SÃO
VICENTE - MÁRTIR
A história da origem do nome de São
Vicente começou há muito tempo, no ano 325, na cidade espanhola de Huesca, uma
então Província de Saragoza. Lá nasceu o jovem Vicente, diácono dedicado que se
destacava por seu trabalho, tanto que o bispo de Saragoza, Valério, lhe confiou
a missão de pregador cristão e doutrinador catequético.
Desde menino Vicente foi entregue por
seus pais à orientação do bispo Valério, de Saragoza, recebendo uma sólida
formação religiosa e humana. Muito jovem ingressou na vida religiosa e logo foi
ordenado diácono da Igreja.
Depois, devido ao seu preparo
intelectual e tendo o dom da palavra, foi escolhido para assistir o bispo,
ficando encarregado do ministério da pregação do Evangelho.
Isto porque o bispo, em virtude da
idade avançada, já não tinha mais forças para exercer esta tarefa.
Vicente desempenhou este cargo com
total dignidade e, graças a eloquência dos seus sermões e obras, obteve
expressivos resultados para a Igreja convertendo à fé, grande número de pagãos.
Neste período, iniciava a terrível perseguição decretada pelos imperadores
romanos Diocleciano e Maximiano, no solo espanhol.
Daciano, governador da província de
Saragoça e Valência, querendo mostrar a sua lealdade e obediência aos decretos
imperiais, mandou prender Valério e Vicente, ordenando que fossem levados para
a prisão de Valência.
Depois de processados foram condenados
à morte, mas o governador mostrando certa clemência para o bispo muito idoso,
mandou que fosse exilado. Entretanto reservou seu requinte de crueldade para
Vicente, que foi barbaramente chicoteado e esfolado, tendo os nervos e músculos
esmigalhados.
O martírio sofrido por Vicente foi tão
brutal, a ponto de surpreender os carrascos. Eles relataram a impressionante
resistência do rapaz que, mesmo com gravetos de ferro entre as unhas e colocado
sobre uma grelha de ferro para ser queimado aos poucos, não negou a fé cristã.
Mas ele continuava vivo entoando hinos de louvor à Deus. Ao final daquele dia
22 de janeiro, os carrascos ficaram tão espantados e assustados que decidiram
matar-lhe com garfos de ferro, dilacerando-o completamente.
Era o ano 304. Segundo a tradição,
Daciano mandou que seu corpo fosse atirado num terreno pantanoso, para que os
animais pudessem devorá-lo, mas acabou protegido por um corvo enorme, que não
permitiu que seus restos fossem tocados.
Por isto, transtornado o governador
mandou que o jogassem ao mar, com uma grande pedra amarrada no pescoço. O corpo
de Vicente não afundou.
O Senhor o conduziu à praia, onde os
fiéis o recolheram e sepultaram fora dos muros da cidade de Valência. O corpo
de Vicente foi resgatado por cristãos, que o sepultaram em uma capela perto de
Valência.
Depois, seus restos mortais foram
levados à Abadia de Castes, na França, onde foram registrados milagres. Em
seguida, foram levados para Lisboa, na Catedral da Sé, onde estão até hoje.
Vicente foi canonizado e recebeu o nome de São Vicente Mártir, hoje santo
padroeiro da primeira cidade fundada no Brasil, São Vicente e de Lisboa.
Desde então, o dia 22 de janeiro é
dedicado a ele. Em Lisboa foi construída a belíssima Basílica dedicada à ele e
que guarda suas relíquias até hoje.
São Vicente, diácono, é o mártir mais
célebre da Espanha e Portugal. Um século após o seu testemunho da fé no Cristo,
Santo Agostinho, doutor da Igreja, lhe dedicava todos os anos neste dia uma
missa.
Por este motivo a Igreja manteve a sua
festa nesta data. Por isso, quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar
de Lemos chegou aqui, em 22 de janeiro de 1502, deu à ilha o nome de São
Vicente, pois o local era conhecido, até então, como Ilha de Gohayó.
Outro navegador português, Martim
Afonso de Sousa, chegou aqui exatamente 30 anos depois, em 22 de janeiro de 1532.
Ele foi enviado pela Coroa Portuguesa para constituir aqui a primeira Vila do
Brasil e resolveu batizá-la reafirmando o nome do santo daquele dia, São
Vicente, pois era reconhecidamente um católico fervoroso.
São venerados também, neste dia: São
Vicente Pallotti (presbítero e fundador), Santo Anastácio, o Persa (mártir),
Snata Blesila de Roma (viúva), São Bertoldo de Sarum (monge, bispo), Vicente de
Digne (bispo).Bem-aventurados Laura Vicunha, José Nascimbeni e Guilherme José
Chaminade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário