros, Manuel Rodrigues Moura e sua esposa, uma filha de
Francisco Dias, o jovem, todos mortos em Uruaçu também no rio Grande do
Norte.
A evangelização no Rio Grande do Norte foi iniciada em 1597 por
missionários jesuítas e sacerdotes diocesanos, originários do reino católico de
Portugal.
Nas décadas seguintes, a chegada dos holandeses, de religião
calvinista, provocou a restrição da liberdade de culto para os católicos que, a
partir daquele momento, foram perseguidos. É neste contexto que se verifica o
martírio dos que serão canonizados, em dois episódios distintos.
Conheça a história dos Protomártires do Brasil
Dentro da
conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois
martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu.
Estes
martírios aconteceram no ano de 1645, no contesto da dominação holandesa no
nordeste do Brasil, aconteceram dois motyicínios na Província do Rio Grande, onde
hoje é o Estado do Rio Grande do Norte.
O primeiro
martírio sucedeu-se na localidade de Cunhaú, território onde hoje é situado o
município de Canguiaretama, sendo que o Padre André de Soveral e o fiél Domingos
de Carvalho, juntamente com mais vinte e oito fiéis, entre eles homens,
mulheres e crianças, foram chacinados, tornando-se mártires da fé católica mártires em Cunhaú
durante a celebração de uma Santa Missa na capela de Nossa Senhora das
Candeias.
O Padre
André de Soveral nasceu no Estado de São
Paulo, foi ordenado sacerdote na Companhia de Jesus (Jesuítas), ordem a qual
pertence o Papa Francisco e fora enviado
a trabalhar no Colégio Jesuita em Recife, de onde partiu em missão para a então Capitania do Rio Grande, hjoje
Estado do Rio Grande do Norte.
O Segundo
martírio aconteceu às margens do rio
Potengiui, para onde um grupo de católicos foi conduzido após ter sido
capturado na Fortaleza dos Reis Magos em Uruaçu, onde hohe é o município de São
Gonçalo do Amarante, ambos no Estado do Rio Grande do Norte, sendo
martirizados, nesta oportunidade, o Padre Ambrósio Francisco Ferro e Mateus
Moreira em Uruaçu, emais trinta e oito fiéis, entre eles homens, mulheres e
crianças.
No Engenho
de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do
Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por
70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral.
No dia 15 de
julho chegou em Cunhaú o holandês, protestante calvinista, Jacó Rabe, trazendo
consigo seus liderados, mais de duzentos índios e ferozes tapuias, e, além
deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses.
Jacó Rabe
era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos
holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.
Dizendo-se
em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, Rabe convoca a
população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia
seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um
sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à
terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente
indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos
tapuias e dos potiguares.
A notícia do
massacre de Cunhaú espalhou-se por toda a Capitania de Rio Grande (hoje Estado
do Rio Grande do Norte) e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa
conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao
comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o
vigário Padre Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de
Bastos, Diogo Pereira e José do Porto.
Os outros
moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua
própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25
km de Fortaleza.
Enquanto
isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes.
Após passar
por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e
encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele
mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16
dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis
Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas
mãos de Deus.
Cinco reféns
foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes
Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia.
Desse modo,
os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante
sob custódia em Potengi.
Dia 02 de
outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi
feito no dia seguinte, 03 de outubro.
Os holandeses decidiram
eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de
exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário.
Foram
embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu.
Lá os
esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de
duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e
barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque
atentavam às leis da moral e modéstia.
Colocados de
joelhos e despidos, , foi-lhes oferecida a oportunidade de salvarem a vida se
renunciassem a fé católica e aceitacem a conversão ao seguimento protestante
chamado calvinismo, religião oficial da Holanda.
Mateus Moreira, estando ainda vivo,
foi-lhe arrancado o coração pelas costas, mas ele ainda teve forças para
proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: “Louvado
seja o Santíssimo Sacramento”. Por isso, pela adoração que Mateus Moreira
demonstrou pelo Santíssimo Sacramento, o Papa João Paulo II elegeu-o padroeiro
e patrono dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário