SANTO
AFONSO RODRIGUES - 1532-1617
A Companhia de
Jesus gerou padres e missionários santos que deixaram a assinatura dos jesuítas
na história da evangelização e na história da humanidade. Figuras ilustres que
se destacaram pela relevância de suas obras sociais cristãs em favor das
minorias pobres e marginalizadas, cujas contribuições ainda florescem no mundo
todo.
Entretanto de
suas fileiras saíram também santos humildes e simples, que pela vida entregue a
Deus e servindo exclusivamente ao próximo, mostraram o caminho de felicidade
espiritual aos devotos e discípulos. Valorosos personagens quase ocultos, que
formam gerações e gerações de cristãos e, assim, sedimentam a sua obra no seio
das famílias leigas e religiosas.
Um dos mais
significativos desses exemplos é o irmão leigo Afonso Rodrigues, natural de
Segóvia, Espanha.
Nascido em 25
de julho de 1532, pertencia a uma família pobre e profundamente cristã. Após
viver uma sucessão de fatalidades pessoais, Afonso encontrou seu caminho na fé.
Tudo começou
quando Afonso tinha dezesseis anos. Seu pai, um simples comerciante de tecidos,
morreu de repente. Vendo a difícil situação de sua mãe, sozinha para sustentar
os onze filhos, parou de estudar. Para manter a casa, passou a vender tecidos,
aproveitando a clientela que seu pai deixara. Em 1555, aconselhado por sua mãe,
casou e teve dois filhos.
Mas, novamente
a fatalidade fez-se presente no seu lar. Primeiro, foi a jovem esposa que
adoeceu e logo morreu; em seguida, faleceram os dois filhos, um após o outro.
Abatido pelas perdas, descuidou dos negócios, perdeu o pouco que tinha e, para
piorar, ficou sem crédito.
Sem rumo,
tentou voltar aos estudos, mas não se saiu bem nas provas e não pôde cursar a
Faculdade de Valência.
Afonso entrou, então, numa profunda crise espiritual.
Retirado na própria casa, rezou, meditou muito e resolveu dedicar sua vida
completamente a serviço de Deus, servindo aos semelhantes. Ingressou como irmão
leigo na Companhia de Jesus em 1571. E foi um noviciado de sucesso, pois foi
enviado para trabalhar no colégio de formação de padres jesuítas em Palma, na
ilha de Maiorca, onde encontrou a plena realização da vida e terminou seus
dias.
No colégio,
exerceu somente a simples e humilde função de porteiro, por quarenta e seis
anos. Se materialmente não ocupava posição de destaque, espiritualmente era dos
mais engrandecidos entre os irmãos.
Recebera dons
especiais e muitas manifestações místicas o cercavam, como visões, previsões,
prodígios e cura. E assim, apesar de porteiro, foi orientador espiritual de
muitos religiosos e leigos, que buscavam sua sabedoria e conselho. Mas um se
destacava.
Era Pedro
Claver, um dos maiores missionários da Ordem, que jamais abandonou os seus
ensinamentos e também ganhou a santidade. Outro foi o missionário Jerônimo
Moranto, martirizado no México, que seguiu, sempre, sua orientação.
Afonso sofreu
de fortes dores físicas durante dois anos, antes de morrer em 31 de outubro de
1617, lá mesmo no colégio. Foi canonizado em 1888, pelo papa Leão XIII, junto
com são Pedro Claver, seu discípulo, conhecido como o Apostolo dos Escravos.
Santo Afonso Rodrigues deixou uma obra escrita resumida em três volumes, mas de
grande valor teológico, onde relatou com detalhes a riqueza de sua
espiritualidade mística.
A sua festa
litúrgica é comemorada no dia de sua morte.
São
comemorados também, neste dia: São Wolfgang, Santo Afonso de Palma, Santo
Antonio de Milão, São Foilano, Santo Antonino de Fontana (bispo de Milão),
Santo Arnulfo de Novalese (monge e mártir), Santa Bega de Cumberland (virgem).
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