“LAVOU-LHE OS PÉS COM LÁGRIMAS.” (Lc 7, 36)
Jesus Cristo
não fazia distinção de pessoas; Jesus Cristo jamais fez distinção de pessoas.
Jesus Cristo
veio para todos os homens, ele veio para salvar a todos, a “todos os homens (e mulheres) de boa vontade.” A pregação inicial de Jesus Cristo foi para que todos “mudassem de vida e de mentalidade e
acreditassem no Evangelho, porque o Reino dos Céus estava próximo.” Todos os que atenderam ao chamamento de Jesus Cristo, todos os que
seguiram o seu conselho, começaram a fazer parte do Reino que ele viera trazer para todos os
homens.
Não
interessava se era homem ou mulher, rico ou pobre, santo ou pecador, da própria
pátria de Jesus ou estrangeiro; o importante é que mudassem de vida e de
mentalidade e acreditassem no Evangelho. A todos os que se dirigiam a Jesus,
ele os recebia com amor e carinho, curando as doenças de seus corpos e de suas
almas, perdoando pecados e chamando-os
para uma vida mais santa e possível de ser vivida por que Jesus dizia
estar com cada um que se propusesse a mudar de vida e de mentalidade e de
seguir o seu Evangelho.
São Paulo,
Apóstolo, entendeu tão bem esse chamamento de Jesus Cristo e o seguiu com tanto
amor, dedicação e fé que chegou a declarar em uma de suas cartas, dizendo: “Estou crucificado com Cristo. Eu vivo, mas
já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim. A minha vida atual eu a vivo
pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim.” (Gl 2,19-21).
Todos os que
tinham boa vontade de mudar de vida e mentalidade se achegavam até Jesus, não
importando que tipo de vida levavam antes desse encontro; importava, isso sim,
o tipo de vida que se comprometessem a viver
depois desse encontro com Jesus.
E todos os
que se achegavam a Jesus arrependidos de seus pecados com boa vontade de mudar
de vida e de mentalidade, a todos Jesus abria os seus braços e os acolhia no
seu reino de amor. Quantos exemplos disso temos nos Santos Evangelhos. Pecadores
públicos, prostitutas, ladrões, exploradores do povo, todos os que se achegavam
arrependidos aos pés de Jesus ele os acolhia com muito amor, os perdoava de
seus pecados e os ajudava a se levantar na vida para começarem a viver uma vida
mais voltada para Deus e para o próximo.
Certa vez,
Jesus tomava uma refeição na casa de um rico fariseu.
Nessa oportunidade
achegou-se até ele uma mulher conhecida como pecadora na cidade, uma
prostituta. Essa mulher havia trazido um vidro de um caro perfume. E enquanto
Jesus estava assentado na mesa, com os demais, tomando a refeição, essa mulher
se ajoelhou aos seus pés e começou a chorar e, com as lágrimas lavou os pés de
Jesus e com os seus longos cabelos os enxugava enquanto cobria-os de beijos e
derramava aquele rico perfume nos seus pés.
Todos os
presentes naquela refeição ficaram escandalizados porque conheciam aquela
mulher, todos conheciam a sua vida e os seus atos e todos sabiam que aquela
mulher era uma prostituta. É assim que são os homens; fazem com que pessoas
tomem caminhos errados na vida, e depois as marginalizam, as condenam, as
criticam e jamais estendem a mão para lhes dar um apoio.
Mas, para
quem se arrepende, para quem tem boa vontade e quer mudar de vida e de
mentalidade, Jesus não se importa com a sua vida passada. Jesus esquece tudo o que já passou; Jesus olha
somente o coração, o interior da pessoa e a sua proposta de mudar de vida e de
mentalidade. Não interessa para Jesus o mal que praticamos em nossa vida
passada, os nossos pecados, o nosso desamor; interessa para Jesus, isso sim, o
nosso arrependimento, a nossa boa vontade de mudar de vida e de mentalidade e
seguir os seus preceitos.
Os homens
continuarão a nos criticar, a nos marginalizar, a afastarem-se de nós como se
fôssemos leprosos por termos cometidos algum ato que contraria os seus
conceitos hipócritas de moral e bons costumes, mas Jesus nos acolhe, nos
levanta, nos abraça com os seus braços divinos, nos apoia e nos encaminha na vida.
Aquela mulher
foi criticada e os homens que se diziam honestos sentiram-se mal com a sua
presença dentro daquela sala onde todos tomavam refeição juntamente com Jesus.
Mas Jesus
acolheu aquela mulher e, com muito amor
e carinho a levantou de seus pés, porque ela ainda estava ajoelhada, e lhe
disse carinhosamente: “Mulher, os seus
pecados estão perdoados... sua fé a salvou, vá em paz.” (Lc 7,36s).
Jesus Cristo
não mede os nossos pecados. Jesus Cristo mede, isso sim, o nosso amor e, pelo
tamanho do nosso amor será o perdão que ele nos dará porque: “quem muito ama, muito será perdoado...”
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