SÃO
BRUNO - 1030-1101
Fundou a Ordem
dos monges Cartuxos. Em meados do primeiro milênio depois de Cristo, Hugo, o
bispo da diocese francesa de Grenoble, sonhou certa vez com sete estrelas que
brilhavam sobre um lugar escuro, muito deserto.
Achou
estranho. Algum tempo depois, foi procurado por sete nobres e ricos, que
queriam converter-se à vida religiosa e buscavam sua orientação, por causa da
santidade e do prestígio do bispo. Hugo, reconhecendo na situação o sonho que
tivera, ouviu-os com atenção e ofereceu-lhes fazer sua obra num lugar de
difícil acesso, solitário, árido e inóspito.
Assim, tiveram
todo o seu apoio episcopal. Esses homens buscavam apenas o total silêncio e
solidão para orar e meditar. Tudo o que desejavam, ou seja, queriam atingir a
elevação espiritual, cortando definitivamente as relações com as coisas
mundanas. Eles eram Bruno e seus primeiros seis seguidores e a ordem que
fundaram foi a dos monges cartuxos. Bruno era um nobre e rico fidalgo alemão,
que nasceu e cresceu na bela cidade de Colônia.
Sua família
era conhecida pela piedade e fervorosa devoção cristã. Cedo aquele jovem
elegante resolveu abandonar a vida de vaidades e prazeres, que considerava
inútil, sem sentido e improdutiva. Como era propício à nobreza, foi estudar na
França e Itália. No primeiro país concluiu os estudos na escola da diocese de
Reims, onde também se ordenou e posteriormente lecionou teologia. Como aluno,
teve até mesmo um futuro papa. Mas também conhecia a fama de santidade do bispo
de Grenoble, por isso decidiu procurá-lo.
Assim, no
lugar indicado por ele, Bruno liderou a construção da primeira Casa de Oração,
com pequenas celas ao redor. Nascia a Ordem dos monges Cartuxos, cujas Regras
foram aprovadas em 1176, mas ele já havia morrido.
Lá, ele e seus discípulos se
obrigaram ao silêncio permanente e absoluto. Oravam, trabalhavam, repousavam e
comiam, mas no mais absoluto e total silêncio.
Em 1090, o
sumo pontífice era seu ex-aluno, que, tomando o nome de papa Urbano II, chamou
Bruno para ser seu conselheiro. Ele, devendo obediência, abandonou aquele lugar
ermo que amava profundamente. Porém não resistiu muito em Roma.
Logo obteve
aprovação do papa para construir seu mosteiro de Grenoble e também a
autorização para fundar outra Casa da Ordem dos Cartuxos, na Calábria, num
local ermo chamado bosque de La
Torre , hoje chamado Serra de São Bruno, província de Vito
Valentia.
Viveu assim
recolhido até que adoeceu gravemente. Chamou, então, os irmãos e fez uma
confissão pública da sua vida e reiterou a profissão da sua fé, entregando o
espírito a Deus em 6 de outubro de 1101. Gozando de fama de santidade, seu
culto ganhou novo impulso em 1515. Na ocasião, o seu corpo, enterrado no
cemitério no Convento de La
Torre , foi exumado e encontrado completamente intacto, tendo,
assim, sua celebração confirmada.
Em 1623, o
papa Gregório XV declarou Bruno santo da Igreja. Seguindo o carisma de seu
fundador, a Ordem dos Cartuxos é uma das mais austeras da Igreja Católica e
seguiu assim ao longo dos tempos, como ele mesmo previu: "Nunca será
reformada, porque nunca será deformada". Entretanto, atualmente, conta
apenas com dezenove mosteiros espalhados pelo mundo todo.
São
comemorados também nesta data: Santa Maria Francisca, Santa Erotides, Santa
Alberta de Agen (mártir), São Barto de Vaison (bispo), Santos Marcelo, Casto,
Saturnino (mártires de Cápua).
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