SÃO
GUILHERME DE MALAVALE - 1071-1157
Guilherme era
de origem nobre, nasceu em 1071, na França. Era um duque da Aquitânia, que se
dedicou até o final da juventude às artes militares e mundanas, afastado do
cristianismo. A sua conversão foi atribuída a são Bernardo, que o inspirou a
desejar viver a experiência do retiro espiritual, num bosque afastado. Quando
saiu do isolamento, alguns meses depois, procurou o papa Urbano II para pedir
perdão dos pecados. Após receber sua benção, seguiu em peregrinação para
Jerusalém.
Guilherme
ficou nove anos na Terra Santa, praticando obras de penitência e piedade e,
quando voltou, se juntou a uma comunidade de ermitãos, próximo de Pisa, na
Itália. Dois anos depois foi para a Toscana, onde, na floresta de Malavale
construiu o seu derradeiro retiro. E deste momento em diante começou a fama de
sua santidade.
Em Malavale,
tinha como única companhia às feras selvagens, dormia no chão duro e se
alimentava de plantas e raízes. Os habitantes aprenderam a estima-lo. Não raro,
as crianças eram socorridas por ele, quando se perdiam no bosque. A tradição
conta que, certa vez, um grande dragão tentou atacar um menino, quando o
ermitão apareceu e com o seu bastão ordenou que a fera se afastasse. Porém o
animal ficou em pé sobre as patas traseiras e, soltando fumaça pelas ventas, se
voltou contra ele. Prodigiosamente, Guilherme foi se elevando, até chegar na
altura da cabeça da fera, aí o golpeou com o bastão e o dragão caiu morto. Por
isto, passou a ser chamado de Guilherme, "o grande".
Já idoso,
acolheu dois discípulos, Alberto e Reinaldo, que o acompanharam até a morte.
Nos últimos meses Alberto escreveu sua biografia, onde registrou sua disciplina
de vida reclusa e espiritual. Aos 10 de fevereiro de 1157, Guilherme morreu,
mas antes, fez algumas profecias e vários prodígios testemunhados que foram
registrados.
A sua herança
, como ocorreu com outros grandes ermitãos e padres do deserto, foi apenas a
modesta cela de Malavale, como exemplo de uma vida espiritual contemplativa, de
afastamento e austeridade, e não um compromisso de dar vida a uma nova
congregação. Entretanto, ela floreceu ao redor de sua sepultura, só com o
legado do seu exemplo de severa renuncia ao mundo, que continuou ainda atraindo
ao local jovens desejosos de seguir suas pegadas. Os dois discípulos Alberto e
Reinaldo fundaram a Ordem dos Guilhermitas e escreveram as Regras, seguindo a
biografia, aprovada pela Santa Sé. Tempos depois, a nova congregação já
alcançava a França, Itália, Alemanha e Holanda.
Em 1202, o
papa Inocêncio III declarou Guilherme de Malavale, Santo e manteve a festa no
dia 10 de fevereiro. Seus restos mortais foram guardados na catedral de
Buriano, onde foi colocada a estátua de são Guilherme com dragão a seus pés.
Desde 1255, os Guilhermitas fazem parte da Ordem dos agostinianos, que assimilou
o pensamento deste santo. O dia de São Guilherme o Grande ou de Malavale, como
também é chamado, integra o calendário dos santos agostinianos desde o século
XIII, sendo reverenciado como exemplo de vida de santidade a ser seguido.
São lembrados,
também, neste dia: Santa Escolástica (virgem), São Desiderato de Clermont
(bispo), São Erlufo de Werden (bispo e mártir), Santa Sotéria de Roma (virgem e
mártir).
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