“A ORAÇÃO DA FÉ SALVARÁ O DOENTE...” (Tg 5,15).
Escreveu Tiago na sua carta: “Sofre alguém dentre vós um contratempo?
Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante. Alguém dentre vós está doente?
Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com
óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de
pé; e se tiver cometido pecados, estes serão perdoados... A oração fervorosa do
justo tem grande poder.” (Tg 5,13-15.16).
Jesus,
nos Santos Evangelhos, jamais deixou um doente que o procurasse partir da
maneira como estava; Jesus os transformava, consolava e os curava, tanto doente
do corpo como doente da alma. Jesus sempre atendeu ao chamamento dos que o
procuravam para curar algum doente e jamais deixou alguém que o procurasse
implorando pelo restabelecimento de um doente voltar sem uma esperança, como
aconteceu com o leproso (Mt 8,1-4), com o centurião romano, (Mt 8,5-13), com a
sogra de Pedro, (Mt 8,14-18), como aconteceu a muitos endemoniados, (Mt
8,16-17), e a centenas de outros paralíticos, cegos, surdos, mudos, lunáticos,
para que se cumprisse o que havia sido dito e escrito pelo profeta Isaias, se
referindo ao Messias: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres,
enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da
vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de
graça do Senhor.” (Mt 4,18-19).
Jesus sempre atendeu aos apelos de cura
dos doentes, restituindo-lhes a saúde, dando-lhes vida, e não somente os
doentes do corpo mas também da alma, para que a vida fosse plena, mostrando
coerência no que fazia e falava: “Eu vim
para que tenham a vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
É muito difícil em uma família não ter
uma pessoa doente, uma pessoa idosa que não necessite de cuidados especiais. O
doente é uma pessoa amada por Deus, pois que Jesus se faz passar por um deles
para dar exemplo de quem seria merecedor do reino dos céus: “Vinde benditos de meu Pai, recebei por
herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois... estive nu
e me vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me.” (Mt 25,34 e
36).
Os doentes são as pessoas que mantém
a humanidade unida entre si e a Deus, porque é através do sofrimento que nos
purificamos e, pelos sofrimentos dos nossos doentes, nos elevamos a Deus. Os
doentes são as pessoas que continuam, por todo o sempre, o sacrifício de Jesus
Cristo no Calvário. São os queridos do Pai. E, muitas vezes, que pouca
importância damos aos doentes.
Quantas vezes tomamos conhecimento
que um parente, um amigo, um conhecido está doente e não nos preocupamos em
visitá-lo; negamos aos nossos doentes uma visita, a nossa presença amiga e
fraternal, uma palavra de conforto, de carinho, uma afirmação de que estamos
com ele naquele sofrimento, naqueles momentos difíceis por que passa.
Para uma pessoa doente, internada em
um hospital ou sendo tratada em casa, é muito importante, para o seu restabelecimento,
a nossa presença, a nossa visita, porque, além de estarmos praticando um ato de
caridade e amor, estamos cumprindo uma determinação evangélica, um ensinamento
de Jesus, porque, através do sofrimento, Jesus se faz presente naquele doente,
e isso ele confirma quando diz: “Estive
doente e me visitastes” (Mt 25,36).
O Apóstolo Paulo escreve aos
Colossenses: “Agora eu me regozijo nos
meus sofrimentos por vós, e completo na minha carne o que falta das tribulações
de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja.” (Cl 1,24). Essa frase de Paulo
se ajusta com perfeição na boca dos doentes, dos nossos irmãos que estão
passando por algum problema de saúde, que está acamado, hospitalizado, enfim,
que está em tratamento médico. Todos os doentes sofrem, e seria tão bom
ouvi-los dizer como Paulo Apóstolo: Agora
eu me regozijo nos meus sofrimentos... e completo na minha carne o que falta
das tribulações de Cristo...” (Cl 1,24).
Os doentes são os companheiros
inseparáveis de Jesus Cristo a caminho do Calvário. Os doentes são os
participantes da agonia na cruz. O sofrimento dos doentes é o complemento dos
sofrimentos de Jesus Cristo para a salvação de toda a humanidade. Os doentes são
o corpo flagelado e dilacerado de Jesus; os doentes são a cabeça coroada de
espinhos do Divino Mestre; os doentes são o coração sacrossanto de Jesus
traspassado por uma lança; os doentes são as mãos e os pés de Jesus rasgados
pelos cravos e pregados no madeiro da cruz... Os doentes sofrem, e esse
sofrimento se funde ao sofrimento de Jesus para a salvação de todos os homens.
Não existe sofrimento inútil. Não existe dor que não seja revertida para a
salvação de quem sofre, para a salvação da família de quem sofre, enfim, para a
salvação de todos os homens.
Todos lutamos para ter saúde; é um
direito que todos temos, o de sermos sadios, sermos perfeitos. Mas, apesar dos
nossos esforços para a conservação da saúde, a nossa natureza humana é frágil,
e a doença, vez por outra, assedia-nos, ataca-nos e, muitas vezes, é uma
companheira constante... Então,
precisamos fazer de nossa doença, do nosso sofrimento a ponte que nos liga ao
Pai. Paulo Apóstolo se alegra na dor e afirma que a sua dor complementa o que faltas
no sofrimento de Jesus. Desta forma os doentes deveriam pensar, porque eles são
os amigos queridos de Jesus; porque somente quem sofre pode valorizar o
sofrimento de Jesus que, sem merecer e de livre e expontânea vontade
entregou-se à morte, e morte de cruz, para a salvação de todos os homens.
Nós, os que agora temos saúde, não
deveríamos nos esquecer, jamais, dos nossos irmãos doentes; não poderíamos
deixar que eles fiquem sozinhos na sua caminhada de dor. Hoje temos saúde,
amanhã o doente poderá ser cada um de nós... A nossa saúde é como um fio de
teia de aranha que pode se romper a qualquer momento; estejamos sempre
preparados para isso...
A melhor preparação para sermos
pacientes e aceitarmos com resignação qualquer problema de saúde é visitar com
frequência nossos irmãos doentes; como eles necessitam da nossa presença, da
nossa visita, da nossa ajuda, da nossa palavra amiga.
“Estive
doente e me visitastes...” (Mt 25,36); o nosso irmão doente é o próprio
Senhor Jesus que continua sofrendo para completar o sofrimento do Calvário...
Nenhum comentário:
Postar um comentário