SÃO JOÃO XXIII –
1881 – 1963
SEU PONTIFICADO
FOI DE 1958 A
1963.
Nasceu no dia 25 de Novembro de 1881 em Sotto il Monte,
diocese e província de Bérgamo (Itália), e nesse mesmo dia foi batizado com o
nome de Angelo Giuseppe; foi o quarto de treze irmãos, nascidos numa família de
camponeses e de tipo patriarcal. Ao seu tio Xavier, ele mesmo atribuirá a sua
primeira e fundamental formação religiosa.
O clima religioso da família e a fervorosa vida paroquial
foram a primeira escola de vida cristã, que marcou a sua fisionomia espiritual.
Ingressou no Seminário de Bérgamo, onde estudou até ao segundo ano de teologia.
Ali começou a redigir os seus escritos espirituais, que depois foram recolhidos
no "Diário da alma". No dia 1 de Março de 1896, o seu diretor
espiritual admitiu-o na ordem franciscana secular, cuja regra professou a 23 de
Maio de 1897. De 1901 a
1905 foi aluno do Pontifício Seminário Romano, graças a uma bolsa de estudos da
diocese de Bérgamo. Neste tempo prestou, além disso, um ano de serviço militar.
Recebeu a Ordenação sacerdotal a 10 de Agosto de 1904, em Roma, e no ano
seguinte foi nomeado secretário do novo Bispo de Bérgamo, D. Giacomo Maria R.
Tedeschi, acompanhando-o nas várias visitas pastorais e colaborando em
múltiplas iniciativas apostólicas: sínodo, redação do boletim diocesano,
peregrinações, obras sociais.
Às vezes era também professor de história eclesiástica,
patrologia e apologética. Foi também Assistente da Ação Católica Feminina,
colaborador no diário católico de Bérgamo e pregador muito solicitado, pela sua
eloquência elegante, profunda e eficaz. Naqueles anos aprofundou-se no estudo
de três grandes pastores: São Carlos Borromeu (de quem publicou as Atas
das visitas realizadas na diocese de Bérgamo em 1575), São Francisco de Sales e
o então Beato Gregório Barbarigo.
Após a morte de D. Giacomo Tedeschi, em 1914, o Padre
Roncalli prosseguiu o seu ministério sacerdotal dedicado ao magistério no
Seminário e ao apostolado, sobretudo entre os membros das associações
católicas. Em 1915, quando a Itália entrou em guerra, foi chamado como sargento
sanitário e nomeado capelão militar dos soldados feridos que regressavam da
linha de combate. No fim da guerra abriu a "Casa do estudante" e
trabalhou na pastoral dos jovens estudantes. Em 1919 foi nomeado diretor
espiritual do Seminário.
Em 1921 teve início a segunda parte da sua vida, dedicada
ao serviço da Santa Igreja. Tendo sido chamado a Roma por Bento XV como
presidente nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé,
percorreu muitas dioceses da Itália organizando círculos missionários. Em 1925,
Pio XI nomeou-o Visitador Apostólico para a Bulgária e elevou-o à dignidade
episcopal da Sede titular de Areopolis.
Tendo recebido a Ordenação episcopal a 19 de Março de 1925,
em Roma, iniciou o seu ministério na Bulgária, onde permaneceu até 1935. Visitou
as comunidades católicas e cultivou relações respeitosas com as demais
comunidades cristãs. Atuou com grande solicitude e caridade, aliviando os
sofrimentos causados pelo terremoto de 1928. Suportou em silêncio as
incompreensões e dificuldades de um ministério marcado pela tática pastoral de
pequenos passos. Consolidou a sua confiança em Jesus crucificado e a sua
entrega a Ele.
Em 1935 foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e
Grécia: era um vasto campo de trabalho. A Igreja tinha uma presença ativa
em muitos âmbitos da jovem república, que se estava a renovar e a organizar.
Monsenhor Roncalli trabalhou com intensidade ao serviço dos católicos e
destacou-se pela sua maneira de dialogar e pelo trato respeitoso com os
ortodoxos e os muçulmanos. Quando irrompeu a segunda guerra mundial ele
encontrava-se na Grécia, que ficou devastada pelos combates. Procurou dar
notícias sobre os prisioneiros de guerra e salvou muitos judeus com a
"permissão de trânsito" fornecida pela Delegação Apostólica.
Em 1944 Pio XII nomeou-o Núncio Apostólico em Paris.
Durante os últimos meses do conflito mundial, e uma vez restabelecida a paz,
ajudou os prisioneiros de guerra e trabalhou pela normalização da vida eclesial
na França. Visitou os grandes santuários franceses e participou nas festas
populares e nas manifestações religiosas mais significativas.
Foi um observador atento, prudente e repleto de confiança
nas novas iniciativas pastorais do episcopado e do clero na França.
Distinguiu-se sempre pela busca da simplicidade evangélica, inclusive nos
assuntos diplomáticos mais complexos. Procurou agir sempre como sacerdote em
todas as situações, animado por uma piedade sincera que se transformava todos
os dias em prolongado tempo a orar e a meditar.
Em 1953 foi criado Cardeal e enviado a Veneza como
Patriarca, realizando ali um pastoreio sábio e empreendedor e dedicando-se
totalmente ao cuidado das almas, seguindo o exemplo dos seus santos
predecessores: São Lourenço Giustiniani, primeiro Patriarca de Veneza, e
São Pio X.
Depois da morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontífice a 28
de Outubro de 1958 e assumiu o nome de João XXIII. O seu pontificado, que durou
menos de cinco anos, apresentou-o ao mundo como uma autêntica imagem de bom
Pastor. Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou
cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os
encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e
cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. O seu
magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas "Pacem in
terris" e "Mater et magistra".
Convocou o Sínodo romano, instituiu uma Comissão para a
revisão do Código de Direito Canônico e convocou o Concílio Ecuménico Vaticano
II. Visitou muitas paróquias da Diocese de Roma, sobretudo as dos bairros mais
novos.
O povo viu nele um reflexo da bondade de Deus e chamou-o
"o Papa da bondade". Sustentava-o um profundo espírito de oração, e a
sua pessoa, iniciadora duma grande renovação na Igreja, irradiava a paz própria
de quem confia sempre no Senhor. Faleceu na tarde do dia 3 de Junho de 1963. Fonte:
site do Vaticano - www.vatican.va.
No Jubileu do
ano 2000, o papa João XXIII foi beatificado pelo sumo pontífice João Paulo II,
cuja celebração foi marcada para ocorrer no dia 11 de outubro, dada a
importância do Concílio iniciado por ele nesta data.
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