10 DE JUNHO
BEM-AVENTURADO
JOÃO DOMINICI - 1376-1419
João Dominici
nasceu no ano 1355, em Florença, na Itália. De origem muito humilde, ele teve
sérias dificuldades para estudar, além disso gaguejava. Com forte vocação
religiosa, tentou ingressar no convento dos dominicanos, mas foi recusado pela
falta de qualificação intelectual e o fato de ser gago também pesou.
Apesar dessas
desvantagens, João não desistiu: na segunda tentativa, aos dezessete anos,
ingressou na Ordem Dominicana, no Convento de Santa Maria Novella. Surpreendeu
a todos pelo caráter afável e generoso, pela inteligência e dedicação nos
estudos, pelo destacado zelo às regras, às orações e pela austeridade de vida e
duras penitências.
A única coisa
que o entristecia era a dificuldade encontrada na pregação dos vigorosos
sermões que escrevia, mas que, ao serem pronunciados,pareciam ridículos. Em
1381, sua cura aconteceu, quando, prostrado e chorando, orou a santa Catarina
de Siena, para que intercedesse por ele. E a santa de sua devoção o atendeu.
Foi completar os estudos em Pisa e Paris, tornando-se um excelente teólogo e um
eloqüente pregador.
Ao destacado
ministério da Palavra uniu sua talentosa eficácia de escritor, cujas obras
alcançaram um alto valor catequético e pedagógico. Tornou-se estreito colaborador
de Raimundo da Cápua, agora bem-aventurado, provincial daquela região, que à
época se dedicava a restaurar as regras da estrita observância, tanto assim que
foi considerado um segundo fundador da Ordem Dominicana. Esse provincial enviou
João a Veneza, em 1394, para promover a reforma em todos os conventos e
mosteiros.
Lá foi eleito
prior do Convento de Santa Maria Novella e em seguida começou a obra da
restauração da estrita observância, pelo Convento de São Domingos de Veneza.
Depois, foi de convento em convento preparando o grande reflorescimento da
santidade e do apostolado, como o fundador da Ordem dos Pregadores, são
Domingos, havia projetado.
Fundou um
convento feminino, chamado de Corpus Christi, e o Convento masculino de São
Domingos de Fiesole, que foi celeiro de santos e de apóstolos, entre os quais
se destacaram Antonino e Frà Angélico, ambos discípulos de João Dominici. Em
1406, ele foi nomeado, pelo papa Gregório XII, seu embaixador em Florença, que,
dois anos depois, animado pelas virtudes de João, o consagrou arcebispo de
Ragusa e cardeal do título de São Xisto.
Participou,
entre 1414 e 1418, do Concílio de Constança, conseguindo, com sua influência e
autoridade de confessor particular e conselheiro pessoal do papa Gregório XII,
que este renunciasse, colocando um fim no cisma que iniciara na Igreja do
Ocidente.
O novo papa,
Martinho V, em 1418, nomeou-o delegado do seu governo para a Boêmia, Polônia e
Hungria, onde novas heresias começavam a proliferar. Porém seu zeloso trabalho
apostólico foi interrompido quando uma febre fulminante tolheu-lhe a vida, em
10 de junho de 1419, na cidade de Budapeste, na Hungria. O papa Gregório XVI
beatificou João Dominici em 1832, confirmando para o dia de sua morte o culto
litúrgico.
São lembrados
também, neste dia: Bem-aventurado Eduardo Poppe, São Getúlio, Santo Itamar, São
Luciliano, São João Dominici, Santos Rogato e seus quinze companheiros
(mártires da África), Santo Astério de Petra (bispo), Santos Basílides,
Trípode, Mandai e seus vinte companheiros (mártires).
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